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Já tem quase dois anos que analisei Red Wings: Aces of the Sky e jamais esperei que fosse revisitá-lo novamente, mas eis que para minha surpresa o jogo recebeu uma sequência! Se você deixou o primeiro passar batido, fique tranquilo porque provavelmente está longe de ser o único, afinal estamos falando de um título mega nichado que chama a atenção especificamente de quem curte aviões e a Primeira Guerra Mundial.

A proposta de Red Wings é muito simples: ser um jogo de guerra arcade focado exclusivamente em combates aéreos, sem a presunção de ser um exemplo de precisão histórica, mas ainda assim buscando um certo grau de fidelidade se tratando dos aviões utilizados na época. A sequência, intitulada American Aces, continua se passando na WWI, porém dessa vez apresentando um lado da história que não foi explorado no primeiro: o envolvimento dos americanos no conflito.

Como sempre, atrasados

Os americanos têm lá sua fama de terem chegado atrasados em ambas as grandes guerras testemunhadas pela humanidade no século XX; em Red Wings não foi diferente, já que eles só apareceram no segundo jogo. Na Primeira Guerra Mundial, os Estados Unidos só entraram oficialmente no conflito em meados de 1917, bem na reta final das coisas, já que a guerra viria a acabar em 1918. Porém, muitos cidadãos norte-americanos decidiram entrar no campo de batalha antes disso e se aliaram aos exércitos de alguns países da Tríplice Entente, com destaque para a França e o Império Britânico, que acolheram toda a ajuda que poderiam utilizar.

Esse jogo faz pilotar um avião parecer tão fácil…

Uma vez que se unissem a algum exército, eles eram treinados para assumir alguma posição em terra, água ou ar. A Grã-Bretanha colocou os pilotos americanos para lutar ao lado dos seus, enquanto a França formou um esquadrão separado para esses estrangeiros: Lafayette Flying Corps. Nesse time, cada piloto que conquistasse cinco vitórias no ar seria coroado com o título de “air ace”, que nada mais era que uma formalidade para classificar esses caras como os melhores do grupo. É daí que veio o nome do jogo e é ao redor desses soldados que a história gira em torno.

Assim como seu antecessor, Red Wings: American Aces não tem foco em história e possui apenas um enredo simplório para contextualizar o período do conflito e as motivações por trás daqueles soldados. Não temos personagens envolventes nem nada do tipo, é tudo muito superficial. As cutscenes são contadas no formato de história em quadrinhos, que também casam bem com o visual do jogo, todo meio cartunizado. Tudo isso que estou descrevendo já era algo presente no primeiro, então não temos novidades até aqui.

Atira primeiro, pergunta depois

Tudo igual, só que americano

Se você achou que agora seria o momento de falar das novidades, infelizmente achou errado. Sendo bem sincero, me senti jogando exatamente o mesmo jogo de dois anos atrás, porém com leves melhorias na performance e uma variedade de modos um pouco maior. Aces of the Sky era divertido, então o fato deste ser igual é um bom sinal, porém também é péssimo, já que não teve praticamente mudança alguma.

A campanha é dividida em 30 missões bastante simples e repetitivas, onde só devemos destruir uma quantidade determinada de aviões inimigos, em sua maioria. A dificuldade é crescente e com o tempo precisamos tunar bem o nosso avião para continuar vencendo, caso contrário é impossível. De acordo com seu desempenho nas missões, você recebe estrelas para comprar novas habilidades e assim ir melhorando seu veículo. Se você não tiver uma performance pelo menos decente em cada missão, vai ficar difícil chegar longe, pois essas estrelas são essenciais para o progresso.

Pelo menos agora temos mais modos para curtir com a galera

American Aces traz sua própria seleção de aviões, que são condizentes com os que os pilotos americanos usaram na Primeira Guerra Mundial. A fidelidade de cada veículo é bem satisfatória e cada um possui status bem diferentes, o que muda bastante o gameplay. Nesse ponto o jogo acerta em cheio, talvez sendo sua principal virtude. Porém, isso também já era algo presente no primeiro, então também não se trata de uma novidade.

Uma coisa que me desanimou logo de cara foi o fato de terem mantido até o mesmo set de habilidades especiais do primeiro jogo. Poxa, nem para criarem quatro skills novas! Para não dizer que está tudo igual, o desempenho do game no Switch está liso, com direito a 60fps constantes (ou algo perto disso). A maior novidade fica a cargo dos modos, que agora são três: Score Battle, Time Battle e Hide n’ Seek. No geral, todos se resumem ao que você já teve na campanha: mais batalhas, só que com o diferencial de poder jogar online e formar esquadrões com seus amigos. Desse jeito fica mais legal, desde que você tenha amigos para jogar junto.

Sendo assim, o veredito é simples: quem jogou o primeiro já sabe muito bem o que vai encontrar aqui e quem não jogou pode jogar qualquer um (ou ambos) que a experiência será igualmente divertida. Só é uma pena que não investiram tanto em novidades neste aqui, mas quem sabe nas próximas entradas da série as coisas já não sejam pelo menos um pouquinho diferentes.