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Você acorda no porão de um açougue, sem memória. Uma banana falante, chamada Pedro, aparece do nada oferecendo ajuda. Sem questionar e com habilidades que fariam Max Payne morrer de inveja, o protagonista mascarado inicia a matança desenfreada eliminando qualquer ameaça que surgir em seu caminho. Isto é My Friend Pedro, um jogo de ação com muitos tiros e bullet time. Ou seria ballet time?

“Um violento balé sobre amizade” é o que consta na descrição oficial do game da DeadToast, desenvolvedora indie que até então só havia produziu jogos mobile e pra web. E é exatamente nesta descrição que o jogo se destaca, no balé promovido ao pular girando no ar em câmera lenta enquanto desvia de tiros e acerta um galão de gasolina pra explodir todo mundo por perto.

Na dúvida, vá de Bananada

My Friend Pedro começa sem frescura, com um rápido tutorial e sem preocupação com a história, que apesar de existir fica em segundo plano. Em primeiro plano temos uma banana piadista e fases para completar. Em pouco tempo você já saberá como atirar em dois alvos ao mesmo tempo, desviar dos disparos inimigos e interagir com objetos e os cenários do game, sempre abusando do bullet time.

Imagem do jogo My Friend Pedro
Aaaahhh, a satisfação de matar vários inimigos com estilo.

Antes de começar, você precisa escolher entre três dificuldades: Normal, Difícil e Bananada. Normal vale se você quiser ter uma experiência casual. No Difícil os inimigos causam mais dano e são mais precisos, sendo a dificuldade mais recomendada. Porém é no Bananada que o jogo apresenta todo o seu potencial: sem recuperação de vida, sem assistência pra esquivar (um aviso de curta duração), os inimigos causam muito dano e raramente erram os tiros. Pode parecer impossível, mas não é.

O que é difícil mesmo em My Friend Pedro é conseguir uma boa nota ao final de cada fase. Começa com nota C e vai até S, sendo que o resultado depende da dificuldade, do tempo que levar pra concluir a fase, da pontuação obtida matando os inimigos em sequência (fazendo combo) e da quantidade de vezes que morrer. Porém esse sistema de notas é um tanto abstrato, sendo comum tirar nota C ou B quando achar que está abafando no malabarismo. No fim, serve como incentivo pro rejogar cada fase e disputar pontuação no placar de líderes.

As fases começam curtas e aos poucos vão ficando mais extensas, inclusive apresentando alguns quebra-cabeças de mecânicas simples. Surgem placas que podem ser usadas para recochetear seus disparos, bem como alavancas que podem ser acionadas com um tiro à distância. Em momentos diferentes da campanha são apresentadas três fases com estruturas completamente diferentes, como uma perseguição frenética, outra com queda livre e uma totalmente nonsense, que brinca com a física do game e dá ao jogador a possibilidade de planar com um boné guarda-chuva.

Imagem do jogo My Friend Pedro
As fases no Mundo do Pedro são bizarras e igualmente divertidas.

Vale tudo, até usar skate e panela

Você começa com uma pistola e aos poucos vai aumentando seu arsenal, sendo possível trocar de arma a qualquer momento. Tem espingarda, metralhadora com lança granada e até rifle, com opção de focar em um alvo. Mas somente a pistola e a Uzi podem ser utilizadas em par, para acertar dois alvos em posições diferentes. Esta mecânica, que cria um alvo extra para travar no inimigo, promove os momentos mais belos de combate.

My Friend Pedro esbanja criatividade com ideias simples, como subir num barril pra rolar por cima ou um skate, ambos úteis pra pegar embalo e usá-los para acertar o inimigo. A panela, encontrada em algumas fases, é utilizada para recochetear os tiros e acertar os adversários em ângulos variados. Basta chutá-la pra cima e mandar ver. E por falar em chutar, você pode até mesmo dar uma bicuda na cabeça de um inimigo que explodiu para acertar outro alvo à frente.

Imagem do jogo My Friend Pedro
Achou uma panela? Use-a para eliminar vários inimigos com ricochete.

As fases também apresentam alguns desafios diferentes, como minas com detecção de movimento, correntes elétricas e escudos para os inimigos. Embora o game funcione muito bem no geral, dois puzzles quebraram comigo. Fiz algo que não devia e, sem ter como avançar, precisei recomeçar a fase. Usando o bullet time, também senti uma grande dificuldade ao pular de uma parede à outra, uma vez que você perde a noção da velocidade e colisão do protagonista com o cenário.

My Friend Pedro é um jogaço, divertido do começo ao fim e com uma trilha sonora tão impactante como a do remake de DOOM. É uma pena que sejam apenas 40 fases e com poucos chefes, mas se você começar direto na dificuldade Bananada, certeza que terá boas horas de jogatina pela frente. No mais, o jogo tá baratinho tanto no PC quanto no Switch. Compra certa!

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