É na marretada que marte vai ao chão. Red Faction: Guerrila trará horas de diversão e demolição. Mas vamos com calma, deixar a marreta descansar um pouco e colocar alguns fatos em dia. Nas versões anteriores de Red Faction, tínhamos a clássica jogabilidade em primeira pessoa. Para alguns fãs da série, remodelar o jogo para a visão em terceira pessoa não era uma idéia muito agradável. Porém, garanto aos fãs e aos novos jogadores que Guerrilla, apesar de remodelado, ficou muito bom. Todos os novos elementos e principalmente a parte de “quebrar tudo” foram caprichosamente bem feitos.
O enredo não é dos mais fortes, mas ajuda. Trata-se de uma poderosa força militar que assume o poder em Marte. Opondo-se bravamente aos militares está a “Red Faction”, um grupo que se organiza para destruir esses malvados militares sem educação e respeito. Alec Mason é um engenheiro que reencontra seu irmão Dan no planeta vermelho. Algumas coisas acabam saindo do controle e Alec presencia a morte do irmão. O protagonista acaba sendo também um procurado, e não há solução a não ser se juntar a causa “Red Faction” e vingar a morte de Dan.
Destaco as animações de história, durante o modo de campanha. Todas elas são muito bem executadas, mas faltou um pouquinho de sangue para dar mais realismo. Enfim, vamos ao que interessa: destruir! Esta é a parte mais impressionante de Guerrilla. A princípio, a idéia da facção é destruir os recursos do inimigo, pois sabem que o confronto direto com as forças armadas é suicídio. Os alvos são armazéns, refinarias, depósitos, etc. Vale também roubar algo útil em nome da revolução, é claro.
Realizar um bom trabalho de demolição é imprescindível. Não basta sair plantando bombas em qualquer lugar: é preciso um bom planejamento, tendo em vista que nem sempre temos explosivos à vontade. Sendo assim podemos, por exemplo, derrubar uma grande chaminé em cima de um quartel general, provocando muito mais estrago e com menos explosivos. Esse tipo de planejamento estratégico só é possível devido à excelente física que o jogo oferece. Temos a sensação que um prédio desabou pra valer, com aquele peso e realismo de uma demolição. É possível quebrar os alicerces de uma construção com a sua marreta, plantar um explosivo e assistir a demolição de longe. E tudo funciona perfeitamente.
Contamos ainda com alguns veículos e até mesmo robôs, um deles armado com lança foguetes. Nada mais agradável que destruir uma base pisoteando com um robô ou atravessando as paredes com um carro blindado e, quem sabe, ainda atropelar uns militares no caminho. Mas cuidado, não atropele os civis. O jogo possui um sistema de moral onde o seu sucesso nas missões traz novos seguidores à causa. Ataque apenas os militares para, posteriormente, contar com a ajuda dos civis.
Outro ponto muito interessante, e que contribui para as demolições, são as armas do jogo: desde a fiel marreta até bombas gravitacionais que sugam e destroem tudo ao seu redor. Ainda contamos com os Backpacks, mochilas que aumentam o poder das armas ou possibilitam novas ações ao personagem como voar, atravessar paredes, ficar invisível, e etc. São acessórios poderosos para acabar com os militares e para se dar bem no modo multiplayer.
O único ponto fraco seria a parte de tiroteio, que fica meio sem graça perto do que você pode destruir em cada cenário. Mesmo porque a falta de sangue deixa essa parte do game um tanto falsa. Você acerta um tiro na cabeça ou elimina uma tropa inteira, explodindo um carro, e eles apenas voam como bonecos. O mesmo ocorre se um prédio desabar na cabeça dos inimigos. Sinceramente, eu não vi muita graça nos modos clássicos do multiplayer, como o Team Deathmath e Capture The Flag. Por sorte, temos alguns outros modos que envolvem a destruição ou reconstrução de pontos estratégicos do mapa, para que os times pontuem e vençam. E estes sim são divertidos. O melhor deles é um modo chamado Wrecking Crew: os jogadores podem se divertir demolindo diferentes cenários. Quem destrói mais, pontua mais. Esse modo realmente exibe de maneira primorosa os efeitos de física do game. Só faltou uma opção para gravar e rever um belo replay da destruição.
Red Faction: Guerrila trouxe uma grande evolução para os videogames ao permitir, definitivamente, que tudo seja destruído. Além da ótima jogabilidade, robôs, veículos e capricho nas animações de história, o game garante muitas e muitas horas de diversão. Não deixe de jogar!