A coleção Sega Ages cresce mais um pouco com Thunder Force AC. O jogo de arcade é um port de Thunder Force III, lançado para o Mega Drive no mesmo ano (1990). No ano seguinte, o Super Nintendo ganhou um port chamado Thunder Spirits, este infelizmente não tão bom assim. Com a compra dos direitos das propriedades intelectuais da Tecno Soft, era questão de tempo para a Sega trazer este clássico para os donos de Nintendo Switch.
Este shmup funciona como todos os outros jogos de navinha de sua época: navegação side-scrolling, uma penca de inimigos para destruir e um chefão ao final de cada fase. O diferencial está nas quatro naves e suas armas, que permitem mudar de estratégia a qualquer momento durante o gameplay.
Embora Thunder Force AC seja praticamente um remake do terceiro título, o game empresta inimigos e estágios de Thunder Force II, bem como o Kids mode e uma das naves de Thunder Force IV (chamada Fire Leo-04 Rynex). No Switch, a única novidade é o placar online, além do pixel art cristalino do port feito pela M2. E, claro, tem a cabine do fliperama com filtros de scanline e suavização.
Se tem Kids mode, use-o!
O recurso de rebobinar o gameplay e outras adições vistas nos demais títulos da coleção Sega Ages não foram aplicados aqui. Faz falta? De forma alguma. Porém o desafio é alto até na dificuldade Normal, mesmo que você aumente o número de vidas de 3 para 5. Uma vez que os continues são finitos (5 fichas), o jeito é apelar para o uso de save states ou jogar no Kids mode, sem medo de ser feliz.
Ao morrer no Kids mode, o jogador não perde as armas obtidas – como acontece no Arcade mode. Após terminar a campanha, aí sim recomendo voltar para o modo tradicional e encarar o desafio. Thunder Force AC é um jogo frenético, que exige reflexos rápidos para lidar com inimigos que surgem de todos os cantos da tela, inclusive nas suas costas. Além dos adversários, é preciso ficar esperto também com os obstáculos nas fases.
Como piloto da nave Fire LEO-03 “Styx”, o jogador assume a luta da Federação Galáctica contra o Império ORN. Sua missão é destruir cinco dispositivos de camuflagem que tornam a base principal do ORN invisível, depois se infiltrar e derrotar seu imperador, o supercomputador Cha Os.
Difícil até no analógico
Ao total são 8 estágios intergaláticos, dos quais os 4 últimos são bem cabeludos. Infelizmente, o controle analógico do joy-con não o ajudará muito: a sensibilidade no movimento da nave é muito alto e não há opção para reduzi-la. Com isso a dificuldade aumenta, principalmente, nos momentos em que você precisa passar por áreas estreitas do cenário.
Thunder Force AC é viciante, tem armas bem legais pra usar e a trilha sonora dá aquele empurrão pra você continuar jogando. O replay só vale a pena caso seguir a minha sugestão de começar pelo Kids mode, para antes dominar as armas, memorizar as fases e assim não se frustrar com a dificuldade crescente. É um jogo curto, mas imperdível para os fãs do gênero.