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Lançado originalmente no finalzinho de 2021 para PC, Trash Sailors está trazendo todo o seu lixo para os consoles – e não, isso não é uma ofensa, pois é exatamente sobre isso que se trata este jogo: pegar lixo! Seguindo a premissa de jogos como Overcooked, aqui temos mais um party game de quatro jogadores onde a cooperação é a chave para o sucesso. A diferença é que, ao invés de cozinhar em situações extremas, aqui você e seus amigos controlam marinheiros que devem coletar lixo na água e utilizá-lo a seu favor de diferentes formas.

A proposta é diferente e consegue se sustentar sem parecer apenas um mero clone de qualquer multiplayer caótico que já vimos até aqui, mas inevitavelmente, Trash Sailors também sofre do mesmo mal que suas inspirações. É um jogo ok, desde que jogado com outras pessoas – mas não qualquer pessoa, precisa ser amigos e gente próxima, que você possa xingar e dar boas risadas durante a jogatina. Caso contrário, vai ser difícil simpatizar com esse monte de lixo.

Navegando em águas turvas

No mundo de Trash Sailors, um tsunami de lixo colossal assolou a humanidade e deixou tudo alagado – e bastante sujo, diga-se de passagem. Graças ao famoso instinto de sobrevivência do homem, que é o que manteve nossa espécie viva até hoje, os marinheiros encontraram uma forma de transformar todos esses resíduos em energia. Assim, partem em uma árdua jornada em busca de uma escapatória daquele oceano infinito.

Trash Sailors
Jogar este jogo sozinho é um completo desastre

Assim como em Overcooked, o jogo é dividido em fases com dificuldade crescente, então no começo tudo é “nossa, que joguinho legal” e, conforme você avança, o que fica é apenas dor e sofrimento. Em Trash Sailors, você pilota uma jangada ao longo de um percurso repleto de lixo, obstáculos e inimigos. Seu objetivo é chegar até o final sem destruir o barco ou deixar todos os marinheiros incapacitados, o que costuma ser mais fácil na teoria do que na prática.

O objetivo principal do jogo é coletar lixo e convertê-lo em combustível no gerador do barco, enquanto vai desviando de qualquer obstáculo no caminho. Nisso já dá para perceber que esse é um trabalho para duas pessoas, mas ainda existem mais duas preocupações: consertar os danos da jangada (o que será necessário praticamente o tempo inteiro) e enfrentar os inimigos que surgirem. Sendo assim, o ideal sempre é jogar em quatro jogadores, pois cada um pode ficar a cargo de uma tarefa. Com menos que isso, será preciso que alguém se divida por dois e é aí que os problemas começam a aparecer.

Até agora eu não entendi muito bem qual a função deste robô

Apesar do foco ser no co-op, é possível jogar sozinho, mas infelizmente o singleplayer é disparado a pior coisa deste jogo. Aqui você é forçado a controlar dois personagens “simultaneamente”, tendo que dividir todas as tarefas entre eles – ou seja, não só é mais trabalhoso como também exige que você pense por duas cabeças! O modo solo acaba sendo mais estressante do que divertido, pois é praticamente inviável pilotar, coletar lixo, consertar e ainda batalhar sem ajuda, tudo isso ao mesmo tempo que troca de personagem constantemente para alternar as funções dos seus marinheiros.

Joga o lixo no lixo

Acho que já ficou bem claro que o trabalho em equipe é indispensável em Trash Sailors, não é? Por isso, acaba não dando muito certo jogar com pessoas aleatórias que você encontra no matchmaking, pois a interação e a estratégia são essenciais para se sair bem-sucedido. Assim como em Overcooked, a melhor opção sempre será jogar com mais três amigos no bom e velho co-op de sofá, mas graças ao modo online, também dá para fazer isso à distância. Apenas poupe-se de tentar jogar com jogadores aleatórios, pois no final o que fica é apenas raiva e frustração.

O visual do jogo é bem bacana e me lembrou vagamente aquele desenho As Trapalhadas de Flapjack, que passava na Cartoon Network. Não chega a ser igual, mas os gráficos foram todos desenhados a mão e são cheios de originalidade, então não deixa de ser bonito dentro da sua simplicidade. Infelizmente, o restante do pacote acaba sendo genérico até demais, então a trilha musical, o visual dos personagens e todo o resto caem facilmente no esquecimento.

Você não sabe se desvia, se pega o lixo ou se conserta a jangada…

Já a jogabilidade é simples e satisfatória como deve ser para um jogo do gênero, mas o combate não me agradou em nada. Pescar itens no mar é fácil, pilotar a jangada é fácil, consertar partes danificadas é fácil – tudo certo até aqui. O problema começa quando você precisa enfrentar algum inimigo, porque todas as mecânicas de combate parecem ter sido aplicadas de qualquer jeito, no improviso. Você não consegue ter muita noção se vai ou não acertar o oponente, não sabe quanto dano está causando e, mesmo com as armas que podemos criar com lixo, não sente prazer algum nesses confrontos. Para mim, foi algo totalmente desnecessário que não precisava estar no jogo, mas como está, azar o nosso.

No final, Trash Sailors até rende bons momentos se jogado com a galera, mas é muito difícil de recomendar em outras circunstâncias. Jogar sozinho é masoquismo e arriscar com pessoas aleatórias acaba não sendo tão divertido quanto poderia. No final, a impressão que fica é que você e seus amigos poderiam estar aproveitando seu tempo muito melhor com algum outro jogo, então esse não é um daqueles títulos que vão reinar dentro das suas jogatinas em grupo. Ainda assim, o lixo de um homem é o tesouro de outro, então quem resolver experimentar pode acabar se surpreendendo.

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