Skip to main content

Grey Seer Rasknitt está de volta. Os cinco Heróis de Ubersreik foram capturados. Sem seus salvadores, a cidade de Ubersreik pereceu às forças malignas do Clã Fester. Um portal está sendo construído para que o Campeão do Caos, Bödvarr Ribspreader, alcance a cidade de Helmgart com todo o seu exército. E você? Onde se encaixa nessa história? Como um dos cinco heróis capturados, cabe a nós escaparmos do cárcere e mais uma vez impedir que um segundo apocalipse se inicie no mundo de Warhammer.

Warhammer: Vermintide 2 é uma sequência direta de Warhammer: End Times – Vermintide, lançado em 2015 e um título que trouxe novos ares para a saga, fugindo um pouco do padrão RPG que todos já estavam acostumados e trazendo um jogo repleto de ação com um frenético multiplayer cooperativo. Seguindo a fórmula de sucesso de jogos já consagrados do gênero, como Left 4 Dead e Payday, Vermintide 2 sai do clichê de zumbis e assaltos a bancos e parte para um cenário totalmente medieval e apocalíptico, repleto de criaturas diabólicas e com muito sangue voando na tela.

Cooperação ao extremo

Warhammer: Vermintide 2 se passa em uma era onde o universo de Warhammer foi assolado pelo apocalipse, o que é chamado de End Times (Fim dos Tempos). Após aquele breve resumo no primeiro parágrafo, tudo que você precisa saber é que novamente podemos encarnar os mesmos cinco protagonistas do primeiro, e que além dos Skaven (uma raça de ratazanas humanoides) teremos o Exército do Caos como inimigo.

Pra quem não é muito fã de história e só quer curtir um bom jogo de ação com os amigos, nada te impede de tirar total proveito deste título. É fato que os jogos da série Warhammer sempre tiveram um certo capricho em seus enredos, afinal é um universo muito rico e seria um desperdício não explorá-lo devidamente – mas em Vermintide, o foco acaba ficando no que o jogo tem a oferecer como jogo, tornando a história algo complementar.

É tanto sangue que não dá pra entender nada…

Dito isso, não é necessário jogar o primeiro para jogar esse, assim como os próprios desenvolvedores nem fazem questão que você se inteire sobre os fatos. Quer uma prova disso? Você nem sequer precisa jogar o prólogo, que é o que apresenta tudo aquilo que foi citado na introdução desta análise. O prólogo está disponível como um modo a parte no menu principal e serve como um tutorial, onde além de aprender as mecânicas você também se familiariza com o modo como o jogo funciona – e cá entre nós, não é nenhuma novidade, então se quiser pular direto pra ação, nem precisa pensar duas vezes.

O multiplayer é exclusivamente cooperativo e suporta até quatro jogadores no grupo, tendo um sistema de matchmaking muito prático e funcional, onde os grupos são formados pelo personagem escolhido, pela missão desejada e pela dificuldade selecionada de cada jogador. Sendo assim, você pode muito bem jogar todas as missões do jogo em sequência, sem perder nenhum detalhe da história e muito rápido ainda por cima, já que o jogo não demora muito para encontrar jogadores e coloca-los na sua partida.

Mesmo sendo um dos pontos mais positivos do jogo, esse é um fator relativo, já que por vezes você pode acabar não encontrando ninguém por ter poucos players ativos no momento ou por ninguém estar qualificado nos requisitos da sua sessão – o que é uma situação rara, já que comigo aconteceu uma única vez. Ainda é possível jogar no modo offline, mas o seu progresso não poderá ser transferido para o modo online (é possível ser feito o contrário) e você não poderá continuar jogando aquele save com amigos ou estranhos depois, então não convém jogar Vermintide 2 sem conexão, o que pode limitar bastante o seu jogo.

NUNCA se afaste do seu grupo.

O matchmaking é bem feito, mas ainda faltou a opção de iniciar uma missão acompanhado apenas por BOTs e permitir que outros jogadores entrem na partida posteriormente. O jogo só se inicia quando tiver ao menos um outro jogador no grupo (além de você), e caso não seja encontrado mais dois para completar a party são selecionados dois BOTs aleatórios, o que não chega a ser ruim já que a IA não deixa a desejar e consegue te ajudar consideravelmente. O problema é que em todas as ocasiões é priorizado formar uma party com 4 players, o que pode atrasar o início da missão já que ficamos à mercê da conexão de outras pessoas. Não é um problema tão recorrente, mas também não é raro estar na lobby com mais 2 pessoas prontas para jogar e ser obrigado a esperar um quarto jogador se conectar ao seu jogo.

