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Os jogos de galinha ganharam um destaque um tanto absurdo e impressionante nos últimos meses, e você já pode se aventurar na pele de galos detetives ou até mesmo galinhas que botam bombas. No meio dessa febre tão aleatória, temos o retorno de Mean Mcallister, o galo mais bombado dos videogames, que está chegando ao PS4 com seu jogo Chicken Assassin: Reloaded (lançado originalmente em 2016 para PC), desenvolvido pelo estúdio de apenas três pessoas OneShark.

Existe uma maneira muito simples de explicar o que é Chicken Assassin: sabe aqueles jogos com um conceito extremamente tosco em que só devemos clicar nas coisas freneticamente? Pois é, soam bem ridículos à primeira instância, mas esses jogos costumam ter a proeza de ter um sistema de progressão tão viciante que acabam arrancando horas e horas do jogador sem que ele sequer perceba. Chicken Assassin pode ser incluído nessa família, e acredite: é viciante.

Uma história de amor e de esmagar botões

Mean Mcallister é o galo mais ‘badass’ que você vai conhecer, e o mesmo mantinha um relacionamento secreto com Candy, a esposa de um chefão do crime. Um certo dia, após uma troca de olhares peculiares e alguns beijos jogados no ar, o marido de Candy descobre sobre o caso e sequestra sua esposa, obrigando nosso galo maromba a partir em uma jornada de resgate ao seu grande amor.

Ao longo de 10 fases inusitadas, você enfrentará muitas ondas de inimigos, mas este game funciona de um jeito pouco convencional. Na descrição de Chicken Assassin, podemos notar que é classificado como um RPG, e mesmo que de fato possua elementos do gênero, o gameplay é o que realmente engana. Se você, assim como eu, achou que seria um beat ‘em up, na realidade se trata de um esmaga botões que chamamos de “clicker game” – você não controla o galo, mas sim o cursor com o analógico, apontando-o para o inimigo que deseja encher de porrada e metralhando o X de seu Dualshock.

Imagem do jogo Chicken Assassin: Reloaded
Mete soco nesse caldeirão!

É só isso que se faz no jogo inteiro, mas não é tão simples assim progredir. Os elementos de RPG tem um papel crucial aqui, e as fases já foram criadas com o intuito do jogador não conseguir vencê-las de primeira, sendo obrigado a repetí-las quantas vezes for preciso até conseguir. Quanto mais vezes jogar, mais XP é obtido e consequentemente novos levels são conquistados, além de roupas novas e almas (a moeda do jogo) para realizar upgrades em seu galo.

As fases seguem sempre o mesmo padrão: há um total de 20 ou 30 ondas de inimigos para enfrentar, sempre com um mini boss a cada 10 e, na última o verdadeiro chefão da fase. Não é necessário vencer todas as ondas para avançar para a próxima fase, mas é apenas concluindo todas que se avança no jogo como deve. Além dos benefícios já citados, os inimigos também dropam equipamentos que podemos equipar em Mean e melhorar seus atributos, o que também é essencial para o avanço no jogo.

Basicamente é isso que torna Chicken Assassin: Reloaded tão viciante – o gameplay não é o seu ponto forte, mas o sistema de progressão consegue entrar na sua cabeça e fazer com que jogue por horas e mais horas apenas pelo prazer de ver seu galo evoluindo cada vez mais.

Imagem do jogo Chicken Assassin: Reloaded
Quanta coisa acontecendo ao mesmo tempo!

Tudo a seu favor

Apesar do jogo ser um tanto cruel ao obrigar o jogador a repetir uma mesma fase diversas vezes para prosseguir, muito está a favor do jogador aqui, porque existem muitos meios de se conseguir melhorias no personagem e só é necessária sua paciência para explorar todos eles.

As almas, que usamos para comprar upgrades para Mean, não vão faltar. Você pode obtê-las em tudo: derrotando inimigos, vendendo itens ou até mesmo socando o caldeirão no menu do jogo, que fornece almas infinitas desde que tenha paciência de surrá-lo infinitamente. O game ainda possui seu próprio sistema de conquistas, que também te recompensa com almas. Não precisa nem se preocupar em como desbloquear todas, basta jogar normalmente que as recompensas serão bem gordas: alguns feitos te dão até 1 milhão de almas!

Imagem do jogo Chicken Assassin: Reloaded
Prepare-se para gastar muitas horas cumprindo esses objetivos…

Tudo isso é muito necessário para os upgrades e para expandir o seu inventário, afinal quanto maior sua level, mais caras as melhorias, que são essenciais para que consigamos vencer todas as ondas de uma fase. Fora isso, também desbloqueamos várias roupas, e essas trazem alterações apenas cosméticas, servindo para provocar risadas ou representar easter eggs da cultura pop.

Todos os cenários são muito bem feitos e ricos em detalhes, e a arte do game cativa mesmo não sendo excepcional. Como esse é um game que não precisa de sentido algum, visitaremos muitos lugares distintos em cada fase, cada um possuindo seus próprios detalhes e uma abundância de easter eggs. Gostaria de destacar a beleza da segunda fase, ambientada em um trem Cyberpunk, e quem acompanha minha trajetória aqui no Gamerview conhece o meu amor pelo gênero e sabe que sou suspeito pra falar disso.

Mais aleatórios que as fases são os inimigos contidos nelas, sem coerência nenhuma com o ambiente em questão – é super normal você estar lutando no meio do mar e ser atacado por… ratos?

Imagem do jogo Chicken Assassin: Reloaded
Destaque para a fase do trem Cyberpunk, porque sim.

Tratando-se da trilha sonora, as músicas condizem com a temática que cada fase aborda, mas ainda assim chega a passar batida, já que o barulho da pancadaria acaba se sobressaindo. O restante é tão simples que até dispensa comentários: as cutscenes são imagens estáticas e a dublagem é apenas uma voz alterada que narra os textos das cenas. Inexplicavelmente, você só poderá vê-las uma vez, além das legendas ficarem cortadas na tela da televisão – não fosse pelo narrador, seria difícil ler e saber tudo o que está acontecendo.

Chicken Assassin: Reloaded é um daqueles jogos que você joga em uma tarde de domingo bem tediosa, em que não há nada melhor para jogar ou fazer. Apesar do sistema de progressão viciante, o seu gameplay simplório não ajuda em nada e enjoa muito rapidamente, tornando suas 10 fases mais excessivas do que deveriam ser. Ainda assim, mesmo com seus contras, o jogo não deixa de ser, no mínimo, interessante.