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Todos que consomem o gênero horror tem visto que ultimamente a CAPCOM tem dado um samba, com o ressurgimento incrível da franquia Resident Evil, que parece ter surgido no mesmo tom da demo P.T tão famosa da Konami. Para continuar o sucesso de vencer a Konami no seu território, agora a CAPCOM foi para a Netflix com a série Resident Evil: Infinite Darkness (No Escuro Absoluto, aqui no Brasil).

Seguindo os passos da Konami com a excelente série de Castlevania, que chegou ao seu fim recentemente, Resident Evil: No Escuro Absoluto também retorna ao tempo na série. A nova trama se passa em 2006 entre os eventos de Resident Evil 4 e Resident Evil 5, trazendo Leon e Claire ao holofote para uma aventura que retrata bem o estado da franquia durante aquela época.

Stop, he’s already dead!

Eu me lembro de quando íamos a locadoras, onde haviam aqueles PCs onde haviam trailers de filmes que chegariam em breve. Quando vi o trailer de Resident Evil Degeneration, pensei comigo mesmo que seria uma boa sacada para a franquia. Mal sabia que esse seria apenas o primeiro de uma série de filmes em CGI terríveis.

Leon e Claire numa sala atmosférica.

O primeiro filme é relativamente bem feito, mas o plot é um tanto quanto clichê, arrastado e previsível. O segundo é um ode a “habilidades supremas” de Leon e Vendetta merece ser lançado nas chamas da Montanha da Perdição. Mas o que isso tem a ver com Resident Evil: No Escuro Absoluto?

A série trouxe Leon e Claire nos trailers como protagonistas, no entanto todo o foco fica para o pamonha do Leon, deixando Claire como uma personagem coadjuvante no fundo da trama, enquanto tenta desvendar os eventos e desfechos relacionados a uma operação no pais fictício do Panamistão.

Coup d’etat a caminho

Junto de Leon temos Jason, um dos únicos sobreviventes do esquadrão Mad Dogs, e Shen May, uma operadora de comunicações do exército. Juntos a mando do Secretário Wilson da Casa Branca, eles devem invadir uma instalação chinesa que aparentemente possui cepas de um novo vírus. Esse que teve um pequeno surto na Casa Branca, colocando a vida do Presidente Graham, pai de Ashley, em risco.

Elenco todo posudo.

Enquanto atravessam o oceano a bordo de um submarino espião, Leon começa a ter suas suspeitas acerca de seus companheiros. Enquanto Claire vasculha as pistas que irão levar a explicação do por que Jason pode não estar contando toda a verdade para Leon. Além de também descobrir os segredos envolvendo os E.U.A na guerra do Panamistão.

Em quatro episódios a série consegue como ser uma estrela cadente, caindo em rota de colisão com a Terra. Não é tão ruim quanto Resident Evil Vendeta, mas por deus, como é entediante e maçante. Mostrando de uma vez por todas que a série de filmes e agora da Netflix em CGI de Resident Evil são terrivelmente chatas.

Leon chocado com o roteiro da série.

Zumbis peculiares

Um dos maiores pontos importantes para a franquia Resident Evil são os vírus. Em diferentes mutações, cores e sabores, esses pequenos organismos acelulares roubam a cena e mente dos infectados. Como o seriado se passa entre os eventos de quatro e cinco, esperava ver algo como Las Plagas ou Oroboros.

Mas não, em Resident Evil: No Escuro Absoluto existe uma curta ponderação de Leon se é o T-Vírus novamente. Fica por isso mesmo, ou seja, você pode chamar o vírus como quiser, seja Rogériovírus, Vascovírus, Dezessetovírus. Os quatro episódios rodam em torno de Leon, Jason e Shen May chegando à China e vez ou outra Claire ou um flashback da operação no Panamistão.

Claire fica de escanteio pela maior parte do tempo.

No terceiro episódio estava fazendo o máximo para conseguir me manter interessado na trama. Mas eu não sei qual é a tara que há em fazer o Leon ser um personagem estilo John Wick! Eu adoro o Leon em Resident Evil 2, mas após o quatro eu tenho vontade de ver ele ser amassado por uma carreta por algum motivo.

Enterrando os vivos

É realmente difícil dizer os elementos que realmente tornam a obra ruim, mas resumindo em miúdos, tudo se resume a má representação dos personagens. Jason principalmente, com uma ideologia vazia do começo ao fim. Deveríamos vê-lo como um mártir, mas desde o começo foi possível ler as motivações do mesmo.

Shen May tem participação na história de Leon.

O Tyrant que surge ao final também é de longe o mais burro de todos, mesmo retendo sua consciência. Agindo de maneira totalmente estúpida, matando aqueles que poderiam ajudá-lo e poupando seus executores. As cenas que deveriam nos fazer sentir emoção, como a revelação dos motivos de Shen May, chegam a ser risíveis pela maneira em que seus desfechos são apresentados.

A série nunca passa a aflição de estar nas situações que traz, um grande exemplo disto sendo o submarino, local onde uma horda de ratos infectados ameaça a vida do trio citado acima. Uma boa alusão às viagens marítimas do passado e o perigo da peste e doenças, além de ser uma situação terrível, mas Leon literalmente elimina todos os ratos de uma maneira que deveria ter condenado todos no local, o que obviamente não ocorre.

Um dos piores Tyrant da franquia.

Perdido no escuro absoluto

Eu realmente esperava algo tão bom ou melhor quanto Castlevania foi para a Netflix, mas infelizmente Resident Evil: No Escuro Absoluto deveria ter continuado nos cantos sombrios da mente dos idealizadores. Além de gráficos que remetem muito a simplicidade dos filmes em CGI da série, pouco é realmente aproveitado da saga original fora cenários e pequenos pedaços de informação.

Claro que haverá pessoas que irão gostar da série e isso é muito bom, por que nem todo mundo tem o mesmo gosto. Mas a realidade é que infelizmente essa série é de longe um dos materiais mais fracos da franquia Resident Evil.