Depois de sair para Xbox One e PS4, em maio deste ano, chegou a vez do Switch receber sua versão de Sega Genesis Classics. Coletâneas da Sega não são novidade: teve uma pra PS2 e PSP chamada Sega Genesis Collection (2006), com 28 jogos, e outra pra PS3 e Xbox 360 chamada Sonic’s Ultimate Genesis Collection (2009), com 48 jogos. O novo pacote reúne um pouco mais, totalizando 53 jogos.
Se você está lendo este review, certamente viveu a era de ouro do Genesis (mais conhecido no Brasil como Mega Drive) e jogou seus grandes clássicos, seja na locadora ou em casa. Tenho no coração a memória de quando joguei Sonic the Hedgehog pela primeira vez, bem como outros clássicos como Altered Beast, ToeJam & Earl, Golden Axe e Street of Rage. Até os jogos ruins me fizeram feliz, como Kid Chameleon e Decap Attack.
De volta para o passado
Não dá pra negar que a lista é muito boa, com jogos de vários gêneros e não deixando de lado títulos importantes como o maravilhoso RPG de ação Beyond Oasis, o inovador beat ‘em up Comix Zone e o primeiro jogo “3D” do console, Vectorman. Game que surgiu para bater de frente com Donkey Kong Country e seu gráfico tridimensional pré-renderizado. Fez tanto sucesso que ganhou uma sequência igualmente bem feita, embora seja mais curto. Virtua Fighter 2 é outro jogo presente que usufrui do poder máximo do console.
Fora os games já citados, a coletânea conta com: Alex Kidd in the Enchanted Castle, Alien Soldier, Alien Storm, Bio-Hazard Battle, Bonanza Bros., Columns, Columns III: Revenge of Columns, Crack Down, Dr. Robotnik’s Mean Bean Machine, Dynamite Headdy, ESWAT: City Under Siege, Fatal Labyrinth, Flicky, Gain Ground, Galaxy Force II, Golden Axe II e III, Gunstar Heroes, Landstalker, Light Crusader, Phantasy Star II, III e IV, Ristar, Shadow Dancer: The Secret of Shinobi, Shining in the Darkness, Shining Force I e II, Shinobi III: Return of the Ninja Master, Sonic the Hedgehog 2, Sonic 3D Blast, Sonic Spinball, Space Harrier II, Streets of Rage 2 e 3, Super Thunder Blade, Sword of Vermilion, The Revenge of Shinobi e ToeJam & Earl in Panic on Funkotron.
Embora o pacote tenha franquias completas, é impossível não notar a ausência da trilogia Ecco – pelo menos Ecco the Dolphin tinha que estar no catálogo, levando em consideração a importância do game na história do console. Também não entendi porque diabos Sonic the Hedgehog 3 ficou de fora, enquanto todos os outros jogos do ouriço azul mais veloz do mundo estão presentes. Estar na coletânea anterior (Sonic’s Ultimate Genesis Collection) e ficar de fora da nova coleção não faz o menor sentido. Deviam ter colocado no lugar de Sonic 3D Blast, essa bomba que infelizmente compõe a lista.
Cadê meu Eternal Champions?
Sim, eu adoro este sangrento game de luta 2D inspirado em Mortal Kombat. Um exclusivo de Genesis que, além de ser muito bem feito (pra época, claro), promovia fatalities chamados overkills e execuções cabulosas de cenário (veja todos aqui, na versão de Sega CD). Joguei muito esse game com amigos e primos, especialmente pra ver a desgraceira rolando solta após consultar dicas em revistas.
Não é apenas este jogo que faz falta. Cadê os da Disney, como Castle of Illusion e QuackShot? Onde foi parar o espetacular (e difícil pra cacete) The Adventures of Batman & Robin? Por que a versão de Switch não tem Wonder Boy III: Monster Lair e Wonder Boy in Monster World, sendo que ambos estão presentes na versão de PS4 e Xbox One? Quem deu uma surra de corrente no Road Rash? Quem censurou o Michael Jackson resgatando a criançada em Moonwalker? Eu sinto falta destes e outros jogos, mas entendo que tudo isso seja uma questão de licença e direitos autorais.
Sega Genesis Classics conta com uma interface bastante nostálgica: um quarto com pôsteres na parede, uma tv antiga, um Genesis com dois controles e uma prateleira cheia de jogos. A hub apresenta um menu em cada canto, incluindo extras (conquistas e desafios), opções do emulador (configurações de pixel scaling, filtros, modo espelho), multiplayer online, entre outras opções comuns (áudio, controles, créditos). A interação pode ser feita pelo controle ou pelo touch screen do Switch.
Na prateleira, os jogos encontram-se organizados em ordem alfabética. Basta escolher um e o cartucho será inserido no console, que por sua vez roda o game na tv. Dá pra jogar desta forma, entrando na proporção 4:3 (quadrada) com opções para mudar a arte das bordas (entre 9 desenhos) ou deixar o game esticado em tela cheia. E durante a jogatina, o jogador pode usar os botões ZR e ZL para rebobinar ou avançar o game, bem como salvar a qualquer momento.
Comparando com SNK 40th Anniversary Collection, esta coletânea peca em conteúdo extra. Enquanto que a SNK mandou super bem em seu museu virtual repleto de informações e imagens, a Sega parece não se importar com sua base de fãs. Propagandas, concept arts, protótipos, qualquer bônus já seria muito bem vindo aqui.
Sega Genesis Classics é uma coletânea mais do que obrigatória para reviver os anos de glória do console da Sega. Ter todos estes jogos acessíveis no Switch, que por sua vez é um console portátil, não tem preço. Poderiam haver outros jogos na lista, bem como uma hub mais bonita e com trilha sonora de fundo (assim como rola no NES e SNES Classic), mas o que temos aqui já vale ouro.