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O sexto torneio Fight For Survival está para começar e talentosos lutadores se reúnem ao redor da região de Zone Prime para poderem participar. Novos lutadores entram pra competição e uma nova CEO coordena as batalhas em The Rumble Fish 2.

Sendo um port do título lançado originalmente em 2005 para a plataforma arcade Atomiswave, The Rumble Fish 2 chega ao PC e consoles com resolução widescreen, suporte para rollback netcode e um multiplayer aprimorado em relação à sua versão para o NESiCAxLive. Uma tradução um pouco mais truncada do que era esperado, admito.

Uma batalha marcante

Se passando alguns anos após a quinta edição do torneio, em The Rumble Fish 2 novos lutadores surgem para batalhar em prol do entretenimento das massas e dos ricos e poderosos. Após os eventos do primeiro jogo, a PROBE-NEXUS se tornou ainda mais poderosa e desta vez sua diretora também quer participar da ação.

The Rumble Fish 2
Lud é um excelente personagem para manter pressão

O torneio coloca 12 personagens do roster original com mais 3 novos integrantes: Bazoo, um boxeador monstruoso que usa entulho para atacar; a novata Mito, uma jovem garota que usando uma Bokken (katana de madeira) para punir seus oponentes; e Lud, um enérgico lutador que possui uma manopla como arma.

Cada personagem possui sua própria narrativa dentro da história central em que Beatriz, a atual CEO da PROBE-NEXUS, age como pivô entre organizadora do evento e antagonista de todos os lutadores. Uma mulher de negócios e uma lutadora tão hábil quanto é de se esperar.

A narrativa principal no entanto recai sobre Zen Yuzuhira, um lutador de 18 anos conhecido por derrotar dojos e ter a alcunha de El Diablo. Campeão do Fight For Survival anterior, Zen luta contra Greed, um antigo aliado e mentor, que trai Zen e sua antiga gangue. Zen ingressa o sexto torneio para continuar buscando Greed.

The Rumble Fish 2
Este é o cenário mais distorcido pelo upgrade para widescreen

Explorando e expandindo as raízes

The Rumble Fish 2 é sem dúvida alguma um produto de seu tempo. Lançado em março de 2005, é possível notar diversos elementos que marcaram os jogos de luta daquela época. Visuais futuristas, com cenários que mesclam luxo e pobreza, algo que gosto de chamar de “sofistivapor”.

Os visuais e estilos de luta dos personagens seguem as ideias e formas de outros jogos famosos, mas conseguem ter sua própria identidade. Zen, mesmo parecendo uma mistura de Sol Badguy com Ryu, tem um sistema de combate fluído e uma movimentação voltada para golpes que se conectam rapidamente.

Outro exemplo é Garnet, que possui um visual à lá Mai Shiranui enfermeira, mas na realidade tem um gameplay semelhante ao de Chun-li. Se você já jogou ou tem um conhecimento básico dos grandes jogos de luta 2D – Street Fighter, The King of Fighters, Fatal Fury, Samurai Shodown, dentre tantos outros – The Rumble Fish 2 é razoavelmente fácil de se entender.

The Rumble Fish 2
Diminui essa fonte aí, amigão

Dito isso, o jogo também tem seus próprios pontos diferentes e vantagens que o tornaram único para a época e, em grande parte, único até hoje! Primeiramente é preciso entender que, diferente de outros jogos do gênero, aqui não há uma barra de especial, mas sim duas. Além disso, os membros dos personagens são animados separadamente.

Me mostre suas habilidades

Visualmente, The Rumble Fish 2 teve que bater de frente com vários concorrentes de peso em seu ano de lançamento. Jogos como Darkstalker Chronicles, Namco X Capcom, Tekken 5 e SoulCalibur 3 fizeram ainda mais ondas na superfície do lago da comunidade de jogos de luta.

The Rumble Fish 2 infelizmente foi engolido pelo tsunami da concorrência, mas isso não tira seu mérito. Como dito anteriormente, este pequeno peixe tem muito o que mostrar. Seu sistema de barras especiais é algo extremamente interessante, com duas barras ao invés de uma: a barra ofensiva e a barra defensiva.

The Rumble Fish 2
Quando o Bazoo arranca as luvas, o bicho pega!

A barra ofensiva é preenchida quando se ataca o oponente, já a barra defensiva é carregada quando se defende dos ataques. Mas cuidado para não ficar apenas na defesa e ter sua guarda quebrada. Cada uma possui seus próprios especiais, com os especiais ofensivos sendo ataques diretos e os defensivos sendo contra-ataques ou habilidades passivas.

Com ambas as barras carregadas, é possível executar uma arte crítica. Um especial devastador em que o personagem usa sua técnica mais poderosa. Também é possível gastar as barras com rush combos, onde o jogador acerta uma sequência de ataques consecutivos, usando a barra ofensiva ou defensiva para lançar o oponente pra cima em câmera lenta, afim de começar um combo aéreo.

Remexendo o esqueleto

Os especiais são bem feitos e interessantes, mas não possuem o mesmo apelo de outros jogos. Um exemplo é quando vemos os especiais de Orvile, o grappler do jogo, que possui poderosos agarrões, suplexs e lançamentos. Mesmo bem animado, parece que falta velocidade nos movimentos, o que tira muito o impacto final e visual.

