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Quase 15 anos depois de seu lançamento original, Sam & Max: The Devil’s Playhouse retorna em uma versão remasterizada pela Skunkape Games para fechar a trilogia original, com um jogo divertidíssimo e excelente narrativa. Se a Telltale Games já tinha feito um bom trabalho no passado, agora você terá a chance de jogar os cinco episódios e experimentar uma grata evolução para as mecânicas e gameplay.

Preocupados em eliminar todos os erros de performance no jogo original, os desenvolvedores também entregaram uma excelente versão, retrabalhando a iluminação, sincronia das falas foi aprimorada e as divertidas cenas que aparecem ao longo da história foram melhoradas, além do áudio não encavalar com a música ou ficar em volume diferente, tudo para fazer com que o jogo fosse atualizado para a nova geração, tanto de consoles quanto de público.

Sam & Max: The Devil's Playhouse

Sam & Max: The Devil’s Playhouse é sinônimo de aventura, ainda mais por ser um adventure point and click, com uma excelente história e cheia de mistério para desvendarmos. Depois de Save the World e Beyond Time and Space, esse terceiro título nos coloca novamente no controle de Sam, um cachorro gigantesco que usa paletó, e Max, um coelho excêntrico e com poderes psíquicos. Unindo elementos de ficção científica, comédia e investigação, acompanhamos essa história por cinco capítulos, cada um com sua trama própria, mas que contribuem para a construção narrativa principal do jogo.

Um poder antigo misterioso

No primeiro episódio (The Penal Zone), Sam & Max precisam deter General Skun-ka’pe, um gorila que veio do espaço e está em busca de artefatos poderosos. Em The Tomb of Sammun-Mak, o segundo episódio, a dupla de investigadores freelancers embarcam numa viagem temporal para conhecermos (e jogarmos) com Sameth e Maximus, os antepassados da dupla.

Sam & Max: The Devil's Playhouse

Para o terceiro episódio (They Stole Max’s Brain!) temos o roubo do cérebro de Max, enquanto no quarto (Beyond the Alley of the Dolls) uma invasão de clones de Sam precisa ser parada. No quinto e último episódio (The City That Dares Not Sleep), a busca pelos artefatos poderosos causam um plot twist envolvendo Max, enquanto Sam busca ajuda de todos os personagens que conhecemos, com a resolução envolvendo a entidade vilã por trás de tudo.

A narrativa de Sam & Max: The Devil’s Playhouse com certeza é um dos pontos altos do jogo, responsável por criar uma história com muitos elementos e fazendo com que todos se conectem no final. A presença dos artefatos surge como um excelente artifício criativo para justificar muitas escolhas de gameplay, principalmente relacionado ao uso dos poderes de Max, além de explicar as reviravoltas que acompanhamos ao longo dos cinco episódios.

Sam & Max: The Devil's Playhouse

Sempre com muito bom humor, os diálogos são interessantes e carregados com pitadas de acidez, sendo capaz de agradar o público que já conhece a franquia, mas com certeza vai conquistar os jogadores mais novos. A união entre um cachorro e um coelho, extrapolando as possibilidades oferecidas pelo fator antropomórfico, criam uma dupla improvável e que conseguem tirar um riso a cada interação. Infelizmente os demais personagens que conhecemos ao longo da história não oferecem a mesma dinâmica com os protagonistas, mas ainda assim são divertidos e interessantes.

Point and click com muito humor e criatividade

Sam & Max: The Devil’s Playhouse é uma jornada que explora temas como poder, amizade, mistério e misticismo, tudo com uma pitada de loucura. Quando Max encontra o que parece ser um brinquedo estranho, ele começa a ter habilidades inesperadas a partir desse encontro inicial e com cada um dos itens que você encontrará por essa jornada. Esses são os Toys of Power e fazem parte da misteriosa sua Devil’s Toybox, um artefato antigo cercado por mitos e capaz de reunir todas as habilidades disponíveis para Max utilizar.

Sam & Max: The Devil's Playhouse

Esse símbolo de tentação e poder acaba sendo o principal motivo para todos os eventos do jogo, conectando todas as forças sobrenaturais e habilidades psíquicas que encontramos. A partir dela conhecemos o mago Papierwaite, a barata Sal, o deus Yog-Soggoth, entre outros, até chegarmos à antiga entidade por trás de tudo. Esses brinquedos também constroem a jogabilidade, com um telefone sendo sua forma de comunicação telepática, um nariz para se metamorfosear, cartas de baralho para ler mentes, um óculos para ver o futuro, além de outros vários, inclusive com um robô muito importante para o jogo, totalizando nove brinquedos.

Utilizando os direcionais para mover Sam, utilizando sua caixa de itens para suas ações, enquanto Max atua basicamente com a Devil’s Toybox, selecionando qual brinquedo você precisa para habilitar o poder psíquico que resolverá uma tarefa. Essa dinâmica de interação com o mundo através de Sam e com Max sendo o responsável pela resolução do problema enfrentado pela dupla serve como looping, através de uma boa curva de aprendizado, sendo cada vez mais fácil identificar como concluir o necessário para a história prosseguir.

Sam & Max: The Devil's Playhouse

Você também tem a opção de selecionar os pontos de interesse, reforçando as características de point and click, para que a dupla de policiais consigam interagir com o ambiente, demais personagens e pontos de interesse. Essa é a maneira mais rápida de navegar pelos cenários, evitando que a movimentação seja um empecilho, mesmo com a preocupação dos desenvolvedores para esta versão remasterizada.

Tudo é muito intuitivo e os desenvolvedores incluíram uma opção em que o jogo detecta quando você fica preso por muito tempo numa mesma cena ou ambiente, oferecendo dicas para você entender o que precisa fazer ou com o que precisa interagir, para que você siga sem muitos problemas pela história. Antes de começar você pode escolher a frequência dessas dicas para deixar o jogo mais complexo ou mais fácil, porém não espere desafios muito grandes, bastando apenas se manter atento aos diálogos e como a narrativa avança.

Sam & Max: The Devil's Playhouse

A versão remasterizada de Sam & Max: The Devil’s Playhouse oferece o pacote completo, com excelente retrabalho visual e sonoro, melhorias na movimentação (por mais que seja datada e com limitações) e ainda consegue ser uma boa entrada para quem deseja conhecer o gênero Adventure Game e Point and Click. Tudo muito bem trabalhado pela Skunkape Games e que respeita o jogo original da Telltale Games, além de trazer para a nova geração a obra criada por Steve Purcell para os quadrinhos.

98 %


Prós:

🔺 Quebra-cabeça criativos e interessantes
🔺 Gameplay divertido com as habilidades dos brinquedos
🔺 Sam & Max são personagens muito carismáticos
🔺 Diálogos repletos de bom humor
🔺 Remasterização com visual muito bem retrabalhado

Contras:

🔻 Movimentação continua sendo um problema
🔻 Velocidade do jogo pode ser um incomodo para a nova geração

Ficha Técnica:

Lançamento: 14/08/24
Desenvolvedora: Skunkape Games
Distribuidora: Skunkape Games
Plataformas: PS5, PS4, Switch, Xbox Series, PC
Testado no: PC