Existe uma infinidade de títulos metroidvania, especialmente na Steam, plataforma que mais jogo. Momodora: Reverie Under The Moonlight, lançado em 2016, era um bom game do tipo, mas Momodora: Moonlit Farewell, o novo título da série, eleva a franquia para um novo nível no gênero.
Desenvolvido pelo brasileiro Guilherme “rdein” Martins e o estúdio Bombservice, o game é o quinto da franquia, embora os dois últimos sejam os mais conhecidos. Momodora: Moonlit Farewell é aquele tipo de metroidvania com combate soulslike, mas 2D, mais ou menos como Blasphemous, só que menos punitivo.
História não inova, mas entretém
Os acontecimentos da história do novo game se passam cinco anos após os eventos de Momodora 3, e apresenta um conflito entre deuses, que acaba afetando os habitantes do mundo do jogo, sejam humanos ou não. Esse é um detalhe que você descobre algumas horas depois de ter iniciado a aventura.
Momo precisa investigar o roubo de um sino (que foi tocado) que pertence às fadas, algo que causou um desiquilíbrio no mundo e trouxe demônios à tona. A história é dividido em duas partes: o resgate do sino e depois enfrentar o causador de toda essa discórdia.
Com exceção da vila inicial Koho e da cidade das fadas, Momodora: Moonlit Farewell conta com alguns poucos NPCs espalhados pelo mundo, que vão contribuindo com a trama. Existe uma história, ela não é nada complexa, não é original, não é o destaque do jogo, mas é legal.
Os elementos metroidvania de Momodora: Moonlit Farewell
Combate e exploração, sim, são os destaques. Como um bom metroidvania, o game exige que seu mundo seja explorado para que você possa chegar ao final. O mapa não é enorme, conta com menos de 10 regiões diferentes e dá uma sensação de ser mais ou menos do tamanho do mapa do jogo anterior, embora o jogo em si seja maior.
Em jogos desse estilo, não é possível prosseguir como quiser pelas diferentes partes do mapa, já que é necessário conseguir diferentes habilidades de travessia como pulo duplo e mais (sem spoilers aqui). Portanto você precisará avançar bastante para conseguir uma habilidade especifica para, então, acessar um lugar inicial, por exemplo.
Isso é uma das principais características de um metroidvania e ela está presente em Momodora: Moonlit Farewell. O mapa é convidativo com suas diferentes áreas, cheios de segredos em paredes secretas que o próprio jogo avisa, então é só ficar atento em um “?” no mapa e procurar pelo segredo.
Combate é básico, mas funcional
Outro destaque de Momodora: Moonlit Farewell é seu combate. Ele é rápido, mas não o suficiente para ser um hack ‘n’ slash 2D, ou pesado como em Blasphemous, tem um bom ritmo. Momo tem ataques melee com sua folha especial e à distância com seu arco e flechas.
A personagem pode equipar até cinco sinetes, com habilidades que vão desde ataque a suporte. São mais de 30 para serem encontrados pelo jogo, e você pode criar sua própria build assim. Aliado a isso, existem também os companheiros, criaturas que auxiliam a protagonista, também como suporte ou atacando.
Os inimigos mais básicos podem ser derrotados por ataques seguidos sem qualquer resistência, mas o mesmo não acontece com inimigos mais parrudos e, claro, chefes. Então haverá casos específicos em que um pouco de estratégia será necessária. Um pouco, já que, particularmente, não me senti tão desafiado nesse sentido, mesmo contra chefes.
Derrotei a maioria dos chefes na primeira tentativa, com os outros precisando de, no máximo, três tentativas. Isso, lembrando, é bem particular, já que o jogo pode ser difícil para um, mas não para o outro. Teve um trecho, no entanto, que jogou toda a dificuldade ali. Inclusive é uma área opcional, e eu estava tentando fazer 100% do jogo.
Se você encontra todos os power-ups espalhados pelo mundo de Momodora: Moonlit Farewell, como aumento de força, vida, magia e recuperação do fôlego, provavelmente não terá dificuldade. Mas caso você perca essas vantagens espalhadas pelo mapa, pode passar por apertos.
Boa evolução para a franquia
O novo título é uma evolução significativa sobre o anterior em todos os aspectos: qualidade do pixel art, sprites dos personagens e inimigos, o mundo em si, bem como os efeitos especiais. A câmera está mais afastada da personagem, algo que me agrada mais.
O hud do jogo é simples, mas agradável. Os menus estão melhores trabalhados com bem mais detalhes em cada aba. A trilha sonora está belíssima e embala bem a aventura. Me lembro de um dado momento um tanto triste na trama, onde fica um tom fúnebre tocando, como se um piano segurasse o acorde dó menor (Cm), dando uma atmosfera tensa, bem imersivo.
O jogo tem alguns probleminhas. Em minha experiência, uma linha horizontal por toda a parte inferior da tela fica cortando, como se fosse um efeito da falta de V-Sync, me incomodou bastante durante toda minha experiência.
Outro aspecto que pegou para mim foi a falta de dificuldade por quase todo o jogo, especialmente porque sou entusiasta de soulslike e metroidvania. Muitos chefes você consegue matar só com arco e flecha sem levar um dano sequer, e esse tipo de exploit é algo que os desenvolvedores não deveriam permitir tão facilmente.
Mesmo assim, Momodora: Moonlit Farewell é uma experiência recomendada para fãs de metroidvania. Eu levei 9h para fazer 109% do jogo. Após o término, o game ainda garante novos modos, o que é sempre bem-vindo e adiciona ao fator replay.
Prós:
🔺 Um bom metroidvania em geral
🔺 Pixel art de qualidade
🔺 Trilha sonora que adiciona atmosfera
🔺 Modos após o fim do jogo
Contras:
🔻 Screen tearing frequente
🔻 Poderia ser mais desafiador
Ficha Técnica:
Lançamento: 11/01/24
Desenvolvedora: Bombservice
Distribuidora: Playism
Plataformas: PC