A tão aguardada sequência de Warhammer finalmente está em nossas mãos. Para muitos, é surpreendente que a franquia Total War tenha obtido sucesso além dos temas históricos. Contudo, a união entre a série de fantasia e o gênero de estratégia em tempo real mostrou uma sinergia que agradou os fãs de ambas as partes.
A morte de um Deus é o estopim para o conflito que compõe o jogo. As oito facções jogáveis possuem objetivos diferentes relacionados ao evento, passando por cima das outras a fim de obter a vitória final. Contando com dois títulos extremamente queridos pelos fãs da série, a missão de Total War: Warhammer III é bem simples: continuar com a evolução dos outros jogos e, com isso, continuar agradando e surpreendendo os jogadores. Teria a Creative Assembly conseguido atingir essas metas? É uma missão duríssima.
Semelhanças e diferenças
Antes de começar, já adianto que Total War: Warhammer III não tem pretensões de ser muito diferente dos outros títulos da série – pelo menos não no atual estado. Muitas das mecânicas presentes nos títulos anteriores continuam por aqui.
Nas batalhas, mudanças de design são notáveis nos cercos das cidades menores. As possibilidades de defesa e de ataque aumentaram devido ao layout das cidades, o que proporciona batalhas onde um jogador habilidoso pode derrotar um exército mais forte utilizando o máximo das vantagens. O salto em relação ao Warhammer I e II é notório.
Contudo, o mesmo avanço não pode ser dito nas cidades maiores. Nos cercos, algumas mecânicas que possibilitariam uma vantagem aos defensores se encontram – até o momento que escrevo esse review – bugadas, não funcionando completamente. Além disso, diferentemente das cidades menores, os layouts nesses locais são bem menos receptivos a novas táticas. Dificilmente você conseguirá virar uma batalha cujas chances são pequenas por aqui.
Vale mencionar que, até onde pude jogar, as unidades a distância e os monstros constituem a espinha dorsal do jogo. Ambas as unidades estão incrivelmente fortes, e se você quiser ter um exército capaz de derrotar tudo que se move então provavelmente terá que encher os batalhões com elas.
Facções novas e DLC
Total War: Warhammer III contará com algumas novidades nas facções. A mais notória delas é a inserção da facção Cathay dentro do jogo. Não irei entrar em detalhes sobre eles, pois já abordei as principais mecânicas e a história da facção em meu preview. Entretanto, posso acrescentar que, comparando com as outras sete facções, os Cathay estão bem fortes.
Algo bem polêmico é a inserção da facção dos Ogros. Para os fãs de Warhammer, a inserção dos Ogros como facção jogável era um dos elementos mais aguardados para a continuação da série. Verdade seja dita, a facção está presente e conta com boas mecânicas, mas o problema é que, para jogar com os brutamontes, você precisará comprar um pacote de DLC.
De resto, as facções do daemons – conforme explicado no preview – estão presentes. Há a possibilidade de jogar com os Daemons do Chaos unidos ou com cada facção separada. No estado atual do jogo, os Tzeentch possuem uma vantagem extremamente roubada na defesa de cercos, apelando para barreiras que consomem e destroem os inimigos.
Modo campanha
Uma das grandes novidades de Total War: Warhammer III é a possibilidade de colocar postos avançados em territórios aliados. A princípio, essa mudança parece não ter muita influência no jogo, mas os seus benefícios são primordiais. Os postos avançados permitem que o jogador consiga criar as tropas disponíveis no território aliado para serem incorporadas ao seu próprio exército.
De resto, não há grandes mudanças na maneira como a campanha é jogada. Óbvio que cada facção terá peculiaridades específicas – como, por exemplo, os Ogros tendo um recurso exclusivo de fome –, mas nada muito gritante. No preview eu menciono algumas características específicas da facção Cathay e dos Daemons of Chaos.
Algo a ser notado, porém, é a parte diplomática. Desde Total War: Three Kingdoms, os desenvolvedores estão prestando mais atenção nos elementos diplomáticos, incorporando elementos de outros jogos de estratégia. Em Total War: Warhammer III é possível saber exatamente os motivos de uma facção não querer entrar em acordo, sendo o motivo quantificado em números. Tal sistema é muito comum nos jogos da Paradox Interactive.
Problemas de otimização e veredito
Controlar uma enorme quantidade de tropas exige muito do computador. É natural que, desde os primórdios, a franquia Total War tenha sofrido para rodar nos computadores da época. A demanda computacional aumenta conforme a tecnologia avança, mas, mesmo nesse cenário, é do interesse dos desenvolvedores que o jogo rode na maior quantidade possível de máquinas.
Total War: Warhammer III sofre com problemas de otimização. É de se esperar que os requisitos sejam altos, só que, uma vez que tais requisitos sejam preenchidos, a performance do jogo deve corresponder com o hardware empregado. Meu computador, por exemplo, tem especificações equiparáveis aos requisitos recomendados, mas sofre para rodar o jogo com gráficos médios. Muitos usuários reportam que encontraram problemas similares com um hardware muito mais potente, o que indica uma otimização ruim.
Tanto o problema da otimização quanto o design de certos mapas podem ser resolvidos com atualizações futuras. Aliás, esse é o esperado, visto que os dois primeiros títulos da série também lançaram com problemas, mas melhoraram progressivamente até entrarem no coração dos fãs da franquia. No estado atual, Total War: Warhammer III é inferior a Warhammer II, mas isso não o torna um jogo ruim. Como o preço é bem salgado, é recomendado que, caso você não seja fã da série – ou da franquia como um todo –, se aguarde um pouco até que as atualizações resolvam os problemas ou que o preço abaixe. Se você é fã de carteirinha de Warhammer e não se importa com o preço, o jogo, em seu estado atual, não deixa a desejar, apesar de ter muito espaço para melhorias.