O termo barotrauma é composto de duas palavras distintas do idioma grego. Enquanto baro remete à pressão atmosférica, a palavra trauma, que significa ferida na sua língua materna, adquiriu vários significados em diversas áreas de conhecimento, podendo passar a ideia de lesão ou pânico advindo de experiências extremas. Pressão, pânico e lesão são substantivos que se encaixam muito bem no jogo homônimo ao vocábulo apresentado no inicio desse parágrafo, sendo um dos títulos mais autoexplicativos dos gênero de sobrevivência.
Ambientado em Europa, um satélite natural de Júpiter cujo interior é repleto de água, a humanidade conseguiu colonizar com sucesso esse local hostil em um futuro não muito distante. Entretanto, a vida nesse corpo celeste não é nada fácil, já que os seres humanos não estão acostumados a viver dentro da água. Diversas facções dependem de recursos transportados pelos submarinos para sobreviver, cabendo a você explorar essas relações e ser um diferencial na expansão humana dentro do sistema solar.
A união faz… açúcar!
Uma boa tripulação é o segredo de qualquer embarcação que almeja o sucesso. Tratando-se de Barotrauma, um jogo cujo objetivo é controlar um submarino, essa premissa não poderia ser mais verdadeira. Contando com uma enorme variedade de funções, organizar e comandar a sua equipe é essencial para o sucesso das missões.
Assim como cada pessoa é diferente, todo tripulante terá habilidades e especializações distintas. Um engenheiro mecânico, por exemplo, é o cara indicado para consertar todos os equipamentos mecânicos com defeito, mas não será muito bom operando armas ou pilotando o submarino. Evidentemente, nada impede que seus subordinados realizem tarefas que fogem às suas especializações, mas a efetividade será afetada.
Depender da inteligência artificial de Barotrauma não é uma experiência muito agradável. Por mais que algumas mecânicas possam ser automatizadas, utilizar o modo manual é sempre maneira mais eficiente de se fazer as coisas. Apesar da tripulação seguir algumas ordens a risca, por vezes eles cometerão erros grotescos que te farão perder a paciência, como tentar soldar um vazamento e queimar todo mundo junto. Apesar da inteligência artificial te deixar na mão em uma jogatina sozinho, esse problema é mitigado pelo multiplayer.
Crawling in my skin
Todo jogo que se preze precisa de inimigos a altura para fazer sucesso. Em Barotrauma, a sua maior preocupação será as criaturas marítimas que habitam Europa. Os primeiros colonizadores desse satélite natural não são indiferentes a sua presença, fazendo de tudo para destruir o seu humilde submarino e exterminar todos que você ama.
Existem vários submarinos que possuem diferentes configurações, bastando o jogador ganhar dinheiro com as missões para desbloqueá-los, mas focarei no submarino inicial para explicar as mecânicas básicas. Contando com duas armas simples, uma na parte inferior e outra na parte superior, elas funcionarão também como um periscópio que solta torpedos capazes de obliterar tudo que deseja furar o casco da sua embarcação.
Existem diversos tipos de inimigos, sendo os crawlers o tipo mais básico. Esses aliens tentarão a qualquer custo furar toda proteção, entrar no submarino e atacar seus tripulantes, mas morrerão facilmente quando confrontados com as armas embutidas no casco. Contudo, outras criaturas maiores poderão aparecer e causar mais problemas, sendo necessário eliminar a ameaça rapidamente já que nenhum tipo de armadura de aço será capaz de segurar seu poder de destruição por muito tempo.
Euro Submarine Simulator
Certo, as mecânicas são várias e o Europa é gigante, mas o que fazer por aqui? Em Barotrauma, as missões são adquiridas através de NPCs espalhados nas diversas colônias existentes. Podendo variar entre entregas simples para outras colônias, missões de extermínio e recuperação de artefatos, o seu sucesso, além de dar dinheiro, fará com que a sua relação aumente com a facção do seu contratante.
Entregar pacotes para lugares distantes no estilo Death Stranding pode parecer entediante, mas a jornada sempre traz surpresas. Guiando-se através de um sonar, a viagem se consiste em não bater nas paredes e eliminar as ameaças que são atraídas pelo barulho do submarino. Caso a sua habilidade de direção seja questionável, problemas aparecerão na forma de danos em equipamentos mecânicos e elétricos.
Como dito anteriormente, é possível utilizar as armas como periscópios, mas esse recurso é mais útil no modo multiplayer, quando um jogador controla as armas enquanto o outro dirige. A mineração de recursos é outra possibilidade por aqui, porém depende da habilidade dos jogadores de detectar os minérios pelo mapa.
Por fim, Barotrauma é uma experiência extremamente cativante e desafiadora. Por mais que a sua jogatina para um jogador deixe a desejar devido aos problemas com a inteligência artificial, é no modo multiplayer que a diversão aparece. Barotrauma mostra que incorporar um personagem e desbravar o fundo do oceano com seus amigos é garantia de risadas e, dependendo do quão a sério está a brincadeira, muito rage com as situações proporcionadas pelo jogo.