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O kung fu é uma arte marcial chinesa que, desde o ano de 2000 A.C., vem mostrando para a humanidade como é maneiro saber chutar alguém com estilo. Mesmo não sendo um praticante, sou um grande fã dessa arte milenar e gosto bastante da infinidade de filmes, seriados e games que usam e abusam dessa temática e suas coreografias.

Bastou isso para me interessar por 9 Monkeys of Shaolin, um beat ‘em up indie ambientando na China Antiga que nos coloca para chutar bundas no melhor estilo “macaco”. Apesar do jogo ser muito simples, não explorar tão bem o kung fu como deveria e ainda ser dependente de uma temática que, convenhamos, já está mais do que manjada, ele cumpre o que promete.

Tira casaco…

Misturando um pouco de realidade com fantasia, o jogo se passa em um período turbulento da China, quando sua região sofria constantes ataques de bandidos e espíritos malignos. Um certo dia, uma legião de piratas japoneses bem malvados atracou seus navios na costa e começaram a saquear todos os vilarejos, incluindo o do nosso protagonista, um simples pescador chamado Wei Cheng (impossível não lembrar de Sleeping Dogs ao ler esse nome).

Após ter sua família cruelmente assassinada pelos piratas, Wei é salvo por um grupo de monges guerreiros e agora é movido pela sede de vingança. Ele terá que aprimorar suas técnicas de luta ao mesmo tempo que ajuda a eliminar os invasores de suas terras, e isso é tudo. Não espere muita profundidade deste enredo, afinal o foco aqui é descer a porrada.

Aqui a gente desce o murro até em local sagrado.

Logo de cara já dá para notar que os gráficos são bem ultrapassados, mas eu não diria que o jogo é feio. Eles souberam fazer o melhor com o que tinham e usaram e abusaram das cores, mas ainda assim os modelos dos personagens ficaram bem simplórios. Eles carecem de detalhes e parecem até inacabados, é bem estranho. A movimentação deles também é meio travada, mas no final você acaba se acostumando.

O jogo segue o padrão dos beat ‘em up à moda antiga, onde você só precisa andar para a direita e derrotar cada inimigo que aparecer até passar de fase. Wei possui três tipos de ataques que devem ser usados estrategicamente para se ter domínio total da luta, então não adianta sair metralhando um único botão porque não dá certo.

Além disso, ao contrário do que estamos acostumados em jogos do gênero, onde você consegue interromper o ataque dos inimigos acertando primeiro, aqui não é bem assim que funciona. Mesmo enchendo os oponentes de socos, na maioria das vezes eles conseguirão te acertar do mesmo jeito, então se você não tomar cuidado em 9 Monkeys of Shaolin, vai acabar morrendo em um piscar de olhos.

Na calada da noite…

Sem descanso para os ímpios 

Apesar das fases serem completamente lineares, o jogo quebra um pouco essa linearidade ao oferecer a possibilidade do jogador escolher qual missão jogará primeiro. Os monges sempre vão passando novas tarefas para Wei, como expulsar os invasores de um templo ou salvar um pequeno vilarejo. Resolvendo essas questões, você libera fases mais importantes para a história, geralmente contendo um chefe no final.

Sempre seremos recompensados com medalhões que nos permitem dar upgrades nas técnicas de luta de Wei ou com equipamentos, que podem ser um bastão (a arma que sempre nos acompanhará nos combates, igualzinho ao Rei Macaco de Jornada ao Oeste), sapatos ou algum artefato mágico. Tudo isso é importante para deixar seu personagem mais forte e preparado para os desafios que virão.

Além dos movimentos tradicionais de luta, Wei conta com alguns ataques mágicos que consomem uma espécie de barra de MP. Não é lá grande coisa, tudo se resume aos mesmos ataques normais, só que mais fortes. Como eu disse no começo da análise, eles não exploraram muito bem os diversos movimentos utilizados no kung fu, então aqui você terá somente o estilo do macaco e não verá o dos outros animais (o que é uma pena).

Mostrando para o chefe que tamanho não é documento.

O jogo não é muito longo, o que é esperado e até mesmo ideal para seu gênero, mas ainda assim consegue se tornar enjoativo após uma horinha ou duas de jogatina. Felizmente, existe a opção de jogar toda a campanha em co-op online ou local, então dá para deixar tudo mil vezes mais divertido jogando com um amigo (principalmente em co-op de sofá, como nos bons e velhos tempos).

No final, 9 Monkeys of Shaolin não é um jogo ruim, mas ainda faltou tempero para se tornar um título memorável. Ele é um beat ‘em up decente e bem legal de jogar com amigos, mas não passa disso. Infelizmente, está sendo vendido por um preço bem salgado em todas as plataformas (principalmente nos consoles), tornando mais difícil dar uma chance para ele. É recomendado para todos os amantes do gênero, mas só quando estiver com uma boa promoção!

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