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Existem jogos de ação, tiro, corrida, esportes etc, assim como existem jogos que são obras de arte, transcendendo uma definição baseada em apenas um gênero. Transistor é uma pérola lançada em 2014 para PC e PS4, adaptada para iOS em 2015 e agora em 2018 para Nintendo Switch. Desenvolvido e distribuído pela SuperGiant Games, a mesma produtora responsável pelo também aclamado Bastion, Transistor é um jogo de RPG com visão isométrica que pode ser jogado em turnos ou como um jogo de ação, onde você assume o papel da cantora Red e parte em busca de respostas.

Transistor não tem uma introdução ou historinha para ambientar – ele te joga no mundo sem explicar nada, e a história vai sendo contada conforme você avança. A nossa protagonista tem como companheira uma espada gigante, o tal Transistor que dá nome ao game. Mais do que uma arma, a espada realmente te faz companhia, e vai te contando aos poucos o que está se passando, com diálogos sempre muito bons e um humor bem ácido. Ao avançar, também vamos recolhendo pistas e upgrades para o Transistor. Essas pistas são sempre recolhidas de corpos que você encontra, como se fossem almas que vamos coletando com o passar do jogo.

Imagem do jogo Transistor
O combate pode ser estratégico ou frenético, você escolhe.

Uma cidade noir futurística

O universo do jogo se passa numa cidade cyberpunk, mas com um toque noir bem charmoso – tudo isso pontuado por uma arte belíssima. Transistor é um jogo muito inteligente, que não subestima a inteligência do jogador e não dá nada de mão beijada, pois a fórmula de não explicar absolutamente nada inicialmente é instigante. Você quer jogar porque quer saber, e vai jogando sem perceber muito o tempo passando.

As mecânicas te permitem jogar da maneira que achar melhor: jogando como um jogo de ação, você tem mais velocidade e a jogabilidade se torna frenética, porém você fica mais vulnerável e consequentemente apanha mais. Em turnos, você pode planejar melhor suas ações e evita tomar dano, mas após executar suas ações ficamos um período sem poder utilizar suas habilidades, restando a opção de correr e se esconder. Escolher a forma como vai jogar é fundamental na estratégia para avançar no jogo.

Imagem do jogo Transistor

A arte do jogo é belíssima. Dá até vontade de ficar parado, apenas admirando essa pintura.

Jogue do seu jeito

Falando nas habilidades (que o jogo chama de funções), você tem 4 slots para colocar as habilidades que vai utilizar, e cada uma delas pode ser combinada com outra. Cada função tem sua característica quando equipada como primária e mais outra quando está como secundária, criando assim uma infinidade de combinações possíveis. Quando sua barra de vida chega ao fim, ao invés de morrer, a protagonista perde uma das suas habilidades temporariamente e retorna com sua energia cheia. Você recupera suas habilidades chegando a postos de controle pelo caminho.

Os gráficos do jogo não tem texturas incríveis, partículas inacreditáveis ou resolução 4K master race next-gen. Ele te ganha na beleza da direção de arte – tudo aqui é muito bonito e alguns cenários são verdadeiras pinturas. A movimentação é um pouco lenta e pesada, mas é apenas questão de costume. A câmera posicionada de forma isométrica pode parecer estranha inicialmente, mas quando você entende que os combates são muito estratégicos, essa visão de “tabuleiro” acaba se tornando um adjetivo ao game.

Imagem do jogo Transistor
Os detalhes da história vão sendo entregues aos poucos.

Um jogo para os olhos e para os ouvidos

A trilha sonora é muito, mas muito boa mesmo. Faz parte da narrativa do jogo, deixando a experiência de Transistor ainda mais imersiva. As músicas enriquecem o tom noir do game e vão te inserindo cada vez mais naquele lugar desconhecido. A dublagem de Transistor consiste basicamente no monólogo que a espada faz durante o percurso, quase que uma narração, mas repleta de personalidade. O responsável pela voz é Logan Cunningham, que também trabalhou em Bastion, jogo anterior da empresa.

Os diálogos são bem construídos e vão dando o tom da história, mas apenas quem tem domínio da língua inglesa vai conseguir desfrutar ainda mais do jogo. Um detalhe é que o jogo não permite a escolha de idioma e cheguei a jogar boa parte com legendas em inglês, mas quando mudei o idioma no menu do console, o game magicamente também mudou!

Uma falha no meu currículo gamer foi ter deixado passar esse jogo em seu lançamento, mas felizmente a versão de Switch está muito bem otimizada, não devendo nada à versão original. A plataforma da Nintendo parece ser o habitat natural do jogo. Com essa simplicidade complexa, Transistor se torna uma experiência muito empolgante não só pela bela arte, trilha sonora espetacular e história instigante, mas também por uma jogabilidade criativa e dinâmica. Se você, assim como eu, dropou esse jogo, 4 anos se passaram e aqui está uma nova chance de desfrutar dessa obra prima.

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