Eu sou um caçador de soulslike. Tirando os da FromSoftware que sempre estou jogando, fico constantemente de olho (e jogo, claro) em outros títulos do gênero. Deathbound é um deles. Em desenvolvimento pelo estúdio brasileiro Trialforge Studio, tivemos a chance de ter o acesso antecipado da demo que estará disponível no Steam entre os dias 5 e 12 de fevereiro.
A demo é de uma build pré-alfa, portanto já deixo claro que, sim, ela tem problemas como bugs e desempenho inconstante. É importante ter isso em mente quando for sua vez de jogar a demo, já que os desenvolvedores nos disseram que não planejam alguns ajustes importantes para a demo, como a adição da opção de V-Sync. Ou seja, será necessário ativar pelo driver para não ter vários screen tearing pela tela.
Por ser uma demo, o enredo aqui é o de menos. Mas, segundo a descrição do jogo no Steam, Deathbound tem uma história que envolve religião e ciência e uma luta contra a Igreja da Morte.
Deathbound inova no gênero
Vamos ao que interessa em um soulslike: seu gameplay. O jogo conta com diferentes personagens, que mais ou menos funcionam como classes, cada com suas próprias habilidades, equipamentos, moveset e outras características. Se você jogou Mortal Shell, entenderá mais facilmente, já que é como as carcaças do game.
Só que a maior diferença de Deathbound, é a possibilidade de trocar entre os personagens a qualquer momento, deixando o gameplay bem dinâmico e isso é um baita ponto positivo para os desenvolvedores. Em minha experiência jogando quase 30 soulslike diferentes até agora, nunca tinha visto uma mecânica do tipo.
A demo do jogo oferece 5 personagens, sendo necessário encontrar dois deles pelo caminho. É possível equipar quatro deles por vez e é necessário fazer isso com atenção, já que eles podem ter atritos, ou afetos, uns pelos outros, causando vantagens e desvantagens para o jogador, algo que sempre precisa de atenção.
Com a barra de sincronia completa ao derrotar inimigos, é possível executar um ataque especial trocando de personagem. Por exemplo, você está atacando com Therone Guillaumen e aperta o botão correspondente ao outro personagem, ele chega descendo o sarrafo causando bastante dano. Isso é muito legal.
É possível executar diferentes combos com ataques normais ao trocar os personagens também. Até com a demo, oferecendo menos personagens em relação a versão final do jogo, já é possível ter uma diversidade nesse sentido, o que é bastante interessante para um jogo soulslike.
Outra mecânica que envolve todos os personagens é a cura. Ao curar o guerreiro em uso com o item padrão (equivalente ao Estus de Dark Souls), o item extrai 40 pontos de vida dos outros personagens para curá-lo. Isso torna o jogo bastante estratégico no gerenciamento dos quatro guerreiros ativos e, um vacilo nesse sentido pode comprometer toda a run.
Deathbound é promissor, mas precisa de alguns ajustes
Deathbound tem bons visuais, personagens bem modelados e movimentação fluída. Não dá para falar de forma geral ainda, já que a demo disponibiliza somente um cenário, mas parece que os desenvolvedores também capricharam nas ambientações, além de efeitos de sombras e luz do ambiente.
O HUD do jogo é limpo, mas eu acho que o indicador de personagens no canto esquerdo inferior da tela pode ser menor. O menu é intuitivo e de fácil navegação. Porém a tela de evolução de personagem, que não funciona como nos souslikes tradicionais, me incomodou um pouco.
Ao interagir com o objeto equivalente a fogueira de Dark Souls, você pode aprimorar itens, os talentos dos personagens e escolher quais você usará. Além disso, claro, é possível subir de nível, mas o emaranhado de habilidades disponíveis, como podem ver na imagem acima, não é muito convidativo.
Mesmo com problemas de desempenho por se tratar de uma build inicial, e os elementos que mencionei acima, Deathbound é um soulslike bastante promissor. Os combates fluem bem, os inimigos têm boas reações e o sistema de mudança de personagens é bastante interessante.
Essa demo já foi o suficiente para gerar expectativa em mim e agora fico no aguardado do lançamento final do game, que ainda não tem data definida.