Ouçam, ouçam, ouçam aqueles que ouvidos tem, pois o corajoso combatente Inkulinati aí vêm! Depois do sucesso de Pentiment, jogos com estética de escrituras medievais européias provavelmente farão maior parte do repertório dos jogadores mundo afora.
Diferentemente do jogo da Obsidian, Inkulinati não nos entrega um mundo onde podemos explorar e desvendar mistérios, mas sim um mundo de combates estratégicos. Usando o estilo de xilogravuras européias da idade média, devemos comandar e combater estranhas criaturas em busca do título de mestre dos Inkulinati.
Duelo de gotas de tinta
Em Inkulinati, o jogador interpreta um mestre capaz de usar criaturas criadas à partir de tinta para duelar contra as criaturas de outros mestres. Na história devemos derrotar nosso mestre, que a cada final de “mundo” acaba sendo levado para um local ou realidade ainda mais distante.
Você escolhe o tipo de tropas, segue por mapas estilo roguelike até encontrar inimigos, tavernas, tesouros e armadilhas e por fim alcança o final do mapa, onde enfrentamos a entidade que governa aquele local. O que é muito divertido na maioria das vezes, afinal podemos derrotar uma freira em um mapa e a morte em outro!
Enquanto avançamos vamos fazendo nossa fama, recrutando novas unidades através de combate e compra, descansando quando possível em tavernas e assim por diante, enquanto buscamos nosso lugar no topo dos mestres Inkulinatis. É uma premissa simples porém divertida, já que os diálogos são sempre bem humorados.
Ao mesmo tempo, isso torna Inkulinati um jogo extremamente raso e com pouca profundidade em seu mundo, o que é bem triste, pois até mesmo Dante Alighieri aparece como personagem jogável, usando tropas infernais. É um projeto que poderia ser muito mais interessante no quesito narrativa.
Enfrentando os mestres dos traços
O grande foco de Inkulinati ainda é seu combate de tropas. O duelo 2D ocorre em páginas de grimórios antigos, geralmente em terrenos de linhas retas, mas pode haver terrenos com mais de um nível, onde as tropas devem usar escadas ou ataques a distância para derrotas os oponentes.
As tropas geralmente se enfrentam, mas podem atacar o mestre Inkulinati diretamente até a sua derrota. Os combates funcionam por turnos, com cada mestre Inkulinati tendo um número de pontos de ação que podem ser gastos para invocar tropas ou usar habilidades de mão.
As tropas são variadas e cada estilo possui uma unidade exclusiva. Elas funcionam com ataques corpo a corpo, ataques mistos, a distância e explosivas. Já as ações de mão funcionam com o próprio mestre interagindo com a batalha, usando sua mão para atacar inimigos, defender ou curar suas unidades.
As tropas se diferenciam entre cães, raposas, coelhos, demônios e outros dois que são os estouradores e “coisas”. Os estouradores são criaturas que parecem cangurus com rostos de gnomos, enquanto as coisas são répteis onde no lugar da cabeça possuem membros humanos, podendo ser cabeças ou braços humanos.
Um combate inusitado
O universo de Inkulinati é bem criativo e suas criaturas provam isso. Suas tropas preenchem os campos de guerra de tinta e buscam a vitória através do combate. Contudo a mão que os desenha também pode, como dito acima, interferir na batalha.
A moeda de Inkulinati é a tinta e ela é recebida ao início de cada fase da manutenção e ação. Ela garante que o mestre possa realizar invocação de tropas e usar as ações de mão e até mesmo mover o mestre Inkulinati em espaços adjacentes. O que se torna muito útil e necessário quando os eventos de fim do mundo começam, fazendo com que o jogador e seu inimigo fujam das chamas do inferno, bocas e outros.
Com o estilo visual e trilha sonora acompanhando o estilo artístico, Inkulinati é bem marcante. Ainda assim, há chão para percorrer e se aproximar da excelência vista em Pentiment e em outros jogos semelhantes, sendo um Worms medieval um pouco menos interessante.
