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Kunio-kun, Renegade ou River City: não importa por qual nome você conheça essa franquia, quem é da velha guarda com certeza já deve ter visto ou jogado pelo menos um de suas dezenas de títulos. Essa provavelmente é uma das franquias mais versáteis e malucas dos videogames, pois tem de tudo: começou com beat ‘n up, depois passou a explorar jogos de esportes, sendo seguido por títulos com minigames variados e agora chegando ao brawling.

O mais impressionante é como a franquia conseguiu se sustentar até hoje, 33 anos depois de seu primeiro título e ainda usando o mesmo visual retrô. River City Melee Mach!! não é algo totalmente inédito, já que está sucedendo um outro jogo de luta da série chamado River City Melee: Battle Royale Special (que não é tão diferente deste aqui), que foi inspirado em um minigame de brawling presente em River City Super Sports Challenge: All Stars Special. Basicamente, tudo que dá certo em um jogo é transformado em um novo jogo e foi assim que nasceu Melee Mach.

Velhos hábitos nunca mudam

Assim como qualquer outro jogo da série Kunio-kun, Melee Mach é simples e objetivo no que propõe. Você contará com batalhas entre quatro personagens e as regras serão definidas de acordo com o modo que escolher: eliminação, pontuação, battle royale etc.

Não olha pro lado, quem tá passando é o bonde…

O jogo conta com uma campanha singleplayer, onde você pode escolher uma equipe e acompanhar sua história, variando apenas as motivações individuais que levaram aquele time a entrar no campeonato e o quão excêntrico aqueles personagens serão. Cada equipe é composta por seis lutadores que são diferenciados entre si de acordo com tamanho, atributos, arma etc., então contamos com uma variedade interessante de personagens jogáveis.

São 30 equipes disponíveis, então o modo singleplayer oferece bastante conteúdo para quem não se importar de jogar sozinho. A dificuldade também é ajustável, então é possível sair da zona de conforto e não repetir exatamente as mesmas batalhas mais de 30 vezes com cada time.

Nas batalhas, cada equipe escolhe um personagem para representá-los na arena e, como qualquer outro brawling, quem pontuar mais vence – não precisa nem ser o último a sobreviver, basta dar mais porradas que os outros.

A maioria dos personagens possuem os mesmos golpes especiais, mas muitos contam com habilidades únicas, inclusive poderes especiais como telecinese, por exemplo. Personagens grandes são mais lentos, mas podem arremessar os menores com ataques comuns, assim como os pequenos também têm suas vantagens. As lutas são bem balanceadas e todos têm chances iguais de vencer, então usar somente os lutadores mais poderosos não é sinônimo de vitória.

Lutar jogando futebol, nesse jogo você pode.

Um combo que deixou a desejar

 

Como de costume, Melee Mach mistura os clássicos personagens baixinhos e gordinhos da era 8-bits com cenários em 2.5D. Não existe uma variedade muito grande de arenas, mas aquela sensação de como bonecos pixelados ficam tão naturais em cenários “tridimensionais” continua surpreendente. A trilha sonora traz algumas músicas clássicas (como o tema original do Double Dragon), mas algumas faixas são meio enjoativas por terem um loop muito curto e repetitivo.

Ao todo, são mais de 250 golpes diferentes, mas o sistema de combos é um pouco problemático. O jogo dispensa qualquer tutorial ou explicação que possa ajudar novatos a se entrosarem com o sistema de combos e combinações de botões, então quem cair de paraquedas provavelmente só vai conseguir soltar golpes especiais apertando todos os botões loucamente e rezando para sair alguma coisa. O problema persiste quando você busca por qualquer tipo de orientação no menu de controles, pois lá também carece de informações.

Esse até poderia ser um fator que não atrapalha tanto sua experiência, mas 90% da graça de Melee Mach está em usar golpes devastadores e inusitados. Caso você não consiga, as lutas se resumirão em socar, chutar e arremessar elementos do cenário nos seus oponentes, e isso já te coloca em uma tremenda desvantagem.

Jason Vorhees joins the fight!

A melhor parte deste jogo está no multiplayer. Jogar isso com amigos no multiplayer local sempre vai prover aquela experiência caótica e inesquecível que só os brawlings sabem proporcionar. A variedade dos modos também dá mais possibilidades de destruir amizades, como o modo battle royale, onde o último sobrevivente dos quatro vence, ou um modo onde seu personagem caído é substituído por outro da equipe, até que todos caiam. Tudo isso é muito mais legal que qualquer batalha tradicional da campanha, mas a graça está em jogar com outras pessoas – jogar contra BOTs não vai oferecer a mesma experiência.

Já o multiplayer online, esse sim é um problema, pois ele mal funciona. Já é difícil o bastante encontrar partidas para entrar e, quando você finalmente encontra, acaba sendo desconectado em segundos. Caso o host da partida saia ou seja desconectado, todos os outros também caem, então se você conseguir concluir uma única batalha online já será um grande feito.

River City Melee Mach!! é um jogo totalmente voltado para o nicho que acompanha essa franquia há tanto tempo. Ele entrega exatamente o que aquele minigame de brawling lançado há quatro atrás também entregava, porém com alguns agrados a mais para deixar a coisa toda mais atrativa. A diversão fica quase toda sob os ombros do multiplayer local, já que o online não funciona direito, então definitivamente não é um jogo para qualquer um. Ao menos está sendo vendido por um preço baixo em toda as plataformas, então é um título que cabe no bolso dos curiosos.

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