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Os fãs dos jogos de skate tiveram dois lançamentos em 2020: Skater XL e o remake Tony Hawk Pro Skater 1+2. O primeiro game sendo mais purista e técnico, enquanto o segundo é aquela loucura desenfreada que conquistou uma geração durante a era do primeiro PlayStation. Agora, Session: Skate Sim veio para elevar a simulação à outro nível.

Trazendo os “spots” mais marcantes das revistas como Tribo e fitas VHS de skate, Session: Skate Sim, ou só Session mesmo, traz uma mecânica desafiadora logo nas primeiras horas, mas uma que recompensa os mais dedicados, tal como o esporte.

Não há nada pior do que quedas brutais na pista! Além da dor intensa, você fica marcado pela queda: no meu caso, fui batendo a beira da bacia na quina da funbox e congelando em choque por cinco minutos. E tenho primos e amigos com quedas tão horríveis quanto.

Session: Skate Sim
Ainda bem que não tem ninguém vendo

De volta às manobras

Session: Skate Sim começa com a criação do(a) skatista. Conhecido por suas habilidades, o personagem retorna às ruas após um ligamento rompido. Aprendemos o básico novamente, com a ajuda do skatista e comediante Donovan Strain.

Após o tutorial, o jogador será apresentado a curtas missões onde deve completar desafios de manobras, ganhando moral e dinheiro como recompensa. Tais conquistas liberaram missões mais exigentes, além de roupas e peças novas para comprar.

O âmago da experiência é esse, simples, mas dentro do que se espera de um verdadeiro simulador do esporte. O objetivo de Session: Skate Sim é recriar a experiência de se vivenciar o esporte em seu pico nos anos 90, levando o jogador a criar as fotos mais marcantes e vídeos icônicos, como Bones Brigade, Animal Inside e Welcome to Hell.

Session: Skate Sim
Capa de revista ou VHS, você escolhe!

O objetivo de Session: Skate Sim não é a criação de longos conjuntos de manobras por pontuações ou mandar 8 “900°” no ar em um mesmo salto. Session é sobre a experiência mais raiz do esporte, é sobre simplesmente pegar o skate e sair pra andar por andar e registrar momentos marcantes com amigos em foto e vídeo.

Mesmo com várias missões espalhadas pelo grande mapa da cidade onde o jogo se passa, o mais divertido ainda é andar pela cidade em busca de lugares para mandar manobras. Eu pessoalmente passei muito tempo em escadarias e no estacionamento subterrâneo do jogo, já que é o local que mais tenho experiência real.

Admito que tanto em Session quanto na vida real, eu não sou lá um grande skatista, mas consegui me sair bem, concluindo o jogo com um bom tempo e me divertindo bastante. Por mais que eu tenha gostado de Skater XL, Session: Skate Sim é mais exigente e apresenta uma física mais realista e bem implementada.

Session: Skate Sim
Saudades de jogar o game SKATE nas lojas

Skater XL traz locais divertidos pra andar, porém eles ainda são muito artificiais. Já Session: Skate Sim consegue recriar uma experiência mais pé no chão, com sua cidade suja e ruas desniveladas. Até mesmo a loja No-Comply me lembra da loja dos meus primos, onde comprava peças.

Chega de amadorismo

Justamente por tentar dar um ar mais urbano e realista, Session: Skate Sim pode pegar os jogadores em pequenos obstáculos invisíveis para os destreinados. Por utilizar da infraestrutura urbana, os jogadores terão de treinar e calcular exatamente o timing e espaço da manobra, evitando bater em paralelepípedos, bancos e degraus. Afinal, qualquer toque desses em um skate de verdade pode significar uma queda brutal!

Usando os analógicos, o jogador controla as pernas do skatista, as flexionando para realizar manobras. No estilo regular se rema com a perna direita traseira e controla-se o nose com a esquerda. Caso prefira goofy, o jogador pode inverter o uso das pernas. Só tome cuidado para não remar mongo, no caso com a perna dianteira.

Session: Skate Sim
Se cair para fora, é caixão e vela preta

Session: Skate Sim, assim como Skater XL, usa os gatilhos R2/L2 para controlar o corpo do skatista, fazendo com que ele vire o skate ou realize um switch, trocando as posições entre regular e goofy. Parece complicado demais, mas não demora para você pegar as manhas.

