Em um mundo onde criaturas infernais dominam as ruas, apenas um grupo de heróis movidos pelo rock and roll podem enfrenta-los. Power Chord é um jogo que mistura roguelike, heavy metal e combates por cartas em uma experiência única que irá testar a força de vontade e mente dos jogadores.
Usando os poderes do heavy metal em grupo, em Power Chord lutamos contra uma expedição invasora demoníaca. Usando a relíquia conhecida como Chronocaster para liberar as criaturas do inferno que uma vez aprisionou, os demônios pretendem dominar a Terra, mas entre pretensão e realização deste ato estão nossos heróis para impedi-los.
Ouça o estrondo do trovão
A narrativa de Power Chord não é bem seu forte, com a história sendo bem básica. O mundo infernal e o Midverse, onde moram os guerreiros do metal, sempre estiveram em conflito. Até que Mordeth, o ferreiro do black metal criou o item conhecido como Chronocaster, uma guitarra capaz de alterar a própria realidade.
Do topo da torre Sonnorock, Mordeth criou um solo tão poderoso que separou a realidade infernal de Helmoth do mundo do metal Midverse. Com isso o grupo de heróis conhecido como Cavaleiros do Punho do Trovão se separou, mas as forças das trevas continuavam a rondar a Terra através dos demônios que ficaram para trás conosco.
O portal para Helmoth começa a surgir novamente e os heróis precisam se reunir para proteger o Midverse. Seja na formação original ou com novos membros, eles precisam usar os poderes do metal para enfrentar hordas e mais hordas de servos do rei demônio e até mesmo antigos aliados.
Falando assim, realmente parece uma aventura épica ao nível de jogos como Brutal Legend ou Valfaris, mas a história de Power Chord é bem pobre e contada de um jeito um tanto quanto vergonhoso. É como se fosse um tiozão explicando por que heavy metal é o melhor e mais épico estilo musical de todos os tempos.
Batalha de bandas
Usando os guerreiros musicais disponíveis, o jogador deve inserir em seu grupo de quatro personagens um entre três disponíveis para cada função, sendo eles um baixista, um baterista, um guitarrista ou um vocalista. Começamos o jogo com a formação original dos Knights of Thunderfist, mas ao realizar tarefas do jogo liberamos novos personagens.
Cada personagem possui um sistema de habilidades único. Os bateristas servem para suporte de armadura e tanque, os baixistas servem para envenenar e atrapalhar os inimigos, os guitarristas dão o ataque bruto e os vocalistas curam a banda ou enfraquecem os inimigos. Há ainda a variação entre as funções, como bateristas que geram o máximo de armadura possível enquanto outros geram cargas de armadura para desferir ataques mais poderosos.
O gameplay variado torna a experiência bem balanceada e divertida, mas desbloquear os outros integrantes da banda é bem difícil e custoso. Cada um, fora os iniciais, exige um replay que, apesar de ser relativamente curto, cansa bastante. Talvez por ser um roguelike: caso perca, terá de recomeçar toda a sua “run” novamente.
Toca outra sem ser Raul!
Visualmente, Power Chord é bem em tom da cultura que reproduz, com o mundo todo parecendo uma arte de capa da banda Korn. Personagens com olhos brancos, um ambiente todo amarronzado e muito sombreado. E o design dos personagens e demônios também é muito bem feito, cada um tendo uma identidade própria.
Curiosamente, a parte que deveria ser a mais bem feita é a mais deixada de lado: a trilha sonora. Power Chord possui apenas uma faixa de menu, uma faixa de batalha e só. Não há nenhuma mudança de faixas durante as batalhas. Ou seja, se acostume a ouvir uma música de batalha que parece aquele seu amigo que acabou de aprender Palm Muting.
Em contrapartida, as cartas usadas para batalhas e artefatos são apresentadas em grande quantidade. O interessante é sempre usar um baralho que se recupera e interage organicamente com todos seus membros, usando cargas de poder para aumentar a força de ataques, geração de escudos e pontos de ação para pagar pelas cartas a serem usadas.
Além de sempre buscar o máximo de artefatos, um dos que mais gosto é a palheta serrilhada, que causa dano ao guitarrista Berserk. Sempre que ataca ele toma dano, o que gera uma carga de fúria automaticamente, fazendo com que os ataques dele sempre sejam mais poderosos do que o comum.
Power Chord é um jogo interessante para o gênero roguelike, com um estilo e gameplay inovador e batalhas desafiantes. Porém a pouca variedade de músicas de fundo, a narrativa fraca, o baixo valor de replay e o número pequeno de chefões tornam a experiência bem passável.