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Já houve um tempo em que Star Wars acabava no episódio VI e que tudo lançado em outras mídias era canônico. Sem sombra de dúvida, uma das obras mais legais desse universo expandido era a saga Jedi Knight, que introduziu personagens maneiríssimos à franquia e trouxe combates com sabres de luz que até hoje são surpreendentemente empolgantes.

Após o remaster de Jedi Outcast, não havia dúvida de que Jedi Academy também seria lançado nas plataformas atuais – o que felizmente era uma realidade, pois a sequência de Jedi Outcast consegue superar seu antecessor em tudo! Jedi Academy é considerado um dos maiores e melhores clássicos de Star Wars nos games, principalmente por ter sido tão importante ao definir como seria um jogo multiplayer divertido e viciante ambientado em uma galáxia muito distante.

No primeiro remaster a Aspyr Media não trouxe o modo multiplayer, mas aqui seria um pecado deixá-lo de fora. Jedi Academy não só é melhor que Jedi Outcast como também teve um remaster completo.

De mercenário para Mestre Jedi

Diferente de Jedi Outcast, não controlamos um personagem pré-estabelecido pelo jogo em Jedi Academy. Aqui, o primeiro passo será criar o seu próprio padawan, podendo escolher a raça, a roupa e até o sabre de luz, o que é muito legal. Mesmo não dispondo de muitas opções de customização, dá para fazer um personagem bem único e se afeiçoar por ele facilmente.

A trama não é muito profunda, mas tem o bastante para nos deixar interessados e bem entretidos do começo ao fim. Nosso personagem é Jaden Korr, um ser sensível à Força que fez o inimaginável: construiu seu próprio sabre de luz sem nenhuma orientação ou treinamento Jedi. O jogo começa quando estamos a caminho da Academia Jedi de Luke Skywalker para dar início ao treinamento, e adivinha quem será nosso mestre? Isso mesmo, Kyle Katarn, o protagonista de Jedi Outcast.

Han shot first!

Como todo bom jogo de Star Wars, teremos a presença de personagens famosos da franquia (como Luke e Chewbacca), visitaremos planetas muito conhecidos, seremos guiados por um mestre muito experiente e acompanhados por outro personagem que serve de alívio cômico. Os personagens possuem profundidade e tudo isso é enriquecido graças à excelente dublagem do jogo, que até hoje continua muito boa e suprindo a lacuna deixada pela péssima expressão facial dos personagens (mas tudo bem, o jogo é velho, é compreensível).

O jogo consiste em diversas missões em que visitamos planetas, enfrentamos suas ameaças (que em 99% das vezes estão ligadas ao Império Galáctico, que caiu mas continua lutando por uma ascensão) e investigamos um misterioso culto que planeja reviver um Lord Sith que morreu há mais de cinco mil anos.

Eu tenho a Força!

Jedi Academy já começa corrigindo um grande erro de Jedi Outcast: você já pode usar a Força e seu sabre de luz desde o começo. No título anterior demorava várias horas para podermos usufruir de nossas habilidades Jedi, nessas em que éramos obrigados a jogar um péssimo jogo de tiro.

Esse aspecto ainda foi mantido, em partes. Antes do início de cada missão você pode selecionar quais armas deseja levar além do sabre de luz, e você ainda tem a opção de sair metendo pipoco em todo mundo ao invés de usar seu sabre. Ao usar armas de fogo, o jogo fica em primeira pessoa e vira um FPS muito semelhante ao seu antecessor, então o que o torna melhor é exatamente o fato de podermos brincar de Jedi desde o princípio – e digo mais: os combates com sabre de luz continuam incríveis!

Essa afirmação é bem relativa, principalmente quando temos jogos como The Force Unleashed, Battlefront e Jedi Fallen Order para comparar, mas não podemos esquecer que Jedi Academy já tem quase 20 anos de existência! É um jogo lançado há 17 anos atrás que ainda faz bonito em suas mecânicas de combate e isso é impressionante.

 “Ei, me dá um autógrafo?”

Ainda temos a parcela de coisas que não envelheceram bem, como os próprios gráficos, que mesmo com texturas em 1080p ainda estão bem datados, mas ao menos os personagens envelheceram um pouco melhor (tirando o Rosh, esse continua muito feio). As mecânicas também não são das melhores, principalmente nos momentos de plataforma, pois é bem problemático acertar qualquer pulo. Isso se dá principalmente porque foi um jogo feito originalmente para PC, então a movimentação e todo o resto foram pensados para teclado e mouse e não para um joystick de console.

Um outro pequeno problema desse remaster são as legendas, que se esticam de uma ponta a outra da tela, fazendo com que a HUD do jogo se sobressaia por cima delas. Não é sempre, somente durante o gameplay e quando as frases são muito longas, mas ainda assim é um erro bem tosco que incomoda.

Battlefront raiz

Agora chegou o momento que todos esperavam (ou não): o multiplayer! Esse remaster traz todos os modos do original, mas dificilmente você encontrará pessoas jogando algum que não seja Free-for-All ou Team-Free-for-All, que são os modos de matança mais comuns.

A simplicidade desse modo online é o que o torna tão legal de se jogar, inclusive nos dias de hoje. Você só procura uma sala, encarna um Jedi e sai matando os outros jogadores pelo mapa; o excelente combate do jogo torna tudo ainda melhor!

Infelizmente, não consegui testar todos os modos e a maioria foi por problemas técnicos. Todas as partidas que tentei jogar no modo Free-for-All fizeram o jogo crashar logo após terminar de carregar o mapa, então alguns patches de correção precisam ser lançados para que todos tenham uma experiência mais sólida.

O modo multiplayer é só sabre de luz e gritaria.

Uma coisa curiosa que esse remaster trouxe foi um cross-play acidental entre jogadores de PC e consoles. O game não possui suporte para isso, mas jogadores de PC estão conseguindo invadir as partidas de console alterando o IP da partida, o que é legal mas ao mesmo tempo desastroso, pois eles possuem uma vantagem muito maior por estarem usando teclado e mouse! Todas as partidas que joguei estavam cheias, só não sei se eram de jogadores de console ou PC. Ao menos não vai faltar gente para jogar junto.

Jedi Academy continua um dos melhores títulos de Star Wars já feitos e merece ser revisitado por todos, assim como quem nunca jogou deve dar uma chance. Trazendo uma ótima campanha e um multiplayer divertido, o jogo vai te levar de volta a um tempo em que Star Wars não tinha clones do Palpatine para todo lado e todo mundo era mais feliz.

Review – Pepper Grinder

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