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Jogos de corrida que envolvem batalhas com “power ups” (itens que dão habilidades) existem há décadas e se popularizaram com Mario Kart no SNES. Logo a fórmula foi evoluindo e quando a era 3D ganhou força na quinta geração de consoles, toneladas de jogos do tipo apareceram (e continuam aparecendo) até hoje.

Skydrift é um desses jogos e usa aviões ao invés de carros, como costuma ser em muitos jogos do gênero. Porém ele é um jogo de 2011 e foi lançado para PC, Xbox 360 e PlayStation 3. Também desenvolvido pela Digital Reality e distribuído pela HandyGames, Skydrift Infinity se trata de um “remaster” do jogo original, 10 anos depois. Infelizmente não tive a oportunidade de jogar o original, mas pesquisei bem para poder comparar os dois títulos.

Uma fórmula que já é bem conhecida

Skydrift Infinity tem um gameplay bem arcade, então não espere nada como o que pode ser feito em um Ace Combat, por exemplo. O jogador acelera, freia e usa o boost, que só é carregado com manobras ou acertando os adversários. Você também escolhe um dos dois power ups equipados, podendo descartá-los, e, claro, vira para os lados, com o analógico direito podendo fazer uma inclinação de 90 graus de ângulo (o avião fica na vertical).

No modo campanha, você terá sete fases com cinco corridas cada. As corridas vão variar entre os quatro modos de jogo: há as corridas de potência, que consiste em chegar até o fim usando os power ups; há a corrida de velocidade; há as corridas que consistem em chegar até o final usando argolas que dão um boost, sem power ups; por fim, nas corridas de eliminação, o último colocado tem um tempo estabelecido para sair da última posição, ou será eliminado.

A variedade de modelos de aviões é um dos pontos altos do jogo.

Os power ups são de ataque, com mísseis, metralhadora e mina, defesa com o escudo, defesa e anulação de ataques com a bomba PEM (pulso eletro magnético) e o power up de recuperar o estado da aeronave. É possível carregar dois deles por vez, dando para trocar qual quer usar ou descartar aquele que não quiser. Ao pegar dois do mesmo power up, o efeito dele fica mais forte.

Eu joguei as corridas da campanha no nível normal e devo dizer que não é nada fácil. E não no sentido “git gud” para continuar e avançar, não. A IA é extremamente apelona. Se você tem adversários nas suas costas, se prepare para ser bombardeado e não ter paz. Os itens que protegem seu avião não são o suficiente. A saída é ficar em primeiro e se distanciar muito para fugir do alcance dos ataques.

Para piorar essa questão, não existe nenhum comando de manobras evasivas para fugir dos ataques. Ou você conta com um power up de defesa no exato momento, ou conta com a sorte de aparecer uma curva e sair da mira do adversário nas suas costas. Não é possível nem um “barrel roll” no estilo Star Fox.

Skydrift Infinity
Os protagonistas dos dois primeiros Darksiders estão presentes como aviões.

Skydrift Infinity conta com modos multiplayer local e online. A desenvolvedora nos mandou duas chaves para podermos testar o multiplayer online. Bom, a verdade é que o multiplayer na rede é decepcionante. Você precisa contar com vários amigos que tenham o jogo, ou vai ser você e seu único amigo no lobby esperando algum estranho entrar. Nem preciso dizer que o jogo não é super popular e que achar pessoas para se juntarem à sua partida é bem difícil.

Outro ponto negativo do multiplayer online é que não é possível encher a partida de bots. Na falta de jogadores, isso já deixaria as coisas bem mais interessantes. Porém isso é possível no multiplayer local, com alguém do seu lado jogando.

O jogo oferece seis mapas, que são bem diferentes um dos outros, além de cada um ter sua versão invertida. A quantidade é bem pouca, você não demora muito para ter passado por todos os mapas e começar a enjoar. Conforme avança nas voltas dos mapas, algumas mudanças acontecem, como vulcão entrando em erupção, uma ponte caindo etc. Porém todas estéticas, não interferem nas corridas.

Skydrift Infinity
Tem momento que fica difícil distinguir as coisas.

São 16 aviões e você precisa destravá-los conforme avança nas fases da campanha. Eles são bem diversos, com atributos como velocidade, blindagem e manobrabilidade que se diferem bem uns dos outros. Cada avião conta com quatro skins diferentes. Os personagens Guerra (War) e Morte (Death) de Darksiders estão presentes, já que a THQ Nordic está envolvida de alguma forma no remaster, não fica claro em que nível.

Um remaster que não deixa claro o que é novo

Graficamente, o jogo tem um excesso de bloom (aquele efeito de incandescência da luz, muito brilho) e blur (o borrão na imagem em movimento) e teve momentos de muita velocidade que eu não conseguia entender o que estava acontecendo, principalmente nas corridas de velocidade. Tirando isso (que já é bem ruim, sinceramente) o jogo tem uma qualidade gráfica okay.

Não é possível configurar nada em relação aos gráficos do jogo, nem mesmo resolução, não tem suporte a monitores ultrawide e a única opção em relação ao desempenho é referente a taxa de quadros com duas configurações: sem limite e 30 FPS. O que é, no mínimo, estranho. Pelo o que pude ver pesquisando, graficamente falando, a versão original para Skydrift Infinity não tem diferença alguma.

Skydrift Infinity
Esse brilho exagerado, típico de jogos antigos, incomoda bastante.

Navegando pelo fórum do jogo na Steam, existem muitas reclamações de jogadores que jogaram o original, muito insatisfeitos por não ter nenhuma mudança notável nesse novo título. Ainda outros reclamam pela falta de suporte aos controles, o que não aconteceu comigo.

A verdade é que, se você jogar duas horas do jogo, já vai ter tido a experiência toda que o jogo oferece, passando pela campanha, multiplayer online e local. Hoje, o jogo está em promoção na Steam por R$ 28,79, com preço cheio de R$ 31,99. Eu recomendaria o jogo para a pessoa que tenha com quem jogar o multiplayer local, que é o melhor modo. Jogar a campanha de um tipo de jogo desse seria mais interessante numa proposta no estilo desse jogo aqui.

Ao meu ver, não parece que os desenvolvedores colocaram qualquer esforço nessa nova versão. A descrição do jogo, inclusive, é um CTRL+C e CTRL+V da descrição do jogo original de 2011, o que mostra um certo desrespeito com os possíveis fãs do primeiro jogo de 10 anos atrás. Skydrift pode ter tido algum sucesso há uma década atrás, mas a suposta repaginada não atualizou nada e dá para ver que o jogo envelheceu.

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