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A franquia The Legend of Zelda, que em 2021 completa 35 anos de vida, sempre teve uma linha do tempo complicada. Antes de chegar o livro Hyrule Historia, os fãs sempre debateram qual título vinha antes ou depois, além de criarem várias teorias. Para acabar com parte disso, a Nintendo decidiu que assumiria a bronca e afirmou que Skyward Sword, lançado inicialmente no Nintendo Wii, seria o começo de tudo.

O que isso significa? Em pleno ano de 2011 os jogadores puderam descobrir as origens da lenda que sempre esteve próxima deles. Qual foi o primeiro herói chamado Link, o cavaleiro destinado a salvar as terras sagradas da ameaça do temido Ganondorf? Onde a Zelda se encaixava no meio disso? Ela sempre foi uma princesa? Porque todos parecem ser exatamente os mesmos através das gerações? Ele se comprometia a responder essas perguntas e, para comemorar seu décimo aniversário, ganhou uma versão para o Switch.

Voando novamente por Skyloft

A história de The Legend of Zelda: Skyward Sword HD leva os jogadores para Skyloft, um local suspenso e protegido pela deusa Hylia. Depois que os monstros tomaram as terras de Hyrule, os hylians se refugiaram por lá há gerações. Tanto que nem há informações de vida abaixo das nuvens. Link é um estudante da academia de cavaleiros, pronto para viver tudo que sempre foi imposto a ele. Até que, em um belo dia, Zelda cai de seu grande pássaro e o herói tem de ir até lá para garantir a sua segurança. Um clássico, para dizer o mínimo.

Imagem do review de The Legend of Zelda: Skyward Sword HD
Realizar os movimentos da mesma forma que Link é épico.

O que realmente mudou os parâmetros de uma geração inteira foi que o título era completamente jogável por controles de movimento. Na época o Wii Remote era uma ferramenta extremamente poderosa e pela primeira vez colocou o domínio da Master Sword nas mãos dos fãs. Como competir com isso? Na versão HD, a Nintendo decidiu mudar um pouco e além dos comandos poderem ser executados com o Joy-Con, também foi adicionada uma forma de jogar com os controles.

Além disso, novas opções foram inclusas para os fãs poderem ter mais tranquilidade em The Legend of Zelda: Skyward Sword. Câmera tridimensional, uso do sensor giroscópico, um tapa nos visuais e até interação com um AMIIBO especial, que permite o uso da viagem rápida durante as partidas. Tudo isso para suprir as reclamações que permeavam o original. Nem mesmo as intromissões de Fi seriam constantes, já que o espírito ganhou um botão que mantinha ela quieta até pedirem sua opinião.

Porém, vamos ser sinceros? Os controles de movimento funcionam exatamente como deviam, são extremamente ágeis e você realmente se sente o Link. Claro que eu poderia estar em forma melhor para lutar mais deste modo com frequência, mas não vamos debater meu status físico. O veredicto é: não se preocupe com esse fator, sair correndo e enfrentando seus oponentes com suas próprias mãos continua mágico como devia ser. Até usar os itens se torna algo bem diferente e isso agrada bastante quem busca algo diferente no Switch.

Imagem do review de The Legend of Zelda: Skyward Sword HD
Haja porte físico para agir igual ao herói por todo o jogo, hein?

O que não agrada muito em The Legend of Zelda: Skyward Sword HD é a dualidade do modo com controles. O mapeamento de comandos é péssimo e exige diversas combinações bizarras para você avançar. Querem um exemplo? Jogar uma bomba: exige que aperte o ZR e use o analógico direito para mirar ela longe ou deixar ela rolar até o alvo. Aí terá de apertar o ZR novamente para jogá-la. O analógico esquerdo permite que se mova, porém a câmera só se mexe caso você aperte o botão ZL, que altera ela para a frente do herói de forma direta ou o botão L, que deixa você ver ao seu redor.

Por outro lado, atacar e se defender são intuitivos que nem te dá muita abertura para falar uma reclamação sequer deles. Não sei se é apenas no meu caso ou se alguém também notou isso, mas há um grande delay entre os movimentos do seu corpo e o que a mente manda às pontas dos dedos. Talvez seja porque não me movo muito. Porém, quando aparece um inimigo, acertá-lo é uma tarefa mais complicada usando os Joy-Con como espada e escudo. Já no controle, as batalhas mal duram.

Imagem do review de The Legend of Zelda: Skyward Sword HD
A Nintendo criando os movimentos confusos do controle.

Limitações em The Legend of Zelda

The Legend of Zelda: Skyward Sword HD é, literalmente, uma versão melhorada em todos os campos possíveis que dava para aprimorar no original. Porém, mesmo com todas essas funções novas e recursos, essencialmente é o mesmo título e mantém o que dividia os grandes fãs da franquia. A história continua extremamente linear, assim como é um dos games atuais mais curtos da franquia. Em cerca de 30h você consegue completar a história dele. Se for alguém que insiste bastante em explorar, umas 40h.

Ele nunca se jurou ser um Breath of the Wild da vida, sei bem disso. Porém, todos se lembram da liberdade que há em jogos bem mais antigos como A Link to the Past no SNES, Ocarina of Time no N64 e o Twilight Princess no Game Cube. O mundo de Skyward Sword se resume a Skyloft e algumas ilhas que preenchem o mundo acima das nuvens. Embaixo delas, apenas as dungeons que são liberadas aos poucos. E elas nem são tão geniais quanto parecem, já encarei desafios maiores em jogos mais contidos, como Phantom Hourglass de Nintendo DS.

Imagem do review de The Legend of Zelda: Skyward Sword HD
O Link não é limitado, está me ouvindo?

Se você não tiver isso em mente, sua aventura por este The Legend of Zelda será frustrante. Ele não é menos épico que os demais, nem menos mágico, mas sim um game que foi criado de forma experimental para um console que permitia controles de movimentos. Por bem ou por mal, os desenvolvedores tinham de conter bastante coisas para o formato se adequar ao mundo que te cercaria. Como exemplo, o BotW nunca funcionaria bem desta forma.

Por outro lado, por ser mais focado na saga de Link e Zelda pelas descobertas de seus papeis em toda a série, ele impacta justamente no emocional dos jogadores. Eu fui um daqueles que seguiu atrás de cada memória do Link em Breath of the Wild para compreender melhor os sentimentos daqueles personagens. Aqui é tudo escancarado, sendo basicamente impossível não acabar se afeiçoando aos dois ou aos vários outros NPCs que aparecem e se entrelaçam.

Imagem do review de The Legend of Zelda: Skyward Sword HD
Apesar das brincadeiras, pode mergulhar nessa aventura.

Este é um game espetacular, sem sombra de dúvidas. The Legend of Zelda: Skyward Sword HD é o port que todos queriam e é uma das principais aventuras do herói de Hyrule no Switch. Isso sem falar na importância dele e semelhanças que ditarão o futuro da franquia. Porém deve ter em mente que ele é um produto limitado por seu tempo, qual não é nada justo ser trazido sem uma repaginada como houve com Pokémon Mystery Dungeon: Rescue Team DX ou até Link’s Awakening.

Se você é um fã, não pense duas vezes em adquirir a versão e vá para Skyloft. Seja pela primeira vez ou um veterano de lá, ele está ainda melhor do que sua experiência original. Caso não, considere o que eu disse como um “aviso”. O jogo não deixará de ser incrível pelas coisas que eu disse, mas esteja ciente de que há certas barreiras que nem mesmo o tempo conseguiu romper. De qualquer forma, mergulhe de seu Loftwing direto para dentro dessa jornada. Não haverá arrependimentos.