The Rumble Fish 2
Diferente de Rugal, Beatrice dificilmente será lembrada

Mas se tem algo que The Rumble Fish 2 acerta em cheio é na movimentação de seus personagens. Com cada membro sendo animado de maneira independente, os socos, jabs e chutes ficam mais fluídos e prazerosos de serem executados, algo que gostei muito de ver.

É um “eye candy” diferente de vários jogos da época. Você consegue ver exatamente onde uma extensão termina e outra começa, tão bem feito que não se vê nenhuma “gambiarra” para amarrá-los. Para aumentar ainda mais o impacto das lutas, quanto mais devastador o golpe e o quanto o personagem é atacado, mais danificadas e rasgadas ficam suas roupas.

Os ataques, mesmo que não possuam muito destaque ou impacto, ainda são bem bonitos de ver. Viren com suas armas escondidas, Garnet com seus chutes velozes e que cobrem o cenário, Sheryl com seus fios escondidos, e Beatrice com suas ondas de energia, são apenas alguns dos exemplos.

The Rumble Fish 2
Misture ataque e defesa para ter a habilidade suprema

Hora de mudar a aposta

Cada personagem possui, abaixo de sua imagem, uma pequena caixa escrito “chances”. Serve como uma ideia de aposta, onde está a probabilidade daquele personagem ganhar o Fight For Survival, mostrando assim a dificuldade a ser encarada. Quanto mais próximas de um, maiores as chances.

Fora o modo história, há ainda o modo survival, time attack, multiplayer local e online. O survival é o que já se espera, com o jogador lutando até onde aguentar sempre com a mesma barra de vida, que se recupera um pouco dependendo de como foi a luta. Time attack serve para colocar suas habilidades em prática e ver o quão rápido é possível terminar o jogo.

Multiplayer local é para jogar com os amigos no sofá, como de praxe, mas não consegui nenhuma luta no modo online. Talvez seja minha região, ou realmente há pouca gente jogando no mundo. Então não tenho ideia de como está a situação do rollback netcode até o momento.

The Rumble Fish 2
Kaya tem um toolset bem mais interessante que o deu sua irmã

The Rumble Fish 1 e 2 foram desenvolvidos pela Dimps, fundada pelo lendário Takashi Nishiyama e cujo time reúne profissionais que trabalharam na criação das franquias Street Fighter, Fatal Fury e Dragon Ball. Ambos os títulos fizeram muito sucesso no Japão e ver o novo port do segundo game chegar aos consoles e PC é uma grande conquista para a comunidade. Aliás, meu primeiro (e breve) contato com o game aconteceu com um port para o PlayStation 2. Desta vez, pude desfrutar do game pra valer.

Abusando da deformação

O jogo funcionava bem para a época e continua tão desafiador quanto, já que Beatrice é um Rugal em forma de mulher, ainda mais apelona com suas rajadas de energia, especiais de raio e contra-agarrões. Ou seja, era um jogo de luta tal qual The King of Fighters, só que bem mais contido.

Infelizmente, The Rumble Fish 2 não sofreu uma transição tão saudável quanto se esperava para o widescreen. Essa mudança expôs uma falha em relação à movimentação e cenário, permitindo a CPU tirar proveito de um exploit na deformação do cenário e aproximação da câmera.

The Rumble Fish 2
Em nome da justiça e do amor, seja punido

Com isso, caso haja uma distância entre os personagens grande o suficiente para mostrar o cenário todo, e um deles correr em direção ao outro e saltar, ao se movimentar para mais perto a câmera irá reposicionar o personagem que saltou, dando à ele a vantagem de alguns quadros. Isso abre brecha para uma grande desvantagem no cenário competitivo e deixa o computador ainda mais injusto.

Lutas contra Beatrice, no very hard, são quase impossíveis quando ela acaba usando essa vantagem. Já Hazama e Greed, o chefe do jogo anterior, ainda não sei como se comportam neste jogo. Não é mais possível usar os cheat codes do Playstation 2 para liberá-los, o que me dá a certeza de que virão como DLC.

Encontro dos bettas

The Rumble Fish 2 faz jus ao seu nome. Um peixe pequeno, mas que tem força para lutar até deixar seu oponente em pedaços. Até o momento, seu grande problema está na câmera, algo que pode ser facilmente resolvido com um patch. Mas ainda assim é um jogo pouco interessante em questão de narrativa.

The Rumble Fish 2
Zen possui sua própria versão de um Deadly Rave

O sistema de combate sem impacto e um tanto quanto letárgico também não é tão interessante quanto um Guilty Gear, Melty Blood e Blazblue, mas é interessante pelo fato da inovação das barras ofensivas e defensivas, além dos movimentos independentes dos membros.

Se você procura conhecer os jogos de luta que marcaram os anos 2000, ainda mais estes que só sairam no Japão, The Rumble Fish 2 vale o investimento. Apenas esteja ciente das suas limitações, pertinentes à época que foi lançado, e decisões de combate que não contribuiram para o jogo brilhar mais.

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