Skip to main content

Monster Hunter Wilds, desenvolvido e publicado pela Capcom, é o título mais recente da icônica franquia de ação e aventura, que chega para cumprir a promessa de explorar a nova geração para entregar uma experiência imersiva ao combinar narrativa envolvente, jogabilidade inovadora, gráficos impressionantes e uma trilha sonora cativante.

Seguindo os sucessos de World e Rise, últimos títulos lançados, a narrativa explora a conexão entre monstros e habitantes dessas terras, criando uma atmosfera de dualidade interessante entre humanos e natureza. Será que a Capcom continua acertando com seus lançamentos e conseguiu emplacar a experiência de caça definitiva que os fãs esperam? A resposta desde o início é “sim”, mas talvez com um preço alto em detrimento ao acesso para novos jogadores, mas que talvez desagrade os mais fervorosos.

Monster Hunter Wilds

História para monstro dormir

A história de Monster Hunter Wilds gira em torno de Nata, um jovem membro de uma tribo que habita as Terras Proibidas, uma região misteriosa e inexplorada que, depois de resgatado por um grupo de exploradores liderados por Fabius, desencadeia uma expedição para investigar as Terras Proibidas e a um monstro misterioso chamado Espectro Branco. O que surpreendeu positivamente desde o início foi em como os desenvolvedores conseguiram com um foco maior na história e nos personagens, fazendo com que a história fique muito amarrada à mecânica das variações climáticas e a maneira como você e os monstros interagem com esse mundo.

Buscando uma experiência mais humana e imersiva, explorando o que significa ser um caçador e como isso afeta o mundo ao redor, Monster Hunter Wilds apostou pelo excesso na narrativa e suprimiu boa parte da experiência tradicional da franquia. Mais cutscenes e foco menor em proporcionar caçadas aleatoriamente ou o famoso farm pelo crafting. A história é apresentada de forma mais envolvente, com personagens que acompanham o jogador em sua jornada e com boa interação, criando um vínculo emocional mais forte entre os jogadores e o mundo do jogo. No entanto, achei que as escolhas para a Unidade Avis, a maneira como Alma, Erik, Olivia, Gemma e outros personagens, além do desenvolvimento de Nata acaba se apoiando em muitos clichês ao tratar de temas atuais dentro do jogo.

Monster Hunter Wilds

Com a discussão sobre aquecimento global cada vez mais em pauta, a Capcom não deixou de trazer isso para o universo da franquia, pois Monster Hunter Wilds oferece um mundo que muda constantemente, com ambientes se transformando drasticamente devido às variações climáticas: Pousio, um período em que predadores famintos vagam pela terra em busca de comida, seguido por uma Intempérie que altera a ecologia, levando a um rico período de Fartura. Essas mudanças afetam a disponibilidade de recursos e a presença de monstros, tornando cada caçada única e desafiadora, sem contar que o mundo aberto sem telas de carregamento permite que os jogadores explorem livremente e passem de uma área para outra sem interrupções, melhorando a imersão e a fluidez da experiência de jogo.

Uma evolução monstruosa

Impossível jogar Monster Hunter Wilds e não se viciar em sua jogabilidade. Afinal temos um grande número de armas para escolher, cada uma com suas próprias estratégias e vantagens, além do Modo de Foco que surge como uma novidade importante, permitindo que os jogadores destaquem e ataquem feridas nos monstros, aumentando o dano e a recompensa. Essa mecânica facilita a jogabilidade para novatos, ajudando-os a entender melhor a importância de atacar áreas específicas dos monstros, tornando o combate mais estratégico e intuitivo, além de facilitar o combate ao se familiarizarem em como diferentes partes do corpo dos monstros afetam o combate, reduzindo a pressão durante as caçadas que os jogos mais antigos sempre carregaram.

Monster Hunter Wilds

A montaria Seikret é outra adição, com foco em tornar o jogo ainda mais breve, essencial para a mobilidade e combate, permitindo que os jogadores se locomovem rapidamente pelo mapa e carreguem uma segunda arma, facilitando a troca de armas durante as caçadas. Com isso temos também uma divisão nas habilidades entre armas e armaduras, permitindo que os jogadores otimizem suas escolhas de equipamento e torne a caçada ainda mais flexível. Com essas duas adições o jogo fica mais dinâmico e menos exigente, porém se somado ao fator de um foco maior na narrativa e analisando a brevidade com que as coisas acontecem durante a história principal, os novatos podem perder o interesse no fator replay rapidamente ou até mesmo em engajar em novas missões com foco apenas na caçada e loot.

Para aqueles que tinham receio de iniciar qualquer Monster Hunter pela dificuldade em formar grupos para o modo multiplayer, Wilds resolveu essa questão ao adicionar os Caçadores de Suporte como bots que suprem a falta do gameplay online. Afinal, o modo cooperativo é uma das principais forças da franquia e nesse título chega com crossplay entre plataformas, permitindo que jogadores de PC, PlayStation e Xbox se unam em uma mesma caçada. Você conta com um sistema de Link Parties que facilita a formação de grupos e a entrada em missões simultâneas, enquanto o Sinalizador SOS permite que jogadores chamem por ajuda em momentos difíceis.

Monster Hunter Wilds

Por fim, a evolução da franquia também se reflete na apresentação técnica, com o uso do RE Engine proporcionando gráficos incríveis e uma experiência visual impressionante num mundo aberto repleto de detalhes realistas e animações refinadas. A trilha sonora complementa a experiência imersiva, elevando o nível de tensão e emoção durante as caçadas. Além disso, a música de fundo adapta-se dinamicamente às situações de combate, tornando a experiência ainda mais envolvente. E não podemos esquecer da mecânica de criação de personagem e seu Amigato, que agora também conta com dublagem, rendendo horas de customização.

Em Monster Hunter Wilds, a Capcom buscou tornar o jogo mais acessível para novatos, mantendo a complexidade e o desafio que os fãs da série esperam. Isso é evidente na forma como o jogo apresenta suas mecânicas de combate e exploração de maneira mais didática e rápida. A franquia também evoluiu em termos de cooperação, porém parece ter perdido parte do seu real desafio para aqueles que desejam ultrapassar o Low Rank e aproveitarem o High Rank, inclusive no tempo de jogo, que antes de Monster Hunter: World era ainda maior. No entanto, ainda é um jogo que busca inovar sua própria fórmula e priorizou um foco maior na narrativa, aceitando as possíveis críticas dos fãs fervorosos, tentando caminhar pela mesma trilha das grandes franquias que alternaram o foco para uma experiência mais cinematográfica na geração atual.

83 %


Prós:

🔺 Título mais acessível da franquia
🔺 Combate mais simplificado
🔺 Narrativa interessante, mesmo com clichês
🔺 Conteúdo para explorar e variedade de monstros
🔺 Mundo aberto interessante e convidativo

Contras:

🔻 Queda de quadros em diversos momentos
🔻 Campanha muito curta em comparação aos demais jogos
🔻 Baixo desafio pode diminuir o fator replay

Ficha Técnica:

Lançamento: 28/02/25
Desenvolvedora: Capcom
Distribuidora: Capcom
Plataformas: PC, PS5, Xbox Series
Testado no: PS5