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James Bond, o agente secreto mais famoso do mundo, ganhou dois jogos este ano. Um deles é o GoldenEye 007, um remake do clássico de Nintendo 64, exclusivo para Wii. O outro é o 007: Blood Stone, um jogo completamente novo e que não adapta nenhum dos filmes do agente. Para minha surpresa, trata-se de um game acima da média e que consegue empolgar do começo ao fim da aventura.

Desenvolvido pela Bizzare Creations, a mesma que fez o game de corrida Blur, Blood Stone surpreende por ser uma obra original, com história própria. Na trama, Bond é enviado para a Grécia para evitar um ataque terrorista. Esta é sua primeira missão, desencadeando em outras missões que passam por Istambul, Mônaco, Sibéria, Bangkok e Burma. O personagem empresta as feições e voz de Daniel Craig, o atual 007. M também está no game, dublada pela própria Judi Dench. O agente Bill Tanner também está no game, dublado por Rory Kinnear. E como não poderia faltar, temos uma Bond Girl chamada Nicole Hunter, dublada pela cantora/atriz Joss Stone.

Blood Stone é, na verdade, uma versão modificada de Quantum of Solace (game anterior da franquia). Entre as melhorias, os produtores corrigiram as falhas no sistema de cobertura e incluíram o Focus Aims, os Takedowns, um Smartphone como gadget, e as perseguições. O Focus Aims funciona de forma semelhante ao “Mark and Execute” do Splinter Cell: Conviction. Para ativá-lo, você deve pegar um inimigo desprevenido realizando um Takedown, para desarmá-lo e derrubá-lo no corpo-a-corpo. Um medidor na tela indica o Focus Aims, que pode ser carregado até três vezes e, quando ativado, deixa o tempo mais lento para você atirar nos inimigos. Neste momento, a mira vai de encontro ao alvo automaticamente, facilitando sua vida.

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O Smartphone funciona como indicador de mapa, mostrando para qual direção você deve prosseguir, além de escanear evidências, hackear dispositivos eletrônicos e revelar a posição dos inimigos. Quanto às perseguições, elas acontecem entre uma missão e outra para quebrar o tiroteio frenético. No total são cinco perseguições, variando entre carros, lancha e um caminhão de guincho. Todas são bem divertidas e apresentam um certo nível de desafio, obrigando o jogador a ficar atento para não perder o algo perseguido.

Em alguns momentos, o jogo exige que você realize um objetivo de forma sorrateira. Pena que são poucos os objetivos neste estilo, pois a maioria permite sair atirando feito louco. E como a Inteligência Artificial não apresenta muito desafio, é difícil morrer para os inimigos. Exceto quando estiverem em grande número ou em companhia de tanques de guerra e helicópteros.

Graficamente, o game é bonito. Há explosões o tempo todo, os cenários são belos e representam muito bem cada país e há muito objetos destrutíveis. Mas nem tudo é perfeito… Apesar do cuidado na caracterização dos personagens, as expressões faciais e movimentos dos lábios não estão 100% sincronizados, dando aquela sensação de “dureza” na animação. Isto é perceptível especialmente durante as cutscenes em que Bond conversa com os demais personagens da trama.

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Não posso deixar de mencionar que durante a produção do game, a Bizzare Creations teve problemas: a empresa demitiu vários funcionários e foi colocada à venda pela Activision. Aparentemente, o jogo foi finalizado às pressas sem uma conclusão decente. É a única explicação que encontrei para a curta duração do jogo, que acaba em menos de 5 horas, e para o final repentino em pleno climax.

Finalizado a campanha singleplayer, temos o multiplayer. São até 16 jogadores em três modos básicos: Team Deathmatch, Objetive e Last Man Standing. Todos os modos dividem os jogadores em dois times: Espiões e Mercenários. Você ganha pontos de experiência a cada inimigo morto e pode adquirir armas em maletas encontradas no mapa (são cinco tipos de armas). Infelizmente, não há muitas pessoas jogando e há certas falhas que atrapalham a jogatina, como por exemplo a imprecisão na hora de golpear um adversário com a arma.

Eu confesso ter gostado muito de 007: Blood Stone. Não é tudo o que eu esperava, mas me empolgou do começo ao fim. Teria sido muito melhor se os produtores tivessem dado o sangue apenas no modo singleplayer, pois não precisava de multiplayer. Eu preferia ter um jogo mais completo em mãos, mais duradouro, com missões mais variadas e difíceis, mais gadgets, e com mais elementos de espionagem. Mas nem por isso eu deixo de recomendar este game aos fãs de 007.

Review – Liberté

Rafael NeryRafael Nery09/12/2024