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Como funciona o Nuzlocke em Pokémon?

  • Regra 1 – Apenas o primeiro Pokémon de cada local visitado pode ser capturado. Se derrotá-lo em batalha, sua chance se perdeu ali.
  • Regra 2 – Se o seu monstro de bolso chegar a 0HP, terá de descartá-lo do seu time.
  • Regra 3 – Não capturar monstros encontrados no Grand Underground.
  • Regra 4 – Não utilizar de forma alguma monstros ou ovos dados por NPCs.
  • Regra 5 – Caso a sua equipe inteira perder o combate, você recomeçará o jogo do zero.

Após a vitória certa contra Gardenia e seu Roserade em Eterna, estava na hora de esticar as pernas e seguir por uma longa viagem até Veilstone. Esta é uma das rotas mais longas e cansativas de toda a quarta geração, passando por lugares demais e com muitos Pokémon diferentes em seu caminho. Obviamente, agora que tenho comigo a técnica Cut, poderia também explorar alguns detalhes que ficaram de fora por onde já passei.

O primeiro, logicamente, foi estourar o quartel-general do Time Galactic. Entendam, é um relacionamento que não estava mais dando certo e eu precisava ir até sua sede para falar algumas verdades para eles. Onde já se viu sequestrar o monstrinho do dono da bicicletaria? Roubar os monstros de bolso da população no geral eu encaro desde o começo dessa história, mas interromper o trabalho de um cidadão que paga seus impostos com um assalto é sacanagem. A invasão nem vale o esforço de narrar, já que os asseclas do lugar e Jupiter não oferecem a menor resistência contra mim.

Não satisfeito em devastar eles, também recuperei a Clefairy do homem e saí de lá como herói. De brinde, ele me entregou uma bicicleta novinha em folha. Para a minha sorte, lógico, já que não tinha dinheiro suficiente para comprar. Se você pensa que a vida de treinador é puro glamour, batalhas épicas e só o estrelato, dê uma olhada quando eles estão contando os trocadinhos ganhos em combate para comprar meia dúzia de Potion. Quem vê close não vê corre, como vocês gostam de dizer.

Olhe que linda a minha bike

Um pé no sobrenatural e outro no subsolo

Já em posse da bike com duas marchas, o próximo passo era dar um pulo no Old Chateau. O local fica dentro da Floresta de Eterna em Pokémon Shining Pearl e tive de passar reto anteriormente por não ter o HM também. Entrei lá com uma fralda extra, só por precaução, obviamente. Espere um momento, você não sabe o que encontrar em uma mansão abandonada no meio da floresta e sem nenhum sinal de cuidado nas últimas décadas? Eu te atualizo então: este é um local mal-assombrado e repleto de fantasmas. Acredite, é o tipo de lugar que nem o Exorcista ousaria pisar.

Red, no entanto, era justamente o contrário. Ele é corajoso e o verdadeiro espírito da aventura. Venceu a Elite dos 4 em Kanto e se tornou o campeão em Hoenn. Um quadro que acompanha a sua movimentação com os seus olhos vermelhos não vai assustar um cara assim. Nem mesmo portas batendo ao longe. Pessoas saindo e desaparecendo também não o apavoram. E o esperado vem no meio disso: um Gastly. Em FireRed também capturei um, qual tive de deixar de lado por não ter ninguém para trocar. Já na nova geração, as coisas mudam um pouco de história, não é?

Sem hesitar joguei a Pokéball e pronto, tinha um fantasma em meu time. Vale lembrar que, em Hoenn, o Banette foi o astro da minha equipe durante os confrontos finais e sem ele não teria derrotado nem mesmo o Kingdra de Juan. Imagine um Gengar, que tem um poder de fogo superior a vários que seguem até a oitava geração? Dei uma vasculhada no lugar para pegar os itens e zarpei para fora de lá, pronto para fazer o próximo ponto da minha escala.

Seja sincero, você entraria em algum lugar assim?

Com um Gastly prestes a entrar na equipe, precisei tomar uma decisão que não gostaria: retirar algum Pokémon do time. Era a minha proposta inicial fazer uma equipe mais rotativa, mas o Nuzlocke é um método bem punitivo e você acaba se apegando a algumas figuras. É inevitável. Já que meu Prinplup logo se tornaria um Empoleon e não precisava de uma dupla fraqueza contra times elétricos ou de grama, Bibarel teve de ser a bola da vez. Aí você comenta: “mas Diego, e o Crobat com a linha do Gastly que são venenosos…”, aí entra uma grande diferença: até contra um adversário psíquico ambos conseguem se virar pelo seu alto poder e velocidade.

Com isso em mente, o próximo passo seria treiná-lo. Não há melhor lugar do que o Grand Underground, qual foi minha principal escolha. Seguindo até o especialista no assunto em Eterna, peguei o kit de escavação e logo desci para explorar o subterrâneo de Sinnoh. Lá é gigantesco e cheio de oponentes dignos para qualquer treinamento que você precisar. Se eu jurei não capturar nada por lá, ao menos seria útil para subir de nível mais facilmente. Ao menos era essa ideia, já que meu Gastly logo se tornou um Haunter e isso elevou a capacidade das minhas criaturas de encarar grandes ameaças.

