E se você tivesse o poder de moldar o destino da humanidade? Empunhando o poder de um deus, você guiaria seus súditos em direção à glória, garantindo um futuro próspero para todos. Mas nem todos os corações são puros. Alguns usariam esse poder para alimentar seus próprios desejos egoístas, enquanto outros assistiriam com indiferença enquanto o mundo caía em chamas. Em The Universim, a escolha é sua. As ferramentas da criação estão em suas mãos. Cabe a você decidir o tipo de deus que você será. Conduzirá seu povo à luz ou os condenará à escuridão? A história da humanidade está em suas mãos.
Seguindo a escola de clássicos como Black & White, em The Universim você guia a civilização humana desde a era da pedra até a era espacial. Observe a evolução dos seus súditos, desde as ferramentas rudimentares até as maravilhas tecnológicas do futuro. As expectativas são altas, então seria esse um jogo digno de um gênero que, recentemente, foi esquecido pela indústria?
Mecânicas e jogabilidade
No papel de uma divindade, você será o encarregado de garantir o sucesso das suas próprias criaturas. Se lembra do filme “O Todo Poderoso”? Pois é, em The Universim você pode ter a mesma sensação que o Jim Carrey teve enquanto brincava de deus. Claro que, por se tratar de um jogo, a sua vida não será tão simples, e logo você entende o quão complexo é bancar uma divindade.
Em The Universim, suas ações como deus não se limitam ao entretenimento. Recompensar ou punir seus fiéis molda o destino da sua civilização e gera Pontos de Criador, a moeda divina que permite interferir na vida dos cidadãos. O amor gera pontos através da oração, no maior estilo igreja evangélica, e o medo gera pontos através de sacrifícios, lembrando muito os ritos dos povos pagãos.
A telekinesis em The Universim é uma ferramenta poderosa que agiliza a construção e o desenvolvimento da sua civilização. Arrastar recursos com um simples gesto de mão elimina a necessidade de logística manual, economizando tempo e otimizando o trabalho. No entanto, a telekinesis não é isenta de desafios. Controlar objetos e pessoas com precisão exige prática e pode ser frustrante no início.
Problemas e veredito
The Universim permite vários estilos de jogabilidade. Você pode ser uma divindade mais passiva, observando seus súditos enquanto eles realizam atividades triviais, ou pode ser mais ativo, assegurando que eles sigam o caminho correto. A escolha depende única e exclusivamente de você.
Há alguns problemas dentro do jogo. É de se esperar que exista um sistema de diplomacia, mas ele não existe. Não há como interagir com outros povos. O loop da jogabilidade, por mais que permita outros estilos, se torna entediante com o tempo. Você passará mais tempo esperando as pesquisas do que, de fato, agindo ativamente. Pelo menos o microgerenciamento diminui bastante conforme o jogo progride.
Como um sucessor espiritual de Black & White, o título não atinge as expectativas. Na verdade, dá para imaginar The Universim mais como um jogo de gerenciamento de recursos. Um fator que agrega bastante é o narrador, que, ao estilo de jogos como Two Point Hospital e Two Point Campus, sempre faz comentários sobre o que está acontecendo.
Se você não tem problema com essa passividade, The Universim é um excelente jogo. Lembro de ter ouvido o termo “filme aquário” para representar um filme que é lindo visualmente, mas que não possui uma história que prenda o espectador. Creio que esse termo possa ser aplicado nesse jogo. Às vezes, tudo o que você quer é observar bonecos virtuais levando a vida deles, sabendo que, a qualquer momento, você pode intervir.
Prós:
🔺 Interface intuitiva e polida
🔺 Estilo de arte
🔺 Interferir diretamente no destino do seu povo é sempre divertido
Contras:
🔻 Entediante depois de um tempo
🔻 Jogabilidade muito passiva
Ficha Técnica:
Lançamento: 22/01/24
Desenvolvedora: Crytivo
Distribuidora: Crytivo
Plataformas: PC