Review – Sonic x Shadow Generations

A Sega declarou 2024 como o Ano do Shadow e eles realmente não estavam brincando. O famoso anti-herói da franquia nunca recebeu tantos holofotes – nem mesmo quando protagonizou seu próprio jogo em 2005 (por mais infame que ele seja). Em dezembro, Shadow fará sua grande estreia no cinema em Sonic 3, mas ele também acaba de ganhar uma aventura só sua em um dos jogos mais aclamados do ouriço: Sonic Generations.

Já se passaram 13 anos desde que Sonic Generations foi lançado e a Sega resolveu resgatá-lo com uma ideia semelhante à que a Nintendo teve com Super Mario 3D World: remasterizar o jogo base e adicionar uma mini-campanha inédita como conteúdo extra. Assim nasceu Sonic x Shadow Generations, um relançamento que dá vida nova a este grande título e ainda nos deixa encarnar a Forma de Vida Suprema uma vez mais.

Uma nova perspectiva

Em Sonic Generations, acompanhamos duas versões do ouriço em uma aventura interdimensional. Ao se aliar a uma criatura chamada Time Eater, o Dr. Eggman consegue se encontrar com seu antigo eu e criar uma grande distorção no espaço-tempo. Isso reúne o Sonic moderno e o Sonic antigo, os colocando em uma jornada para reparar suas respectivas realidades ao reviver alguns dos momentos mais icônicos de suas aventuras.

Sonic Generations foi a grande homenagem que a Sega preparou para os 20 anos da franquia, então ele se resume a um compilado de todos os principais jogos do ouriço. Sua campanha se divide em fases 2.5D e 3D (de acordo com o Sonic que controlamos) e nos dá a possibilidade de revisitar diversas fases famosas dos vários títulos lançados até ali. Ele foi e continua sendo um jogo que soube explorar aquilo que a franquia apresentou de melhor ao longo dos anos.

Se tratando de uma remasterização, não existe muito a ser citado a respeito do Sonic Generations original. Ele recebeu uma repaginada nas texturas e agora está rodando a 60 fps constantes, o que dá um novo ar para a jogabilidade. Fora isso, foi adicionado um novo tipo de colecionável: agora você pode encontrar um Chao escondido em cada fase. Não é muito, mas fica aí a desculpa para jogá-lo novamente.

Esse é um jogo obrigatório do ouriço, então quem deixou passá-lo antes tem a chance de experimentá-lo em sua melhor forma. Já para aqueles que jogaram e têm pouco interesse em um replay, a campanha Shadow Generations justifica a compra, nos permitindo explorar a história através de uma nova perspectiva.

Mudança de protagonista

Enquanto os Sonics estavam ocupados demais lutando contra o Time Eater, Shadow estava vivendo suas próprias desventuras paralelamente em outra realidade quebrada. Contudo, seu principal oponente não lhe era desconhecido: Shadow Generations marca o retorno de Black Doom, um dos antagonistas de Shadow the Hedgehog.

É válido reforçar que toda a campanha do Shadow aborda muitos fatos importantes a respeito da origem do personagem, que fez sua estreia em Sonic Adventure 2. Para quem não é muito ligado nesse universo, recomendo assistir ao vídeo de introdução disponível na tela de título e também aos três episódios da animação ‘Sonic x Shadow Generations: Dark Beginnings’, disponibilizado gratuitamente no YouTube pela Sega. Dessa forma, é possível tirar mais proveito da história.

Shadow Generations não é muito longo, garantindo aproximadamente cinco horas de gameplay para quem se contentar somente em finalizá-lo. A lógica permanece sendo a mesma do jogo base, porém com diversas mudanças na sua execução. Para começar, o mapa onde selecionamos as fases segue um estilo totalmente puxado para o Sonic Frontiers, sendo tridimensional e repleto de segredos.

Conforme jogamos, vamos desbloqueando mais poderes para Shadow, possibilitando explorar novas áreas do mapa. Isso garante bastante liberdade de exploração e ainda estende consideravelmente o tempo de jogo, já que existem muitos colecionáveis para pegar! Apenas achei um pouco confuso o design do lugar; por ter um mapa mais extenso, Frontiers dispunha seus desafios de forma mais espaçada, sendo mais fácil se encontrar. Aqui tudo é muito amontoado, fazendo com que eu me perdesse com frequência ao tentar encontrar pontos inexplorados.

Já as fases resgatam momentos dos jogos lançados após o Generations original – além de Sonic Adventure 2, que não poderia faltar. Aqui poderemos reviver trechos de Shadow the Hedgehog, Sonic Forces, Sonic Frontiers e mais. É fato que muitos deles estão longe de ser os títulos mais queridos pelo público, mas ao menos todos têm alguma ligação com o personagem. No final, acaba fazendo mais sentido do que parece.

Shadow Generations foi um dos jogos mais fáceis que joguei na franquia e não sei se gostei muito disso. As fases são intensas e visualmente deslumbrantes, mas nenhuma delas propôs um desafio que chegasse perto de qualquer um dos estágios mais difíceis dos jogos passados. Isso não chega a estragar a experiência, mas também a deixa menos emocionante.

No geral, gostei bastante de Shadow Generations e achei ele um Sonic Frontiers melhor que o próprio Frontiers (apesar do mapa ser uma bagunça). Ele é excelente como conteúdo extra e ainda eleva o papel do personagem a um novo patamar – você jamais encontrará um ouriço tão estiloso quanto esse! Essa é uma boa forma de se relançar jogos antigos e, se a Sega quiser repetir a dose, eu não vou reclamar.