Skip to main content

Lançado em 2016, OneShot foi localizado oficialmente para português brasileiro somente agora. Como não havíamos lançado uma análise do game antes, por que não agora? Afinal, estamos falando de um dos títulos mais bem avaliados da história da Steam. Apesar de eu estar atrasado, nunca é tarde demais para conhecer um jogo como este.

Sabe aquele tipo de jogo que o coloca numa situação em que demora para entender o que está acontecendo? OneShot começa exatamente assim, com o protagonista acordando numa casa abandonada. A história é bem interessante e nos mantém presos desde o início. Ficamos sempre com aquele gostinho de quero mais, para saber o que realmente aconteceu. A trama nos consome de tal maneira que mesmo cansado de procurar um item, ou farto de ouvir a mesma trilha, não nos permite deixar de jogar. A vontade de conseguir completar os puzzles e saber a continuação da história é sempre maior.

Trilha sonora em looping eterno

OneShot começa bastante tenso. A trilha sonora favorece este clima de tensão, ainda que seja enjoativa durante boa parte do tempo. Mas não me entenda mal: há muita qualidade na trilha, porém a desenvolvedora Little Cat Feet poderia ter trabalhado uma maior variedade de músicas para evitar tantas repetições.

A trilha possui um lado positivo (sua qualidade) e outro negativo (a repetição). Como já referido, a trilha inicial é bastante tensa, dando sempre a impressão de que algo ruim irá acontecer, promovendo bons susto. Ela funciona muito bem no início, mas enjoa rapidinho. Após avançar para o segundo mapa, a trilha muda para uma mais calma e serena. O looping não pára, mas pela menos esta segunda trilha não enjoa tão quanto a do primeiro mapa.

Imagem do jogo OneShot
Um passeio pelas árvores luminosas.

O mundo de OneShot é mais extenso do que o normal nos jogos feitos com RPG Maker. Com isso, é comum se perder no mapa e não saber para onde ir. Eu mesmo fiquei empancado em vários momentos, percorrendo tudo para tentar descobrir o que fazer. Não sei dizer se estava distraído ou se o jogo faz isso de propósito, mas não tem como negar o quão angustiante é percorrer inúmeras vezes o mapa para desbloquear uma simples peça ou mesmo saber aonde usá-la.

Tem alguém aí?

O ponto mais forte do jogo é a quebra da quarta parede. OneShot interage diretamente com o jogador (e seu computador, vasculhando arquivos), como se fossemos outra personagem dentro do jogo e não apenas uma pessoa controlando uma personagem. Isso me fez ver o jogo por outros olhos, ficando cada vez mais ligado na história. Você literalmente assume o papel de uma personagem que vai ajudar a protagonista, Niko, a conseguir vencer os desafios.

Imagem do jogo OneShot
No meio da capital.

Outros dos pormenores peculiares deste jogo é para que nunca se ative o modo de tela cheia (fullscreen). OneShot foi feito para ser rodado em modo janela. Existem muitas brincadeiras acontecendo em segundo plano no seu computador, assim como ocorre em outros jogos como Doki Doki Literature Club! Portanto se você jogar em tela cheia estará prejudicando a experiência, pois haverão momentos que você precisará vasculhar seu PC para ler um documento criado pelo jogo, por exemplo. Como forma de prevenir isso o jogo fecha sozinho, de propósito.

OneShot é uma verdadeira obra-prima. Certamente um dos melhores jogos de RPG Maker que já tive a oportunidade de jogar e recomendo demais para todos que gostam deste gênero.