Review – Looney Tunes: Wacky World of Sports

Tive o privilégio de crescer com as animações e filmes dos Looney Tunes, então hoje em dia, qualquer aparição inédita dos lunáticos já é motivo para festa. Quem viveu a época do SNES provavelmente se lembra de Looney Tunes B-Ball, uma espécie de NBA Jam protagonizado pelos personagens da Warner Bros. Além de ser super divertido, o jogo provava que eles combinavam com absolutamente tudo!

Não nego que fiquei bem animado com o retorno de Pernalonga e cia. em Looney Tunes: Wacky World of Sports, uma espécie de “revival” dos jogos de esporte dos personagens. O título tenta renovar a fórmula com novas modalidades e um gameplay acessível para todas as idades – mas infelizmente, o resultado foi muito mais triste do que qualquer um de nós poderia imaginar.

O que é que há, velhinho?

Looney Tunes: Wacky World of Sports reúne as principais estrelas dos lunáticos em quatro esportes diferentes: basquete, futebol, tênis e golfe. Os desenvolvedores claramente beberam muito da fonte da Nintendo para criar a versão “Warner”, então imagine uma reunião de Mario Tennis, Mario Golf, Mario Strikers e o falecido Mario Hoops – só que tudo feito de uma forma extremamente inferior.

Os problemas já começam no visual, que dos males é o menor. O jogo traz gráficos tridimensionais em cel shading, para manter o ar de desenho animado – mas simplesmente não funcionou. Wacky World of Sports não é um jogo bonito e, apesar de trazer modelos bem feitos dos personagens, não consegue transmitir aquela satisfação de estarmos jogando com figuras icônicas como Pernalonga, Patolino, Coyote etc.

Todos os minigames são competitivos, então mesmo jogando sozinho, você deverá montar seu time e o do adversário de acordo com os personagens disponíveis. O jogo base conta com uma variedade de nove atletas e, por algum motivo, o Eufrazino é um bônus exclusivo da versão Deluxe!

Cada personagem possui atributos próprios que, em tese, deveriam ajudar a balancear a equipe, mas no fim nunca consegui formar um conjunto realmente equilibrado. De qualquer forma, os esportes que fazem uso disso são tão caóticos (de uma forma negativa) que nem faz tanta diferença.

Das quatro modalidades disponíveis, apenas tênis e golfe proporcionam uma experiência minimamente satisfatória. Basquete e futebol se resumem a partidas inexplicavelmente lentas que, no geral, serão dominadas por uma dificuldade acima da média (até no nível mais fácil). O gameplay permanece básico em todos os modos, o que acaba sendo um ponto positivo, mas isso não é o suficiente para manter a jogatina suficientemente interessante.

Isso é tudo, pessoal!

Em todos os esportes disponíveis, os Looney Tunes contam com itens da Acme para dar aquela trapaceada marota. O problema é que, devido ao excesso de elementos no cenário, o jogo claramente não consegue dar conta de se manter estável. No Switch, o excesso de loadings é irritante e o framedrop é praticamente constante. Desligar o uso de itens nas configurações pode melhorar a performance, mas condenará ainda mais a diversão do jogo.

Mesmo com controles simples, é muito difícil conseguir se adaptar aos modos de equipe. A lentidão dos personagens e a experiência confusa de controlá-los torna qualquer partida de basquete e futebol exageradamente frustrante. Tênis já é uma modalidade mais aproveitável, apesar de não ser nada demais; a movimentação lenta dos atletas continua sendo um problema, mas pelo menos é minimizado pelo fato de controlarmos apenas um Looney Tune.

Por fim, temos o modo de golfe, que é o mais satisfatório do conjunto – justamente porque ele consegue ser eficiente dentro do pouco que propõe. Além disso, essa é a modalidade mais “Looney Tunes” de todas, com diversas piadotas e referências à série animada. Apesar de todos os esportes trazerem essa carga de nostalgia, fica muito difícil prestar atenção nesses detalhes quando você está passando raiva com o gameplay.

Quem for jogar Looney Tunes: Wacky World of Sports com amigos talvez tenha uma experiência mais satisfatória. O problema da dificuldade desbalanceada é resolvido e, no fim, todo mundo vai se irritar junto em iguais proporções. Passar raiva com amigos é sempre mais legal do que sozinho, então talvez valha a pena dar uma chance de experimentar todos os modos no bom e velho multiplayer de sofá.

Contudo, é muito difícil recomendar Looney Tunes: Wacky World of Sports pelo simples fato deste jogo ser uma completa bagunça. Nada aqui deu certo e a oportunidade de revivermos uma experiência realmente nostálgica foi por água abaixo. Ainda assim, espero que essa não seja nossa última chance de encarnar esses personagens, pois o show precisa continuar!