Você começa com ollies, flips e depois passa para manobras mais exigentes, como Hardflips e 360° Inward Heelflip. No começo, pode ser complicado entender que não basta apenas se abaixar e subir os comandos para mandar um ollie e depois a manobra no ar como em Tony Hawk, mas sim durante o preparo do salto.

As manobras exigem que o jogador tenha um conhecimento espacial para suas execuções. Não adianta querer mandar um willy grind em um corrimão contra a parede ou tentar saltar por cima de algo muito grande ou muito alto, uma vez que o impacto da queda vai te derrubar.

Session: Skate Sim
A mimir…

Usando as pernas para chutar o skate após o salto, o skatista vai mandar a manobra e resta ao jogador controlar o quanto o shape irá virar no ar, para evitar um queda. É possível fazer várias manobras seguidas como em Tony Hawk. Por exemplo: você pode mandar um kickflip, com um manual e outro flip depois.

Diferente de Tony Hawk, em Session é preciso calcular as distâncias e controle do manual, já que você precisa levantar apenas o suficiente para começar o manual. Caso falhe, irá se agachar para começar um ollie ou nose flip dependendo da direção do manual que está tentando fazer.

Parece ser realmente difícil, mas como no skate real, é mais questão de se acostumar com o próprio equilíbrio. Após um tempo você estará criando incríveis vídeos e fotos com o sistema de edição do jogo.

Session: Skate Sim
Só de bobeira com o parça

Registrando os melhores momentos

No editor, o jogador pode voltar ou adiantar as filmagens que estão sempre sendo feitas do skatista, bem como alterar o modo de captura entre câmera fixa, livre ou seguindo o skatista, além de filtros amarelados bem anos 90 e lentes olho de peixe. Há ainda alguns outros filtros, mas eles ficam ligados durante o jogo e devem ser selecionados nas opções.

O interessante do modo de edição de fotografias é que, além da nostalgia, é possível ver o quão desgastado está o seu skate. No modo a pé é possível ver também, mas ver o desgaste do shape ou lixa sendo aplicado após uma manobra, é algo incrível de se ver tão bem feito em um jogo.

Quando já estiver fera no skate, o jogador pode aumentar o desafio habilitando novos estilos, manobras e grinds nas opções. Isso inclui truques casper, introduzidos por Bobby “Casper”, Liptricks em bowls e rampas e os darkslides, onde se inverte o skate durante um grind.

Session: Skate Sim
Passa a vela para não travar

Também é possível habilitar transeuntes nas opções, com as ruas cheias fica ainda mais complicado mandar as manobras, já que as pessoas podem estar passando bem na sua frente na hora e atrapalhar tudo. Só faltaram os tiozões chatos, que querem pegar os skates, ou os guardinhas folgados.

Eu quero é rock!

Session: Skate Sim é bem bonito visualmente e os tricks são bem executados, além da cidade ter o visual dos anos 90. Porém a trilha sonora e física do jogo acabam deixando a desejar, com a física às vezes fazendo com que manobras perfeitas falhem. Durante a tarefa do manual sob o banco, por exemplo, meu skate atravessou a estrutura de um jeito impossível, me fazendo errar.

A trilha sonora assemelha-se bastante às coleções de Chillhop do site Bandcamp. Até reconheci algumas, já que ouço bastante as coleções deles. Não que isso seja um problema, mas por ser ambientado nos anos 90 eu esperava The offspring, Millencolin, MxPx, Sublime, Korn, Limp Bizkit, algo assim. No quesito playlist, Tony hawk Pro Skater ainda é rei.

Session: Skate Sim
Cruzando distâncias!

Session: Skate Sim é uma das melhores, se não a melhor experiência realista de Skate nos videogames. Claro que Tony Hawk ainda é o mais divertido, mas se tratando de técnica e experiência, Session é de longe o mais complexo e polido. O jogo ainda traz locais reais como Black Hubbas, Brooklyn Banks e o FDR Park, além de vários skatistas de renome tal quais como BEAGLE, Dane Burman, Manny Santiago e Samarria Brevard.

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