O gênero RTS carece de títulos novos. Recentemente, os jogos da franquia Command and Conquer tiveram seus códigos disponibilizados, e qualquer pessoa pode acessá-los através do Github. Essa é uma esperança para que os devs aprendam com os erros e os acertos de um dos jogos mais icônicos do gênero. O passado pode trazer lições para o presente, e é justamente esse o ponto que Tempest Rising tenta provar ao focar em uma experiência clássica, mas com os toques de modernidade que os avanços técnicos do nosso tempo têm a oferecer.
Em um mundo pós-apocalíptico, inspirado nos eventos da Guerra Fria, duas facções lutam pelo poder, e você, no papel de comandante, poderá fazer toda a diferença nesse conflito. Visuais vibrantes, mecânicas de construção de bases robustas e um ritmo frenético marcam a experiência de Tempest Rising, que busca capturar tanto a nostalgia dos veteranos quanto a curiosidade de novos jogadores. Apresentar uma jogabilidade clássica às novas audiências é uma tarefa difícil e várias outras franquias já falharam, mas será que esse jogo pode obter êxito onde tantos outros já pecaram?

Jogabilidade
A jogabilidade de Tempest Rising é uma carta de amor aos jogos de estratégia em tempo real – comumente chamados apenas de RTS – clássicos, com uma execução que remete diretamente à era de ouro do gênero. O núcleo do jogo gira em torno da construção de bases, gerenciamento de recursos e combates táticos. A coleta do recurso fictício “Tempest” é central, exigindo que os jogadores equilibrem a expansão econômica com a defesa de suas operações. Até aqui, a experiência é parecida com os jogos da franquia Command and Conquer e Starcraft. Como dito, o objetivo é trazer uma jogabilidade clássica e consagrada, mas que perdeu espaço na evolução dos jogos.
Os controles são intuitivos, com atalhos bem pensados e uma interface limpa que permite focar na estratégia, seja ao posicionar tanques para um ataque frontal ou coordenar emboscadas com unidades furtivas. Iniciantes no gênero podem ter um pouco de dificuldade em entender como organizar todas as tropas. Diferentemente de franquias como Total War, o gerenciamento de tropas em tempo real é mais frenético, priorizando jogadores com reflexos rápidos em vez daqueles que gostam de pensar em cada movimento. Outra diferença gritante desse gênero para os jogos da Creative Assembly é que, em vez de controlar unidades inteiras, Tempest Rising possibilita o controle a nível individual das tropas. Assim, o microgerenciamento em batalhas é um elemento central na jogabilidade.

Outra franquia que pode ser compara a Tempest Rising é Company of Heroes. O ritmo frenético, a interação com os objetos do mapa e a dinâmica entre unidades de infantaria com tanques e outros veículos é bem similar. Entretanto, por focar em uma jogabilidade mais antiga, Tempest Rising não conta com algumas características do clássico da Relic Entertainment, como o uso de cobertura para proteger as unidades. O resultado é uma jogabilidade focada em recuar e avançar tropas a todo instante, colocando aquelas com maior quantidade de HP na linha de frente enquanto protege e cura as que foram avariadas pelo inimigo. Por essa característica que exige uma postura mais ativa do jogador, as batalhas são mais aceleradas e intensas.
Acertos e falhas
Por mais que a jogabilidade seja um dos pontos altos do jogo, ela não está isenta de falhas. As escolhas dos desenvolvedores agradam aqueles que já possuem experiência no gênero e querem sentir o doce gosto da nostalgia. Para eles, quanto mais perto da jogabilidade dos Command and Conquer antigos, melhor. Jogadores novos, por sua vez, terão mais dificuldades para se adaptar. Embora a campanha solo seja envolvente, com missões que variam entre objetivos de defesa, escolta e ataque, algumas podem parecer repetitivas devido à dependência de mecânicas de “construir e destruir”.
Se a campanha é simples, o modo multiplayer agrega ao jogo, colocando jogadores com estilos diferentes para duelar. Entretanto, jogar online pode ser frustrante para novos jogadores devido à alta curva de aprendizagem, já que jogadores veteranos possuirão uma enorme vantagem. Esse é um gênero marcado por reflexos rápidos e habilidade de microgerenciamento, habilidades essas que demoram muito tempo para serem desenvolvidas.

Apesar dessas falhas, Tempest Rising acerta mais do que erra, especialmente para fãs do gênero RTS. A jogabilidade fluida, combinada com controles intuitivos e uma interface limpa, facilita o gerenciamento de exércitos e bases, mesmo em momentos caóticos. O suporte ao multiplayer competitivo, com atualizações regulares prometidas pela Slipgate Ironworks, sugere um compromisso com a longevidade do jogo.
Prós:
🔺Boa narrativa
🔺Ótimos gráficos para o gênero
🔺Jogabilidade clássica e funcional…
Contras:
🔻Mas que pode ser muito desafiadora para novatos
🔻Sem suporte a mods
🔻Falta de modo cooperativo
Ficha Técnica:
Lançamento: 24/04/25
Desenvolvedora: Slipgate Ironworks
Distribuidora: 3D Realms, Knights Peak
Plataformas: PC


