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Overlord II, sequência do RPG de ação lançado pela Triumph Studios em 2007, chega às prateleiras trazendo muita maldade e humor para PC, Xbox 360 e PlayStation 3. Porém, nesta análise irei falar de Overlord II como jogo e não como uma sequência, já que minha experiência com o primeiro título se resume a ter visto o meu amigo Vinícios Duarte (editor-chefe do site) jogando por alguns minutos num passado distante.

Em Overlord II, você é o senhor do mal. Você cresce sendo treinado nas artes da espada, da magia, e aprende a comandar seus vassalos, os minions (criaturas parecidas com goblins), que o acompanham e são essenciais no combate e para superar obstáculos como quebra-cabeças. A primeira coisa que você deve ter em mente ao jogar Overlord II é a sua classificação de 12 anos (Teen). Ou seja, toda essa história de você ser o senhor do mal tem uma pegada bem estilizada e cartunesca com toques de humor, o que deixa todo essa “maldade” do seu personagem propositalmente ofuscada. Apesar do cuidado da produtora com a censura, o jogo permite que seus minions ataquem filhotes de foca com um porrete, o que contradiz a classificação do jogo.

Os primeiros estágios seguem o esquema de tutorial ensinando como golpear, usar magias, invocar e usar os minions, e etc. O tutorial apresenta também seus inimigos e opositores na sua cruzada em favor do mal. Temos o Império que odeia usuários de magia (o seu caso), inspirado nos romanos, e os Elfos, que tem um quê de hippies naturalistas protetores de animais e um jeito um tanto afeminado. Eles se tornam seus opositores quando vêem que o Overlord não poupa os esquilos, coelhinhos e outros animais da floresta.

Overlord II

A alma do jogo são os seus minions. Com apenas um pouco deles e com um tipo, você precisa evoluir para que a quantidade e qualidade desses também aumentem. São quatro tipos de minions: os marrons são sua tropa de choque; os vermelhos atiram bolas de fogo e servem como apoio no ataque; os verdes são assassinos silenciosos; e os azuis podem nadar e ressuscitar camaradas caídos. Além de formar a mecânica principal do jogo, os minions dão a personalidade que o senhor deles não tem. Eles possuem boas falas, ótimas animações e usam tudo que destroem como roupas e equipamentos de proteção, desde armaduras de inimigos caídos até a pele de animais (como as das focas, que viram toquinhas contra o frio). Em certas partes do jogo, seus serviçais podem usufruir de montarias como lobos e aranhas gigantes.

Overlord II tenta dar uma variada nas opções ao longo do jogo. Você pode, além de evoluir suas habilidades, sua base de operações e aumentar o número de donzelas capturadas, como também optar por caminhos diferentes. Você pode se tornar um vilão destruidor ou dominador. Mesmo com as escolhas, o jogo falha ao tentar diversificar as opções. A própria aventura é extremamente linear. Não há opção de exploração que não seja andar pra frente no único caminho que o jogo permite, salve o fato de poder voltar para os estágios anteriores que pode ser explorados uma segunda vez com a ajuda de novos poderes. Mas, de novo, isso não adiciona quase nenhum incentivo para uma jogabilidade mais variada.

Os minions, apesar de terem um apelo visual grande são um desperdício de talento, pois o jogo não oferece quase nenhum desafio a ponto do jogador ter que pensar em estratégias diferentes. As situações são sempre auto-explicativas e óbvias, deixando o jogador sem a chance de raciocinar sobre quem e como usar sua trupe de monstrinhos. Sem falar que quando você conseguir o primeiro bando de Azuis, que são os últimos, você vai estar perto do final do game.

Overlord II

Overlord II explora bastante o humor durante o jogo e nas muitas cutscenes. Nada dentro da história foge das caracterizações exageradas, principalmente no visual e na dublagem. As dublagens dos minions são simpáticas enquanto os inimigos, principalmente as dos Elfos afeminados, são insuportáveis e cansam rapidinho. Apesar dos diálogos serem escritos por Rhianna Pratchett, filha de Terry Pratchett (escritor inglês autor de DiscWorld, serie literária que satiriza a fantasia medieval), as dublagens não funcionam tão bem na tela quanto funcionaria no papel.

Na parte técnica temos alguns bugs bobos de colisão onde NPCs encontram objetos, problemas no controle dos minions, que às vezes ficam presos no cenário, entre outros problemas menores como a câmera, cujo ângulos fechados atrapalham na hora do combate com muitos minions e inimigos na tela. Sobre o multiplayer, há um modo competitivo e outro cooperativo. Infelizmente, até o fechamento desse texto não consegui encontrar ninguém para realizar uma partida no modo online para PC. Isso indica o quão bom esses modos podem ser.

Overlord II é mais um jogo da série “poderia ter oferecido mais”. Ele apresenta idéias interessantes para o gênero RPG de ação e jogabilidade promissora, mas que se torna chato justamente por não apostar nas suas características únicas. Recomendo baixar o demo antes de comprar, pois dependendo do estilo de cada jogador, tentar colocar em pé o seu reino da maldade pode se tornar uma obrigação ao invés de diversão.

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