Quatro anos atrás a Invader Studios trouxe aos consoles e computadores sua resposta a série Resident Evil, chamada Daymare 1998. Um jogo onde um terrível gás cai sobre uma pacata cidade e um apocalipse zumbi ocorre, deixando alguns operadores da unidade H.A.D.E.S em risco de vida, por conta dos monstros e até mesmo antigos “aliados”. Em Daymare: 1994 Sandcastle vemos como tudo começou.
Neste prólogo do primeiro jogo vemos eventos da operação conhecida apenas como Sandcastle, onde a agente Dalila Reyes, deve invadir um complexo militar para descobrir segredos relacionados ao repentino ataque que ocorreu no local. Muita nostalgia, sangue e sustos nos esperam aqui.
Seasons don’t fear the reaper
Estamos de volta a década de 90, onde a cultura pop é cheia de monstros e aliens e série de horror nos video-game e cinema reinavam com o grotesco. E não só nos cinemas os mortos vivos retornam, aqui Dalila nos é apresentada na Demo adentrando um complexo que está iniciando um sistema de lockdown.
Presa entre as paredes desta instalação militar, o jogador e Dalila irão descobrir terrores ainda maiores que os vistos no futuro distante de 1998. Ao explorar o complexo mais a fundo encontramos uma enorme pedra, carregada de energia e sendo estudada pelo antes vivos pesquisadores do local.
Mais recheado de corpos do que uma vala rasa da primeira guerra mundial, Dalila vê morte por todos os locais por onde passa. Infelizmente para ela, alguns destes corpos não desejam permanecer imóveis por muito tempo e após vasculhar e operar alguns computadores, um estranho fenômeno ocorre.
A mesma energia presente na rocha, se manifestou nos corpos dos mortos e está os trazendo de volta a vida, com seus corpos inflamados por essa centelha profana. Dalila e os outros membros da H.A.D.E.S irão enfrentar corpos reanimados e horrores ainda maiores que estes nos corredores claustrofóbicos de Sandcastle.
O abraço sufocante da morte
Até onde vi, o jogo pega o que foi visto no primeiro título e expande para novas fronteiras. O primeiro jogo apresentou conceitos mais voltados ao horror científico e sobrenatural, com as alucinações de Samuel e os compostos Castor e Pollux, enquanto em 1994, descobrimos que a origem destes compostos é de fora de nosso planeta.
Investindo ainda mais pesadamente no tema sci-fi, em Sandcastle descobrimos ao longo dos experimentos, provas de que no universo de Daymare, não estamos sozinhos nos cosmos. Além disto, essas rochas interestelares estão prontas e carregadas de um combustível capaz de levantar aqueles que já partiram desta para a melhor.
Enquanto vasculha a base, Reyes encontra com seu líder, Ivan Radek que está ferido e incapaz de continuar sua busca pelo complexo, além de apresentar mais um novo personagem para a franquia. As surpresas não param por ai, pois como na vida real, Reyes irá descobrir que se tem algo que é excelente contra eletricidade, isso é o frio!
A grande novidade em Daymare: 1994 Sandcastle é a introdução da arma motriz e inimiga número um das criaturas ressuscitadas. Chamada de Frost Grip, este canhão de nitrogênio líquido pode congelar e finalizar inimigos, além de disparar cargas concentradas de nitrogênio dissipando toda e qualquer corrente elétrica espacial.
Melhorias que vieram e que podem vir
Em relação ao jogo anterior, a interface de Daymare: 1994 Sandcastle é bem mais limpa e fácil de se ler, além do gameplay ser mais responsivo e direto. O jogo ainda segue uma construção de jogabilidade e identidade visual muito semelhante a Resident Evil 2 Remake, através da interface de usuário, estilo de câmera e resolução de puzzles.
Isso não é um ponto negativo, mas, ainda acredito que o jogo pesa muito para o lado da muleta inspiracional. Até mesmo o extra com os tazos aliens, deu um ar um pouco CAPCOM demais, no entanto, o gameplay aqui está mais pesado e os aliens conseguem misturar certos sustos e conversões que se espera de um jogo mais semelhante a Dead Space, como um bebê nascido da E.A e CAPCOM.
As animações das cutscenes ainda são um pouco rígidas demais, bem menos que no primeiro jogo, mas longe de serem responsivas o suficiente para não passarem aquele ar de “jogo Unreal”. Acredito que como o jogo ainda não está finalizado, consigam polir mais ainda esta parte.
Caso tenha gostado de Daymare 1998, ou esteja com vontade de experimentar algo novo, mas com a alma dos remakes de Resident Evil, Daymare: 1994 Sandcastle é um castelo de areia pronto para ser destruído pela maré, ou eletrificado a ponto de se tornar uma memória de vidro profana, selando um grande perigo a humanidade.