Depois de anos confinado ao PlayStation 3, Tales of Xillia finalmente retorna em uma versão remasterizada, desenvolvida pela DokiDoki Grooveworks e publicada pela Bandai Namco. O jogo originalmente lançado em 2011 ganhou o tratamento merecido para a geração atual, trazendo melhorias técnicas e uma série de ajustes de qualidade de vida que transformam a experiência sem descaracterizar o que fez dele um dos títulos mais queridos da franquia Tales of.​

A remasterização chega num momento interessante, resgatando um JRPG que ficou preso numa única geração de console, num tipo de projeto que não reinventa a roda, mas poliu exatamente o que era necessário. Jogar Tales of Xillia Remastered é revisitar um clássico com conforto moderno, sem perder aquela alma característica dos JRPGs da época de ouro.

Tales of Xillia Remastered

Tales of Xillia nos coloca no mundo de Rieze Maxia, onde humanos e espíritos coexistem em harmonia. A narrativa se desenvolve através de dois protagonistas que podemos escolher no início: Jude Mathis, um jovem estudante de medicina da capital, e Milla Maxwell, uma mulher misteriosa que afirma ser a encarnação de Maxwell, o Senhor dos Espíritos.​ Na história, o reino de Rashugal começou a usar um dispositivo misterioso e poderoso que drena a mana do mundo, a própria essência da vida. Determinados a impedir a destruição e restaurar o equilíbrio, Milla e Jude embarcam numa jornada ousada para destruir o dispositivo e salvar seu mundo.​

Um clássico que envelheceu bem

Mesmo a história não sendo um dos fortes deste capítulo, a narrativa é bem explorada por conta da estrutura com dois protagonistas, trazendo perspectivas diferentes sobre os mesmos eventos. Jude oferece um prólogo estendido que contextualiza melhor o mundo e os personagens, enquanto a perspectiva de Milla pula direto para o encontro dos dois. A história mergulha em temas de fé, ciência, sacrifício e o eterno embate entre liberdade e dever, criando vínculos genuínos com o jogador através de reviravoltas bem construídas e momentos emocionantes.​

Tales of Xillia Remastered

Se existe algo que continua interessante em Tales of Xillia, é o sistema de combate com o Dual Raid Linear Motion Battle System sendo um dos mais divertidos e intuitivos da franquia. As batalhas acontecem em tempo real, com cada personagem se movendo livremente pela arena e realizando combos em sequência, criando um ritmo hipnótico que mistura ação e estratégia de forma natural.​ Tudo fica ainda melhor com o Link Mode, que permite conectar personagens e liberar ataques cooperativos devastadores. Quando você liga sua personagem a um dos companheiros em campo, eles formam pares que cooperam de forma especial, posicionando-se coordenadamente e até desbloqueando habilidades conjuntas chamadas Linked Arts. Cada dupla tem sinergias únicas, e aprender a dominar essas combinações é parte essencial do prazer de jogar.​

Os confrontos são rápidos, fluidos e visualmente espetaculares, com combos aéreos, feitiços e golpes pode ser sincronizados e se encadeiam sem quebras de ritmo. É possível alternar livremente o controle direto entre os membros durante o combate, mantendo as batalhas dinâmicas para responder a ameaças específicas ou aproveitar determinadas habilidades. No entanto, o que ainda incomoda é o sistema em que os inimigos conseguem se libertar quando um certo limite de combo é atingido, causando batalhas mais prolongadas, porém com a vantagem de confrontos mais equilibrados e justos.​

Tales of Xillia Remastered

Tales of Xillia ainda carrega um sistema de progressão para personagens gerenciada através de Lilium Orb, uma teia hexagonal interconectada que será familiar para quem já jogou outros RPGs com mecânicas semelhantes. Esses nós oferecem três tipos distintos de aprimoramentos: aumento de atributos (força, agilidade, vitalidade, inteligência e espírito), habilidades passivas que podem melhorar ainda mais seus status e capacidades, e artes, que são os ataques especiais e magias.

