Review – Sword of Convallaria

Sword of Convallaria é uma viagem no tempo para quem curte RPG tático e reforça a recente leva de títulos desse gênero que foram lançados nos últimos anos. Desenvolvido pela XD, o esforço em entregar uma experiência nostálgica consegue oferecer um jogo original com o excelente trabalho na trilha sonora, pixel art e design de personagens.

Lembrando muito Final Fantasy Tactics e Fire Emblem, talvez as duas referências mais diretas, você terá múltiplos caminhos para trilhar ao longo de uma história de fantasia que pode até parecer clichê por começar numa prisão, mas surpreende por trabalhar elementos de dimensões paralelas, viagem no tempo e esoterismo. Com o personagem principal, cujo gênero pode ser escolhido, você vai se envolver em questões políticas do Reino de Iria, descobrindo mais sobre as pedras mágicas, os conflitos ao redor desses poderes com uma inevitável guerra civil.

A grande quantidade de personagens, todos eles muito bem trabalhados visualmente e carismáticos em suas personalidades, fazendo com que a história crie profundidade para os principais e que com a boa dublagem ganha mais pontos pela ótima qualidade no trabalho. Todo esse elenco surge para adicionar um fator que talvez seja negativo para diversos jogadores, porém existe de maneira bem equilibrada dentre a grande quantidade de conteúdo disponível para ser jogado. Estamos falando das características de gacha que Sword of Convallaria possui e explora muito bem.

É hora de summonar

Com moeda em jogo, chamada Hope Luxites, e a possibilidade de você utilizar dinheiro real para adquirir Astral Gems, que ambas podem ser convertidas em Secret Fate, os itens necessários para você summonar novos personagens nos diversos banners oferecidos pela XD. Divididos em quatro níveis, de comuns aos lendários, todos os personagens são úteis e podem ser utilizados nos modos de jogo. Por mais que os lendários ofereçam as melhores opções de habilidades, os desenvolvedores fugiram do estereótipo de jogos mobile e gachas valorizando todos os personagens que você tiver.

Para cada personagem repetido, o Trait (característica) pode ser evoluída até cinco vezes e que dependerão de mais de uma cópia por vez. Essa é a forma mais simples de um gacha valorizar os summons que você faz e o investimento feito em cada banner. Em Sword of Convallaria, utilizar os comuns ou épicos podem facilitar sua tarefa em trilhar os caminhos no modo história, então temos uma maneira inteligente de aliviar as características de um gacha predatório, quebrando um estereótipo e se tornando mais interessante de jogar.

A maneira que os desenvolvedores encontraram para fazer com que Sword of Convallaria conseguisse entregar um RPG clássico e de turnos, ao mesmo tempo em que se apoia em características de gacha, foi criar três modos diferentes de jogo para agradar um público bastante misto. The Fool’s Journey, o primeiro disponível, possui uma narrativa própria através do Reino de Iria e com diversas tarefas, muito próximas do mobile e que está conectada diretamente com a proposta de cada banner existente, com desafios e estrelas para serem conquistadas.

O segundo modo, Spiral of Destinies, é a solução para os jogadores que não se importam com a invocação de novos personagens e o colecionismo. Com uma campanha e história bem longas, você evolui ao longo da jornada, recebendo equipamentos, melhorias e novos personagens para sua party, enquanto desvenda mais sobre esse mundo mágico. No entanto você precisa de uma Key of Destiny toda vez que for começar ou continuar sua aventura pelo reino, ou seja, talvez você precise investir algum tempinho nos demais modos e até mesmo na lojinha.

Falando em “investir”, o modo Crossing Worlds é o que possui mais ligação com os demais, como o próprio nome sugere, pois você contará com diversas fases para farmar recursos necessários para a evolução dos seus personagens. São muitas opções, níveis e cenários diferentes, cada um com uma recompensa própria, que dependem do seu progresso no The Fool’s Journey ou o nível da sua conta, medido pela sua Cornucopia, para participar desses desafios. Depois de concluídos eles podem ser realizados de maneira automática, poupando tempo de jogo.

O estilo Neo Pixel

Com uma nova proposta visual, chamada pelo próprio estúdio como Neo Pixel, tudo em Sword of Convallaria é muito bem ilustrado e representado. O nível de detalhe do visual durante o jogo, as imagens estáticas e ilustrações são deslumbrantes, tudo muito bem cuidado e demonstrando uma dedicação imensa para fazer um jogo impecável visualmente.

A trilha sonora também acompanha sua principal referência, tendo o trabalho de Hitoshi Sakimoto, responsável pelas maravilhosas músicas de Final Fantasy Tactics, retornando para este jogo e entregando trilhas capazes de fazer você perder noção do tempo pela atmosfera criada. Esquecendo até mesmo o fator gacha!

Isso tudo faz com que o gameplay seja ainda mais divertido, pois são diversos cenários para você trabalhar o mapeamento quadricular ao redor dos personagens com muitas opções de habilidades para explorar, seja atacando direto, utilizando o relevo da superfície ou os itens pelo caminho. A arte ilustra muito bem o que acontece no campo de batalha, enquanto a música sobe de fundo para fazer com que o desafio fique ainda mais interessante.

As habilidades passivas que você conquista através da evolução da party ou até mesmo com as alianças que faz ao longo da história, adicionando uma camada extra de estratégia ao jogo, torna tudo muito mais interessante. Sword of Convallaria se sustenta com uma história interessante, opções de finais alternativos e caminhos diferentes para você trilhar, num jogo gratuito que pode ser jogado no PC ou mobile e já tem a promessa de mais conteúdo a caminho. Ou seja, prepare-se para conhecer um título promissor, interessante, divertido e muito bonito.