Mini Ninjas pode parecer um jogo simples e bobinho, mas ele guarda surpresas a quem se aventurar a jogá-lo. Mas antes de começar esta análise, vou verificar algumas coisas que normalmente afugentam a maioria dos jogadores, inclusive esse que vos escreve:
Temática infantil – check!
Ausência de sangue – check!
Ausência de mortes – check!
Temática infantil…
Não, não sou um psicopata que gosta de ver mortes recheadas de muito sangue. Mas quando se trata de ninja, é só o que me vem à cabeça: espionagem, assassinato e sabotagem. Afinal de contas quem não jogou Shinobi, Ninja Gaiden ou Tenchu que atire a primeira pedra. Mas não é essa a proposta do novo game da Eidos.
Se o preconceito for deixado de lado, o que encontraremos é pura diversão. Mini Ninjas é um jogo de ninja no melhor estilo hack’n’slash, sem a presença de sangue, mortes ou coisas do gênero. O jogador deve explorar os ambientes de uma ponta a outra, combatendo inúmeros samurais pelo caminho. Ao explorar os cenários em busca de objetos colecionáveis e novas habilidades, que são adquiridas através de pergaminhos que invocam feitiços kuji, o personagem evoluir e ganhar novos poderes.
A história é simples e se resume a um malvado samurai que usa poderes sobrenaturais para aprisionar os animais e transformá-los em guerreiros por ele controlados, prontos para conquistarem o mundo para o seu senhor. Em razão dos sumiços das pobres criaturas, ocorre um desequilíbrio da natureza que ocasiona mudanças climáticas.
Sabendo que algo está errado, o grande mestre ninja começa a enviar seus melhores guerreiros para averiguarem o que está acontecendo com aquele pacífico mundo. Porém nenhum retorna, obrigando o mestre a recrutar Hiro e seus companheiros – Futo, Suzume, Tora, Kunoichi e Shun – para solucionar o problema e trazer de volta a harmonia da natureza e a paz no mundo.
Cada personagem possui suas próprias características e habilidades. Hiro é o protagonista central da história, que dispõe de uma katana, shurikens, e é o único que pode invocar magias. Futo é o gordão com martelo de madeira, o mais forte de todos, mas também o mais lento. Suzume, apesar de frágil, é rápida, ágil e dispõe de uma flauta de ferro que atira dardos. Tora é um ninja com garras, que imita os movimentos de um tigre. A ninja Kunoichi usa uma Naginata (lança) e, assim como Suzume, é ágil. E por último temos o Shun, um ninja arqueiro.
Você poderá alternar entre os ninjas a qualquer, podendo dar cabo nos inimigos de diversas maneiras diferentes, seja no combate corpo-a-corpo, à distância, ou utilizando pergaminhos e magias. Em determinados momentos, só é possível passar pelo desafio no modo furtivo ou utilizando a habilidade de um ninja específico. Estas situações equilibram o uso de cada personagem, dando importância às suas habilidades. Por outro lado, isso pode ser chato para o jogador que não gostou de alguns dos ninjas.
No decorrer da aventura, o jogador encontrará à sua disposição vendedores de poções mágicas e itens, que podem ser comprados com as moedas que você encontra pelo caminho. A necessidade de coletar as moedas torna divertida a exploração, bem como a busca pelos pergaminhos mágicos que, para consegui-los, o jogador precisa encontrar santuários específicos e colocar neles uma flor Anemone, semelhante a um sacrifício, e assim adquirir o pergaminho com a nova habilidade.
O visual do game é bonito, bem colorido, lúdico e divertido. O Japão feudal é representado de forma bem original, com traços únicos para cada personagem, seja os ninjas, inimigos ou os vilões. Os movimentos e golpes de cada ninja são bonitos de assistir, e também eficazes durante os combates. E a trilha sonora impecável se encaixa perfeitamente em cada cenário criando ambientações imersivas, como caminhar pela floresta com uma música suave e zen.
Mini Ninjas é um jogo de aventura muito bem produzido e divertido. Uma agradável surpresa que vai atrair a atenção das crianças e também dos adultos, que procuram por um game descontraído e casual. Um jogo para toda a família, como poucos que surgem com tamanha qualidade no mercado.