O que era bom ficou ainda melhor

A DokiDoki Grooveworks caprichou nas melhorias trazidas para esta remasterização, começando pelo salto visual, com cenários mais nítidos, personagens mais detalhados e cores mais vibrantes. O cel-shading ficou mais polido, e as cenas animadas continuam belíssimas, agora renderizadas em resolução alta.​ No PS5 o jogo roda a estáveis 60 quadros por segundo no PS5, um aprimoramento significativo que faz o combate já acelerado se sentir ainda mais responsivo e fluido, sem contar os tempos de carregamento reduzidos em comparação ao original de PS3.

Tales of Xillia Remastered

As melhorias de qualidade de vida oferecidas nesta versão fazem toda diferença para uma experiência ainda mais agradável. O autosave foi adicionado, salvando automaticamente após mover-se para um novo mapa ou após o término de um evento, e os mapas possuem indicadores mostrando destinos principais, missões secundárias, baús e tesouros não coletados.​ Outra adição bem-vinda é a opção de desligar encontros aleatórios a qualquer momento para quem quer focar apenas na história, e a função de replay instantâneo de batalhas foi incluída, permitindo refazer combates comuns mesmo após um Game Over.​

O dash foi adicionado e pode ser alternado com um botão, aumentando significativamente a velocidade de movimento pela exploração, e a Grade Shop está disponível desde o início da primeira partida ao atingir 5 mil pontos, talvez como a melhoria mais esperada ao invés de ser liberada somente no New Game+ como antes. Isso permite que você acelere o crescimento dos personagens e consiga até quebrar o jogo em alguns momentos.​

Tales of Xillia Remastered

Graficamente, o remaster encontrou aquele ponto perfeito entre nostalgia e modernidade. Tales of Xillia mantém sua estética característica, sem tentar reinventar o visual, apenas polindo o que já existia. O cel-shading continua charmoso, as cores estão mais vibrantes e as cenas animadas seguem sendo um dos pontos altos visuais.​ Porém, nem tudo é perfeito, e algumas texturas dos ambientes e o design linear das masmorras mostram a herança de um jogo esquecido na era PS3.

A limitação de orçamento da época reforça que, mesmo com uma boa variedade de áreas com muitos inimigos visíveis no mapa, poucos locais são realmente diferenciados, o que passa a sensação de que os ambientes carecem de vida. Mesmo com a remasterização, a Bandai Namco não investiu o suficiente para rever a estrutura do mundo e, como consequência, a exploração.

Tales of Xillia Remastered

No entanto, a trilha sonora de Tales of Xillia é composta pela Tales of Series Sound Team e mantém aquele toque nostálgico característico da franquia, com 81 músicas no total, abrangendo desde temas épicos de batalha até melodias mais suaves para momentos de exploração.​​

Mesmo com a ausência de Tales of Xillia 2 em um possível bundle, Tales of Xillia Remastered é o reencontro que os fãs da franquia precisavam. Não é uma remasterização revolucionária, mas cumpre seu papel de trazer um clássico do PS3 para as plataformas modernas com dignidade e respeito pela obra original. O sistema de combate continua sendo um dos pontos mais fortes, sobrepondo a história que não está entre as melhores da série, reforçando também a importância das melhorias de qualidade de vida chegando para fazer toda diferença na experiência.

91 %


Prós:

🔺Combate fluido, divertido e estratégico
🔺Melhorias com foco na qualidade de vida
🔺Sistema de evolução permite builds personalizadas
🔺Grade Shop liberada desde o início
🔺Adição dos indicadores no mapa

Contras:

🔻Remasterização básica, sem mudanças estruturais
🔻Interface desatualizada e menus pouco intuitivos
🔻Ausência de Tales of Xillia 2 no pacote
🔻Ambientes repetitivos e pouca vida visual

Ficha Técnica:

Lançamento: 30/10/25
Desenvolvedora: DokiDoki Grooveworks
Distribuidora: Bandai Namco
Plataformas: PC, PS5, Switch, Xbox Series
Testado no: PS5

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