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Atenção, esse review não é indicado para quem tem epilepsia, se você tiver qualquer aversão a luzes ou não se sentir bem com o que apresentarmos aqui, procure um médico. Neon Abyss, quanto mais te joga dentro de um profundo abismo e masmorras escuras, mais cores e luzes vão pipocar nos seus olhos e esse show de iluminação é o que te guiará a vencer cada desafio.

Criado pela Veewo Games e distribuído pela Team 17, responsável por sucessos como Overcooked, a franquia Worms e The Escapists, podem anotar que os novos herois multicoloridos farão parte desse hall. Com múltiplas faces, você não explorará as masmorras apenas para destruir a horda de inimigos que está te aguardando. Existe muito mais lá embaixo e apenas se jogando, literalmente, na aventura que o caminho se revelará.

Avance, Morra, Repita

Neon Abyss começa com você entrando no Grim Squad, equipe que explora o bendito abismo em busca de seus diversos itens e vingança contra as criaturas titânicas. Hades, o líder do grupo, te coloca nessa e a partir disso é hora de se virar. O roguelike te coloca com três comandos básicos, se mover, atirar e pular e você fará todo o resto por lá. A minha maior surpresa foi no momento que morri e vi a amplitude que ele atinge.

A história do jogo começa com você tomando um drink para entrar no lugar. Assim que você morre lá dentro, desperta num barzinho, deitado no balcão como se estivesse dormindo lá e tendo um sonho ruim. Lá funciona a base principal onde pode realizar upgrades, trocar de personagens, adquirir alguns itens e até mesmo dançar ao som do DJ que agita o local.

Imagem do review de Neon Abyss
O protagonista é levado ao abismo de forma abrupta.

Com isso em mente, o que precisa fazer para retornar à ação? Simplesmente correr até fora do bar e se jogar dentro do gigantesco buraco. Quanto mais você avança e explora, perceberá certa mesmice nos ambientes e na maioria dos inimigos. Mesmo com design distintos e alguns ataques para diferenciá-los, os monstros que aparecem e os chefões não são muito amedrontadores com o passar do tempo.

Porém, sabe o que faz a maior diferença? Você. Com incontáveis itens e armas diferentes dentro das fases, além delas terem uma nova formação a cada vez que as visita, o fator replay te deixará viciado. Você pode entrar com uma arma comum e sair com um capacete que aumenta a velocidade de tiro a cada criatura morta, um escudo, corações a mais, mais sorte para encontrar granadas e chaves e outros no caminho.

Imagem do review de Neon Abyss
A cada gameplay você estará diferente, para melhor ou pior.

Além disso, há uma variedade de ovos no seu trajeto que liberam criaturas que te ajudam por onde quer que vá. Desde um coletor, que vai juntando tudo que vê pelo trecho que se encontra até cactos e bonecos de neve que ajudam a atacar seus inimigos, estes são um charme a mais por lá. Conforme vai aniquilando os monstros, eles também pode evoluir e seu potencial se torna absurdo.

Neon Abyss e suas variáveis

Porém, você morre, perde tudo e agora? Não tem problema. Além de um código que eles oferecem, que caso seja usado poderá te tirar alguns bônus, também poderá pular de peito aberto no abismo que Neon Abyss te acudirá. Você não passará quinze minutos sem encontrar novos itens ou ovos, formando uma combinação nova que não conseguiu experimentar da última vez.

Imagem do review de Neon Abyss
Como diz a tela de loading, a morte é o único caminho da saída.

Esse esquema de variações é a maior graça do título. A cada morte você recomeçará o abismo do início, com probabilidades gigantescas de encontrar novidades. É como se visitasse aqueles lugares pela primeira vez, os chefões também alternam e, mesmo que acabe lutando contra o mesmo, seu conjunto que ditará a vitória ou derrota. O grau para se adaptar é enorme e isso te moldará onde o game quer.

A ideia dele não é matar, pilhar e destruir. Isso qualquer jogo hoje em dia faz, com menos cara-de-pau do que deviam. O intuito é testar a sua adaptação a diferenças gritantes de formas de avançar. Você nunca fará o mesmo trecho duas vezes da mesma forma. Mesmo que tenha os mesmos inimigos que da última vez que os enfrentou. Armas lentas, velozes, de laser, monstrinhos ajudando, itens que modificam o ambiente, cada coisa exigirá uma nova estratégia.

Imagem do review de Neon Abyss
Uma hora você é um faraó, outra um pseudo-Robocop.

Tomando um pouco da fórmula de The Binding of Isaac, porém num game de plataforma, Neon Abyss é a pedida certa para quem curtiu esse e Enter the Gungeon. E se acha que esse é o limite, precisa ver a quantidade absurda de mini-jogos disponíveis conforma avança. Desde pisar em teclas de piano para formar músicas, pescar até pegar itens numa máquina como se fossem aqueles bichinhos em shoppings, as opções aqui também são absurdas.

E tem muito mais que ajudam essa composição a ser mais ampla. Uma quantidade razoável de personagens desbloqueáveis, a trilha-sonora que mais lembra uma balada e uma arte que valoriza demais as cores de todo cenário são o combo que você precisava caso se veja como fã de roguelike. No ano de 2020, ouso dizer que não teve para nenhum outro dentro do gênero.

Imagem do review de Neon Abyss
Cansado de morrer? Vamos dançar.

Como joguei no Nintendo Switch, também me deparei com a facilidade ainda maior de manipular o game na forma portátil do que na TV. Não sei definir exatamente a sensação, mas parecia errado jogar com o Pro Controller, sabe? Já com ele em minhas mãos eu consegui avançar muito mais rapidamente e vencer desafios que achei um pouco mais complicados na telona.

De qualquer modo, Neon Abyss é o jogo certo para quem busca no portátil uma novidade do gênero que fará bastante sucesso e oferece tantos recursos para te desafiar. Nadando contra a maré das demais desenvolvedoras, que enfiam cada vez mais coisas dentro do jogo e querem inventar moda, a Veewo consegue usar o pouco para criar uma variedade enorme no caminho. Super recomendado para quem já curte o gênero e para quem quer ingressar.

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