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Quando ouço o nome Isle of Man, logo me vêm a cabeça duas coisas. Como sou ciclista amador, primeiro lembro de Mark Cavendish. Nascido nessa ilha, ele é um dos melhores sprinters da sua geração, campeão mundial e o segundo maior vencedor de etapas do Tour de France de todos os tempos.

A outra coisa são as corridas de moto que vi na minha adolescência em algum canal de esportes que não me lembro. E essas corridas me deixavam vidrado, torcendo para algum acidente (me julguem!). E olha que os acidentes não eram poucos. As provas são disputadas nas estreitas ruas do local, as motos passam a milímetros dos muros e o perigo é constante por todo o circuito de quase 60km.

VRUM!

Apesar dos recursos de certa forma limitados do Switch, em comparação com as outras plataformas para as quais o game já foi lançado, a desenvolvedora Kylotonn Entertainment conseguiu capturar a essência do que é esse evento que acontece desde o começo do século XX, e levou pro console o mesmo game completo que já havia saído anteriormente, com todos os modos intactos.

Correndo com os amiguinhos…

Sim, TT Isle of Man Ride on the Edge é um título completo para o videogame da Nintendo, mas isso não significa que tenha muitas novidades em relação aos modos de jogo. No single player, temos os tradicionais Quick Race, Career Mode e Time Attack, nada diferente do que a gente pode esperar. Se quiser jogar multiplayer, as opções são para disputas locais ou online. Só é preciso ter um pouco de sorte, já que não é fácil achar uma corrida online – a quantidade de jogadores deve ser bem pequena.

Moto bate-bate

Depois que escolhi o modo de jogo começaram minhas dificuldades. Não que a jogabilidade seja ruim, pelo contrário, ela é bem realista, o que torna o game bem difícil, pelo menos para mim. Costumo brincar que se é preciso usar freios em um jogo de corrida, então não vou me dar bem.

E é exatamente esse realismo que me fez penar bastante no começo de TT Isle of Man. Ainda bem que existem várias formas de ajuda, como escolha entre câmbio automático ou manual, indicação da melhor linha no percurso e até freios automáticos. Claro que usei muitos desses recursos antes de me sentir confortável com os controles e foram realmente de grande ajuda.

Chorando em posição fetal…

A sensação de velocidade é muito boa, senti realmente que estava pilotando uma moto extremamente veloz, principalmente quando usava a visão em primeira pessoa, como se realmente estivesse sentado no selim e segurando o guidão. Era preciso ter muita habilidade para fazer as curvas, evitar muros e árvores.

Aliás, a física de TT Isle of Man é algo que precisa ser elogiado. Um pequeno vacilo pode te fazer sair voando da moto e se arrebentar no chão. Isso também é possível de ser configurado, vai do gosto de quem está jogando se quer algo mais real ou algo mais tranquilo, sem tantos desafios assim.

Switch sofre…

O circuito chamado Snaefell Mountain tem cerca de 60km, como falei no começo do texto. Ele foi perfeitamente recriado no título. Temos 25 pilotos oficiais e 38 motos reais. Mas é óbvio que para essa versão do Switch, alguns downgrades foram necessários.

Os visuais ficaram mais simples e com muito menos efeitos, com bastante distorção nos cenários de fundo durante as provas, e isso podemos notar principalmente quando jogamos no modo portátil.

O último lugar é tão solitário…

Ainda que algumas concessões tiveram que ser feitas, é possível notar quedas de frame-rate em certos pontos, especialmente quando aparecem muitas motos ao mesmo tempo na tela. Esse port levou cerca de um ano para ser concluído, então era de se esperar que esse tipo de problema não ocorresse.

No final, TT Isle of Man Ride on the Edge é um bom título, bastante desafiador e intenso. Quem gosta de games de velocidade com simulação realista não vai se arrepender de ficar algumas horas na frente da TV. Só é preciso se controlar, os tombos são constantes e podem causar certa frustração até que se pegue o jeito e descubra a melhor forma de pilotar.