É compreensível que o foco aqui é a cooperação entre quatro jogadores o tempo inteiro, mas o modo como foi construído as missões também pode te prejudicar caso esteja jogando com estranhos. Todos os jogadores devem ficar juntos o tempo inteiro, pois o jogo pune quem não está andando com a equipe e os outros também saem prejudicados. O exemplo mais comum: só é possível avançar para as áreas seguintes com todo o bando reunido, então caso alguém resolva largar o controle no sofá e ficar ausente no meio da partida, todos os outros três não poderão continuar a missão até que o outro volte e avance junto com eles. No geral é possível expulsar essas pessoas da sessão, mas se ela for o host (como aconteceu comigo) é impossível, estragando o progresso de todos e forçando-os à abandonar o jogo, o que é muito frustrante.

Loot box do bem

As mecânicas de Vermintide 2 não trazem nenhuma novidade, o que também é desnecessário já que o conceito é tão simples e intuitivo. Sendo em primeira pessoa, nosso personagem pode alternar entre armas brancas ou de fogo, ou até usar magias dependendo da sua classe. Cada personagem tem uma classe estabelecida, mas ainda é possível alternar seus equipamentos ao seu gosto, então não é porque o seu General Inquisidor possui duas pistolas que você não pode equipar uma besta nele, ou um machado no lugar da espada, e por aí vai.

Se foi de graça, tá valendo.

Você adquire equipamentos novos conforme joga missões e realiza desafios dentro do jogo. Tudo isso é recompensado com caixas que te premiam com três itens aleatórios, mas não tema! Essas caixas são sim loot boxes, mas são loot boxes do bem, já que não é possível comprar mais delas com dinheiro real. O único modo de obter caixas é jogando, e elas estão aí justamente pra isso – pra te forçar a jogar mais e mais em busca de itens melhores para seu personagem. Também é possível usar itens que coletamos para criar outros ainda melhores, servindo de alternativa a esse método.

As missões funcionam exatamente do mesmo jeito, então não tem muito o que fazer além de esmagar o mesmo botão do início ao fim de todas elas. Em todas você apenas explora uma área nova enquanto enfrenta muitas hordas de inimigos – e bota muitas nisso, já que chega a ser impressionante como não ocorre quedas de framerate com tantos monstros presentes simultaneamente no cenário. Talvez seja por isso que foi feito um downgrade nos gráficos da versão de consoles, o que é compreensível e ainda continua muito bonito, mas longe de impressionar como ocorre na versão de PC.

Matando um troll with lasers from hell.

A violência desenfreada é outro dos aperitivos do jogo. Enquanto matamos, espalhamos sangue por toda parte, além de presenciarmos muitas mutilações e decapitações. Parte dessa brutalidade por vezes fica imperceptível pelo jogo ser muito escuro, mas não deixa de ser legal.

As missões duram em torno de 20 a 30 minutos, o que não é pouco, então não é o tipo de multiplayer rápido que sentamos para jogar apenas algumas partidas. O game possui três atos com quatro missões cada, mas ainda é possível adicionar mais dois conjuntos de três atos por meio dos DLCs disponíveis: Back to Ubersreik e Shadows Over Bögenhafen.

Warhammer: Vermintide 2 é um ótimo jogo de ação com um excelente multiplayer. Ele foi feito para ser jogado de todos os jeitos, tanto com estranhos como com amigos, mas é mais que recomendado que o foco seja com amigos e conhecidos para evitar quaisquer frustrações que possam atrapalhar seu jogo, se jogado com pessoas aleatórias. É um título bem duradouro e brutalmente divertido, que vai fazer seu dinheiro valer com incontáveis horas de matança e trabalho em equipe.

Imagem do review de Dicefolk

Review – Dicefolk

Marco AntônioMarco Antônio27/03/2024
Imagem do review de Contra: Operation Galulga

Review – Contra: Operation Galuga

Marco AntônioMarco Antônio26/03/2024