Não quis enrolar muito por lá além disso, minerando alguns itens para ver se a sorte sorria para mim com as Plates ou até com pedras evolutivas. Convenhamos, nunca sabemos quando precisaremos delas. Porém, minha rápida passagem por lá não me rendeu muito o que comemorar além da evolução do meu fantasma. Na verdade, muito pelo contrário, já que além do tempo, foi lá que um dos meus monstros acabou soterrado e perdido pelo Nuzlocke.

Só mixaria no Grand Underground

Quem foi levado dessa vez é Helsinki, meu Graveler que deitou de uma vez para não levantar nunca mais. Inventando moda de entrar em uma área cheia de Onix, fui encarar um para pegar experiência fácil com minha rocha e acabei levando um golpe terrestre com critical hit. Foi tudo tão rápido que eu nem tive reação, apenas me lembrei do meu mesmo monstrinho caindo perante uma dupla de Nidoking e Nidoqueen na Victory Road de Kanto. Descuido lá. Descuido aqui. Se eu mantivesse o ritmo, talvez nem na Cynthia eu chegasse ao fim.

Com esse baque na minha conta, decidi subir novamente para o mapa comum e seguir meu caminho normalmente. Dei uma última parada no Centro Pokémon para me despedir do jovem Helsinki e depois peguei a rota que iria direto pela Ciclovia. Eu tinha duas esperanças por ali: capturar uma Ponyta ou um Bronzor. E o que me aparece na frente: outro Geodude. Quem sabe eu não o treinaria para enfrentar Volkner no oitavo ginásio, mas por enquanto eu deixaria o luto me tomar e seguir minha viagem como o planejado.

Fui passear e me deparei com um Onix. Acontece…

O longo caminho para se tornar um Campeão Pokémon

A partir da ciclovia, eu fui longe para chegar em Veilstone. Como é uma rota longuíssima e cheia de peripécias, vou resumir isso para vocês. Ninguém quer dormir lendo isso aqui, certo? Com Red no caminho, eu entrei no Monte Coronet e capturei um Meditite, que adotei para entrar na equipe no lugar de Helsinki. Seu nome seria Estocolmo, porque era uma das únicas fêmeas que consegui encontrar para formar meu time. E não acredito que uma Medicham, sua evolução final, tenha cara de Nairóbi.

Chegando na cidade de Hearthome, foi outra longa parada que o game te obriga a fazer. É batalha contra Barry, que perdeu de forma humilhante e comigo usando apenas meu Staravia, é uma visita nos Contests, é falar com a Líder de Ginásio Fantina, cujo local ainda não estava liberado para enfrentar…enfim, uma enrolação sem fim. Pelo menos serviu para eu abastecer o meu estoque para o que viria a seguir.

Capturei outro Staravia na Rota 209, por razões de que nunca é demais ter um membro reserva caso algo dê muito errado com o seu Pokémon. Enfrentei diversos treinadores, prestei uma visita para a Lost Tower e fui até o seu topo, encarando todo o tipo de desafio por ali. Uma pena que encontrei outro Zubat, já que estava esperando que me aparecesse um Misdreavus. Meu erro não foi ter passado por lá de noite. Ainda assim, continuei aumentando de nível e vendo se encontrava novas adições para minha equipe.

Só lugar macabro nesse capítulo, vou me benzer

Outra razão pela qual resumi tudo isso foi por causa de simplesmente não ter rolado nada interessante nesse caminho todo. O ponto mais alto disso foi ter encontrado nas Ruínas de Solaceon um Unown, que é bacana no ponto de vista da diversidade daqueles que deixo de lado na minha reserva. Não que ele seja um Psíquico extremamente poderoso, mas que mal tinha manter ele?

Para não dizer que nada de bombástico aconteceu, nessa onda de aumentar os níveis e encarar tudo que encontro pela frente, meu Staravia evoluiu para Staraptor! De todas as aves iniciais, ela é uma das mais ameaçadoras que você pode ter em suas mãos e aprende o movimento Close Combat. Ele é de um nível de performance altíssimo, sendo responsável por derrubar muitas coisas em diversos jogos desde a sua primeira aparição. Tê-lo comigo justamente próximo de Maylene, a especialista em monstrinhos Lutadores seria um grande trunfo.

Seguindo pelas rotas 210 e 215, foi a vez de Prinplup evoluir para Empoleon e tornar meu time em uma verdadeira muralha. Vamos recapitular, o novo Água/Metal, Staraptor, Haunter, Meditite, Kricketune e um Crobat são mais do que suficientes para enfrentar ameaças Pokémon que tive nos demais jogos da franquia. Uma coisa era certa para Red aqui, a diversidade poderia até não ser tanta em seu caminho, mas o que tinha em mãos era totalmente perigoso para quem ousasse enfrentar o que carregava.

