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“Ele é veloz, Sonic o ouriço, lá vem, já passou por nós…”. Assim começava a abertura de Sonic SatAM (Saturday AM), meu primeiro contato com o ouriço azul da SEGA. Infelizmente, durante minha infância não tive um Mega Drive, orbitando assim os consoles da Sony e Nintendo – só tive a fatídica fita de “Sonic 4”, uma ROM Hack de um jogo do Ligeirinho de SNES. Meu verdadeiro contato com Sonic só aconteceu em 2017, quando comprei a edição de colecionador de Sonic Mania.

E meus amigos, que jogo fantástico é aquele, acredito que consegui emular de maneira semelhante a sensação de jogar Sonic em um Mega Drive pela primeira vez. Logo que vi que um filme live-action de Sonic viria à tona, fiquei ansioso para assistir. Já gostava dos desenhos antigos da série, amei Sonic Mania e passei longe de Boom, Forces ou Sonic 06. Imediatamente fiquei feliz, por poder desfrutar de algo relacionado a Sonic junto da fanbase original. Água rolou pela ponte, houve um backlash dos fãs inicialmente, mudaram o modelo do Sonic, mas o filme enfim saiu.

Primeiro ato

Sexta feira, nada para fazer, um calor do cão, bora para o cinema. Resolvi chamar amigos que gostam de games, mas que também não possuem um contato grande com a série. Assim que reuni a “gangue gangrena”, seguimos rumo ao cinema. Dessa forma eu poderia sair da sessão sem ter minha opinião nublada por “fanboyzice”. Sonic: O Filme é a maior aula de como se fazer um filme de jogos ser realmente interessante do começo ao fim.

O filme conta como Sonic saiu de Mobius e veio parar no Planeta Terra. Nascido com uma habilidade incrível de se mover rapidamente, Sonic é protegido por uma sábia coruja chamada Garra Longa. No entanto, a tribo dos Echidnas, a mesma raça de Knucles, deseja o poder da velocidade de Sonic. A fim de protegê-lo, Garra Longa confia a Sonic uma bolsa de anéis mágicos e o envia para a terra. Perdido e sozinho pela primeira vez, Sonic começa a sobreviver em sua nova casa.

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Sem tempo a perder!

Assim, os anos se passam e Sonic descobre um novo lar, com um nome que faz com que ele não sinta tanta falta dos loops, rampas e pontes de Mobius. Na pacata cidadezinha de Green Hills, Sonic vive seus dias escondido dos olhos humanos para se proteger, mas acompanha o dia-a-dia dos locais. Carl Louco é o único que sabe da existência de Sonic e o chama de Demônio Azul.

Incógnito para o resto da população, o protagonista observa o “Lorde Donut” e a “Lady Pretzel”, apelido que dá ao casal humano Tom e Maddie Wachowski. Mesmo na “companhia” dos Wachowski, Sonic vive seus dias sozinho, o que o deixa deprimido. Logo que acaba notando isso, ele corre para aliviar o estresse, mas acaba exagerando um pouco, o que causa um enorme pulso eletromagnético. O governo nota a anomalia e envia o excêntrico Dr. Ivo Robotnik para investigar o caso.

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Ri até soltar lágrimas.

Já pode se gabar para um órfão!

Logo após a chegada de Robotnik, Sonic deve usar os anéis para poder fugir para a Zona Cogumelo. No entanto, quando estava para fugir, o Ouriço se depara com o policial Tom e perde seus anéis. Agora, os dois terão de se juntar para recuperar o “mcguffin” do filme em São Francisco, cidade para qual Tom e sua esposa Maddie já pretendiam se mudar, devido ao desejo do policial em salvar pessoas em situação de vida ou morte.

Com duração de uma hora e quarenta minutos, além de um cliffhanger – na verdade, dois – de cair o queixo, Sonic: O Filme é prova de que é possível fazer um filme de game bom. A maior força do filme é exatamente não ser tão forçadamente ligado à série de jogos do ouriço azul, tendo sutis referências espalhadas no contexto geral da obra. Logo, um fã hardcore de Sonic irá notar as referências e pensar que o filme respeitou o material fonte, enquanto os novos fãs da série podem aproveitar o filme tranquilamente.

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Imagens que queríamos no filme, mas que não aparecem.

A princípio, meu maior temor era de que o filme ficasse muito preso às “regras” do universo dos jogos, mas a Paramount fez um trabalho sensacional na produção deste filme. É um filme engraçado, cheio de ação, adrenalina, amor e carinho imenso tanto pela franquia, quanto pelos fãs. Frequentemente temos visto cada vez mais a empresa se colocar na frente dos consumidores e entregar produtos medíocres, mas Sonic: O Filme passa longe disto.

Gotta Go Fast!

Outra grande vitória do filme é a composição do elenco. James Marsden e Tika Sumpter fizeram um casal com uma química divertida o tempo todo, se mostrando grandes amigos além disso. Ben Schwartz, que deu a voz ao ouriço mais rápido dos games, também fez um trabalho sensacional. Mas como já era de se esperar, quem realmente rouba a cena nos momentos em que surge é ele, Jim Carrey. Eu sempre fui fã do trabalho de Carrey, desde O Máscara até O Número 23. E aqui não é diferente.

O começo de uma amizade.

Meu maior temor era de como iriam inserir as personas Robotnik e Eggman neste universo, e mais uma vez conseguiram. Em outras mídias, existe apenas um deles, já em outras, como Sonic X, Robotnik era o avô de Eggman. Aqui, ambos são a mesma pessoa, o que torna tudo mais fácil e divertido – eu sempre preferi chamá-lo de Robotnik, pois era o antagonista que conhecia por Sonic SatAM. Já aqueles que o conheceram através dos jogos e o chamavam de Eggman, também podem se referir ao mesmo personagem.

Robotnik é simplesmente genial na tela, sendo comicamente vilanesco. Uma mistura de Grinch com o Máscara e com um exército a la Skynet de Terminator em suas mãos. Há diversas referências aos maquinários utilizados nos jogos, tais como o Egg Mobile-D – Drill Eggman – o primeiro chefe de Sonic the Hedgehog 2; e do Egg Hawk, nave principal do vilão. O vilão deseja estudar Sonic após experimentar a poderosa velocidade garantida a ele ao usar os espinhos do ouriço para energizar sua nave.

Não poderia pedir por um vilão melhor, literalmente “inlidável”.

Quando as luzes se acendem

Sonic: O Filme é de longe, para mim, a melhor adaptação cinematográfica em live-action de um game já feita. Não há como dizer o contrário, SEGA e Paramount acertaram em cheio e bateram a bola para fora do parque. O filme está repleto de referências, sacadas e explicações sobre como todo aquele universo funciona, preenchendo cada lacuna de falha. Claro que o filme tem lá seus deslizes aqui e ali, mas é uma verdadeira montanha russa de diversão, ação e nostalgia!

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