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O novo lançamento da Exordium Games, distribuído pela mesma, te coloca em um universo onde a raça humana está em seu último suspiro, lutando por sobrevivência entre infinitas dimensões e realidades, de clone em clone, de linha do tempo em linha do tempo. Last Encounter pode ser descrito com um palavrão: twin-stick shooter roguelite bullet-hell. Em outras palavras, é um jogo no qual você controla uma nave espacial com movimentação e mira independentes, combatendo dúzias de inimigos, e cada vez que você inicia o jogo, ele acontece de forma relativamente diferente. Essa seria a definição que mais se aproxima do que o jogo oferece.

O grande diferencial que encontrei em Last Encounter comparado às minhas outras experiências com o estilo é o multiplayer cooperativo de até 4 pessoas. Claramente que, em se tratando de bullet-hell, um número maior de personagens e inimigos na tela se traduz em um aumento exponencial da quantidade de coisas pipocando, brilhando e causando um possível ataque de epilepsia nos jogadores.

No espaço, ninguém vai te ouvir gritar

O jogador é deixado no hangar de uma base de humanos refugiados, já te dando algumas opções de pilotos e naves para selecionar. Pra ser mais específico, te dão a oportunidade de selecionar o clone de um corpo para sua consciência habitar (a la Altered Carbon). Um pouco estranho, mas se tratando de ficção científica, vamos que vamos.

Imagem de Last Encounter - Hangar de início de partida
Hangar da resistência.

No início há uma possível seleção de 3 ou 4 pilotos, cada um com 2 características básicas, como -25% de vida, +50% de escudo ou +25% de recarga de habilidade especial. Também é possível selecionar entre um pequeno grupo de naves, cada uma com suas características, tipos de munição inicial diferentes, velocidades, durabilidade e a dita habilidade especial da nave. Tanto o grupo de pilotos quanto de naves vão sendo ampliados conforme se vai jogando, mas você não é informado disso em momento algum durante a jogatina, somente quando morre e inicia uma nova tentativa.

A história de Last Encounter é contada ao encontrar algumas naves perdidas e nos textos do comandante da missão. De qualquer forma, o enredo não importa (exceto no embate final), porém deixo sem maiores detalhes para evitar spoilers. Cada seção do mapa te coloca em pequenas áreas repletas de inimigos. Dentro de cada uma dessas arenas, o jogador precisa encontrar as chaves para liberar portais que te levarão às próximas seções. De salto em salto, nos aproximamos de reencontrar a pilota que buscamos.

Enquanto atravessamos estas áreas, vamos encontrando componentes diferentes para equipar a nossa nave, geralmente armas diferentes (podendo até ter 3 armamentos equipados ao mesmo tempo), tendo também melhorias temporárias (como bônus de recuperação de vida pelos próximos 3 segundos) ou permanentes pela partida toda (como aumento do total de escudo).

Imagem de Last Encounter - Combate simples
Combate simplificado em uma das primeiras áreas.

Uma vez que se conseguiu obter uma arma, ela fica disponível para ser adquirida para qualquer nave e melhorada no início de cada partida. Apesar de ter entre 6 e 8 opções para cada uma das vagas de armamento, senti que pouquíssimas das opções permitem que se tenha sucesso na empreitada – até porque algumas das armas tornam ainda mais difícil acertar os adversários. Devo admitir que ainda estou para entender o objetivo de alguns desses armamentos.

Mas, com certeza, vão ver a bagunça que está fazendo!

Sejamos francos, Last Encounter é um jogo indie, independente mesmo, não como os que são bancados por grandes empresas. A Exordium Games, responsável tanto pelo desenvolvimento quanto pela distribuição, é uma empresa croata formada por 13 pessoas, de acordo com o site da desenvolvedora.

No que essas informações impactam? No contexto geral do jogo. Os gráficos são limitados, repetitivos, sem carisma. A animações, cruas. Os sons não fazem a melhor combinação possível com o que é mostrado em tela. A história não tem nenhuma importância para o que você está fazendo. A jogabilidade não é nem um pouco refinada. Com isso, há de se levar em conta que é apenas o sexto jogo da Exordium? Há. Mas também temos que analisar a pouca evolução entre um jogo e outro da desenvolvedora.

Imagem de Last Encounter - Aquisição de chave
Aquisição de chave de portal.

Tendo dito tudo isso, não sei o que me aconteceu. Suponho que algum tipo de Síndrome de Estocolmo… Eu não estava necessariamente me divertindo e o jogo não é o que chamaria de bom. Inclusive, me diverti muito mais com outros títulos do mesmo estilo, como por exemplo Jamestown ou o clássico Ikaruga. Mas o ponto principal é que eu não conseguia parar de jogar Last Encounter até que finalizei a história. Neste momento, trago a importantíssima questão: se você não consegue parar de jogar algo que não está se divertindo plenamente, você gostou do jogo? Pra ser bem honesto, não sei responder precisamente, então deixo essa questão em aberto.

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