Quem nunca quis ser prefeito por um dia? Ao ver os problemas locais, não é difícil imaginar maneiras de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos – mesmo que, muitas das vezes, as soluções não sejam viáveis no mundo real. Transportando o jogador para a idade média, Medieval Dynasty funciona como uma mescla de RPG, sobrevivência e gerenciador de colônia, onde o bem estar dos habitantes da sua cidade dependerá dos seus esforços.
Vivendo a sua própria vida e sendo responsável pelos outros, os desafios do dia a dia se tornam mais intensos quando a sobrevivência deixa de ser algo pessoal e se estende a um grupo de indivíduos. Trata-se de uma premissa interessante no gênero, mas, como todo jogo em acesso antecipado, ainda há muito o que ser explorado.
Devagar se vai ao longe
Por se tratar de um jogo em primeira pessoa, minha primeira impressão foi a de estar jogando um RPG medieval. Falar com os personagens, pegar missões e coletar recursos são tarefas comuns desse gênero, e é exatamente essa a experiência inicial que Medieval Dynasty passa para os jogadores.
Todo processo de coleta de recursos funciona de maneira bem simples e, para ser sincero, monótona. Por ter elementos do gênero de sobrevivência, é impossível pular essa parte sem ter problemas futuros. Não há nada de diferente de outros títulos – como The Forest e Green Hell, por exemplo – nessa parte.
O ritmo extremamente lento para obter melhorias de ferramentas, habilidades e realizar missões pode desanimar no começo, mas a recompensa vale a pena. Claro que esse não é mais um título de sobrevivência comum, e os elementos de gerenciamento são o grande diferencial de Medieval Dynasty.
Vem, vai ter bolo!
Você já se imaginou vivendo em uma pequena comunidade na idade média? Pois bem, em Medieval Dynasty você não apenas poderá desfrutar dessa vida, como também será responsável por gerenciar diversos aspectos que impactam diretamente os aldeões.
Óbvio que as pessoas não brotarão do nada em seus domínios, então é necessário convencê-las a se mudar e ajudar em sua comunidade. Cada aldeão poderá ser delegado para realizar tarefas pertinentes, eliminando a sua necessidade de fazer certos serviços manuais.
É justamente nessa parte que o jogo brilha, pois as mecânicas de gerenciamento são bem pensadas. Você poderá controlar, por exemplo, o que será produzido em cada cantinho da sua plantação, mudando os campos de acordo com a estação e a necessidade. É esperado que, para o futuro, os desenvolvedores implementem um sistema de comércio interno, adicionando mais uma mecânica à jogabilidade geral.
Mas por que eles vão querer ir para a sua aldeia? Simples: porque você, em Medieval Dynasty, irá persuadi-los para isso. Quer uma ajudinha para plantar batata? Então converse com algum cidadão aleatório todos os dias até conseguir pontos de relacionamento suficientes para isso. Isso não parece empolgante para você? Bem, não é mesmo. Ter que conversar todo o dia para conseguir um aldeão ou uma esposa é extremamente maçante e exaustivo.
A distância entre as cidades é bem grande mesmo a cavalo – sendo que esse só fica disponível bem tarde –, o que torna esse processo de convencimento ainda mais doloroso. Me senti jogando Death Stranding toda vez que precisava atravessar o mapa para completar alguma missão.
Ser e Potencia
Se Aristóteles introduziu o conceito do ser em potencia e o ser em ato, Medieval Dynasty passa a mesma sensação. Por um lado, temos uma base interessante para as ideias dos desenvolvedores, mas, por outro, temos a implementação que, até o momento, ainda não é a ideal.
Espero que no futuro os desenvolvedores desenvolvam atualizações que tornem mais interessante o aspecto de progressão e persuasão. No entanto, a parte gerencial é bem diferente de qualquer outro título, compondo um elemento que, com a adição de mais mecânicas, torna-se bastante promissor até a versão final. O potencial está presente, mas, no estado atual, esse é um jogo somente para entusiastas dos gêneros de sobrevivência e gerenciamento.