Staraptor é uma joia e tanto para carregar no time

Depois de mais um tempo por lá, consegui finalmente chegar na cidade de Veilstone. Apesar de Hearthome ser a capital de Sinnoh, lá que a diversão vivia. Um shopping imenso, loja de roupas, ginásio, crateras onde caíram meteoros e até mesmo a grande base do Time Galactic, nada me impediria de me divertir e explorar tudo que ela tinha a me oferecer.

Fiz várias comprinhas, mudei o visual, organizei as ideias e estava decidido: o próximo passo seria parar de enrolar e seguir de vez para o confronto tão esperado contra Maylene. No caminho, Dawn aparece e me avisa que os ladrões de meia-tigela roubaram sua Pokédex e ela iria cobrá-los dentro de sua base. Pode dizer o que for, mas que a garota é tão corajosa quanto Red é inegável. Sim, ela pede a minha ajuda, mas se não estivesse por lá era uma certeza de que tentaria fazer mesmo sozinha. Girl Power, galera. Eu só precisava fazer algo antes…

O Time Galactic está roubando até a dignidade das pessoas

VS Maylene

Adentrando no ginásio de Veilstone, um novo puzzle estava em minha frente. Eu devia passar pelos treinadores que estavam espalhados em pequenas arenas e empurrar as paredes. O objetivo disso era abrir caminho até a líder de ginásio. O grande problema, infelizmente, é que isso basicamente te obriga a enfrentar todos para chegar até ela. Claro que ela deseja que você chegue por lá sem energias em seus Pokémon, mas isso vale para qualquer treinador, menos contra Red.

De empurrão aqui e ali, fui avançando cada vez mais e pude abrir o espaço necessário para encará-la. Maylene é especialista no tipo Lutador, então era imprescindível que eu utilizasse como principais o Staraptor, Crobat e até mesmo Haunter. Empoleon seria melhor mantido em segurança, já que seu tipo Metal podia colocá-lo em perigo. Meditite não considerei mais, já que ele faleceu durante um dos confrontos dentro do ginásio. Nada de muito emocional, capturei ele há o que? Menos de 10 parágrafos atrás? Segue o jogo.

A queda de Estocolmo e de Helsinki não seriam o suficiente para derrubar minha moral contra a líder. Afinal de contas, se tinha algo que meu time seria 100% preparado é contra este exato tipo de inimigo. A franquia é bem engraçada neste sentido, há batalhas formidáveis onde o seu grupo todo tem de se superar para vencer um rival que tem uma clara vantagem contra você. Por outro lado, tem outros que você olha e dá até dó.

Empurre as paredes para abrir caminho até Maylene

Ela começou com Meditite e Machoke, quais nem fizeram cócegas contra meu Haunter. Vamos combinar que quase nenhum movimento que eles aprendem funciona bem contra o fantasma, transformando ele em uma verdadeira força por aqui. Por fim, estava claro quem viria e eu não podia esperar nada menos de uma líder de ginásio com o legado que ela carrega na quarta geração: Lucario, uma das criaturas mais poderosas da franquia e responsável por estampar os melhores games daquele momento em diante.

Contra ele Haunter nada faria, principalmente por não ter se transformado ainda em Gengar. Quem enfrentaria Maylene e seu Lucario seríamos eu e Staraptor. Se ela está pronta para exibir o seu principal trunfo assim, eu também tenho de mostrar que não faço por menos. O plano era simples: atingir antes de ser atingido, principalmente pelo meu Pokémon ainda carregar consigo o tipo Normal. Isso corta a vantagem de ser Voador, o que mantém a ameaça do meu oponente.

E qual outro golpe eu poderia usar? Por Lucario ser do tipo Lutador/Metal e eu não usar meu Empoleon justamente por ser fraco contra os guerreiros…bastasse que eu usasse a estratégia que estava me protegendo contra ela mesma. Com o Close Combat, não dei a menor chance de Maylene agir e derrubei o chacal em apenas um movimento, garantindo a vitória e a insígnia do Bárbaro. Para a minha sorte, não foi dessa vez que tive outra baixa. Também, depois de duas seguidas, estava já o bastante.

Olha o baque levado por esse Lucario

Agora em posse dela, eu tinha de salvar Dawn das garras do maléfico Time Galactic e sua mania de agirem como cleptomaníacos. Porém, antes eu descansaria um pouco no Centro Pokémon, compraria mais alguns itens de cura e respiraria um pouco. Até o terceiro ginásio foi um longo caminho e mesmo com meus monstros atingindo suas formas finais, seria bom reavaliar suas posições para manter uma consistência ali.

Principalmente se levar em consideração que o quarto ginásio, da cidade de Pastoria, é especialista em Água e nada do meu time bate isso. Ainda, pelo menos. Com Meditite abrindo um espaço vago, eu sabia exatamente para onde ir e o que fazer a seguir: O Jardim do Troféu. Se havia uma chance de pegar um certo rato elétrico famoso, seria lá. E assim abrir uma clara vantagem contra Crasher Wake. Bom, mas essa história fica para outro dia, no qual passearemos juntos pelos pântanos e muita lama.

Continua…