Sexta passada rolou o beta fechado de Dragon Ball: The Breakers, novo título da série de mangas de Akira Toriyama. Porém desta vez com o intuito de trazer um jogo de sobrevivência ao invés de um jogo de luta ou aventura. Uma versão adaptada de jogos como Dead by Daylight e Friday the 13th: The Game.
Inicialmente quando vi o primeiro trailer achei interessante a proposta, colocando os jogadores como civis tentando sobreviver aos maiores vilões da franquia, como Cell, Freeza e Kid Boo. Usando um sistema assimétrico e com sete jogadores contra um vilão, partimos eu, Renato Moura Jr. e um terceiro amigo rumo às sessões de sobrevivência que nos foi oferecida.
Corre que lá vem o “insetão”
À primeira vista, Dragon Ball: The Breakers se mostra razoavelmente inovador e original, permitindo ao jogador criar seu próprio sobrevivente, deixando ele com a cara que mais lhe convir. Seguido por um tutorial que explica as mecânicas do jogo, objetivos e como se defender de certas ações dos vilões, além de explicar um pouco da história.
Os sobreviventes são cidadãos normais do mundo de Dragon Ball que devem buscar chaves afim de acionar a máquina do tempo de Trunks do futuro para fugir do ataque dos vilões da série, com o vilão absorvendo NPCs e jogadores para ficar cada vez mais forte. Caso queira, também é possível usar o porco Oolong e Bulma, que possuem habilidades próprias como virar objetos e seduzir o oponente, respectivamente.
Algo que nunca foi mostrado nos trailers até então é a mecânica que me surpreendeu e provavelmente pode acabar por ser um tiro pela culatra. As chaves estão escondidas por caixas espalhadas pelos mapas, que devem ser abertas como os baús de Dead by Daylight. Caso as chaves não estejam lá, é possível achar itens, armas, cubos de energia e Esferas do Dragão.
Ao coletar estes cubos de energia, o jogador aumenta lentamente seus níveis de poder que podem chegar até quatro, sendo este o maior nível. Cada nível dá acesso a um guerreiro Z diferente que pode ser acessado e trocado nos menus do lobby do jogo, além das habilidades ativas e passivas do cidadão, que pode se defender de certa maneira do vilão.
Pouco trabalho em equipe em troca de quebra pau
Para sobreviver aos encontros com os vilões, o melhor a se fazer é gastar sua energia como lutador, acertar alguns golpes nele e torcer para ele recuar, já que dependendo do seu nível você rapidamente volta a ser um cidadão sem poderes, usando apenas algumas ferramentas para poder escalar mais rapidamente, flutuar ou enganar o perseguidor.
Em toda as partidas que joguei, o que mais acontecia era os jogadores se separarem e raramente ir atrás das chaves, dando preferência para os cubos de energia afim de matar o vilão em uma luta.
O mais revoltante foi ver os jogadores esperando os outros que possuiam esferas do dragão morrerem, permitindo que eles conseguissem as sete esferas, virassem Goku e simplesmente estragassem a diversão dos demais jogadores. Jogadores estes que estavam empenhados em usar itens para ativar a nave, salvar cidadãos e enganar Cell.
Cell é o único vilão disponível para jogar contra, uma vez que todas as salas onde Freeza era selecionado congelava na tela de loading, fazendo com que eu pelo menos não visse o culpado pela destruição de Namekusei em ação. Isso é quando achávamos uma partida, já que as salas demoravam muito para serem preenchidas com os oito jogadores necessários.
Dragon Ball: “The Breakers”, literalmente
Com apenas Freeza e Cell disponíveis para teste durante o beta fechado, com Kid Boo em lugar nenhum para ser visto, Freeza congelando a tela de loading e o longo tempo de espera, fiquei muito tempo no lobby do jogo, onde pude ver a ampulheta astral que provavelmente irá apresentar uma mecânica de gacha para comprar guerreiros Z.
Há uma loja de cosméticos onde você pode comprar roupas e acessórios para personalizar seu sobrevivente e uma versão condensada da sala do tempo, onde podemos aprimorar nossos guerreiros. Cada qual com sua moeda exclusiva, o que é bem confuso, misturando moedas zennny, tickets, moedas de poder e moedas Z.
O mapa acaba sendo confuso e grande demais para um jogo como esse, onde acaba funcionando em desvantagem ao jogador, uma vez que demora demais para os sobreviventes atravessá-lo, enquanto o vilão pode sobrevoar rapidamente, desequilibrando o jogo.
Dragon Ball: The Breakers, infelizmente, é decepcionante e cheio de problemas. Não conseguir jogar com o Freeza me deixou ainda mais desanimado. Agora resta esperar pelo lançamento final do jogo e com as devidas melhorias para quem sabe tentar bater de frente com Dead by Daylight, o rei deste gênero.