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Do mesmo estúdio responsável por Death Coming, a NExT Studios traz agora Iris.Fall, um jogo de puzzle onde acompanhamos Iris ao adentrar o mundo das sombras enquanto tenta escapar de marionetes e criaturas sombrias para descobrir que a realidade talvez não seja a verdade. Tudo isso em uma mistura de Alice no País das Maravilhas, elementos de The Legend of Zelda: A Link Between Worlds e um quê de Tim Burton.

Brincando com as sombras

Em uma noite tempestuosa, uma garotinha tem pesadelos estranhos com criaturas bizarras. Ao acordar assustada ela se depara com um gato preto em sua janela que, espantado, sai correndo. Então, noite adentro, a garotinha segue o gato que a leva para um velho teatro abandonado. Ao entrar no misterioso local, as coisas começam a ficar estranhas – mais do que poderiam estar.

Nesse momento uma misteriosa aura toma conta do local, algo sombrio, que tira toda as cores da realidade. E assim o jogo decorre totalmente em preto e branco. Então, de um livro caído no chão, o gato entra na parede na forma de sua sombra e foge por entre a escuridão. A garotinha então percebe que está presa nesta realidade, em um teatro com um show macabro de marionetes, e a única maneira de sair dali será desvendando os mistérios que aquele local esconde nas sombras.

Imagem do jogo Iris.Fall
Segredos serão revelados.

A partir de livros podemos alternar entre o mundo das sombras e a realidade. Basicamente você precisa interagir com elementos do mundo real para então poder avançar pelo mundo das sombras e vice versa. Essa mecânica lembra vagamente The Legend of Zelda: A Link Between Worlds (3DS), no qual você precisa alternar entre realidades entrando nas paredes para passar por obstáculos e acessar locais.

Os puzzles são realmente bem elaborados, com alguns quebra-cabeças exigindo bastante raciocínio lógico para serem solucionados. A medida que vamos avançando, os desafios se tornarão mais complexos, alguns sendo subsequentes com elementos mais desafiadores.

Muitos dos quebra-cabeças envolvem interagir com mecanismos que irão mover focos de luz para gerar sombras que irão liberar passagens nas paredes, ou mesmo mover elementos do cenário para formar sombras específicas para então podermos avançar por elas.

Imagem do jogo Iris.Fall
Cubo mágico – confesso que esse tomou bastante do meu tempo.

Os cenários não são tão vastos em relação ao tamanho deles, se limitando apenas aos puzzles em si. Os itens de interação ficam indicados na tela através de pontos brilhantes e às vezes você precisará coletar alguns artefatos para completar alguma cena também. Eles ficam armazenados no inventário para serem utilizados posteriormente.

Controlar a personagem é um pouco confuso devido aos ângulos de visão, afinal ele é um jogo com ambientes tridimensionais, mas que acontece muitas vezes de maneira bidimensional, o que torna os comando um pouco imprecisos por conta da profundidade dos ambientes criada pelos elementos 3D, especialmente se jogado pelo teclado. Felizmente, jogar com um controle (o que eu recomendo fortemente) torna a experiência muito mais agradável.

Iris.Fall é relativamente curto, contando com 8 capítulos que podem ser terminados rapidamente. Contudo isso dependerá da sua habilidade em resolver puzzles. Posso dizer que a média de tempo de jogatina gira em torno de umas 4 horas. Mas se você curte completar conquistas, essa duração pode facilmente aumentar.

Imagem do jogo Iris.Fall
Quer algo mais Tim Burton que isso?

À la Tim Burton

Toda a narrativa decorre por meio visual, ou seja, sem nenhum diálogo ou textos, apenas pelas cutscenes. As animações são muito bacanas, misturando cutscenes do próprio jogo com animações no estilo anime/mangá, todas muito bem feitas e detalhadas. E mesmo não contando com cores, são animações bem vibrantes.

A arte lembra bastante o estilo artístico característico dos jogos da (finada) Telltale Games, seguindo uma linha cartunizada, se assemelhando com o visual de The Wolf Among Us nos detalhes. Pelo jogo ter essas características e ainda ser totalmente em preto e branco, remete aos clássicos filmes de animação de Tim Burton – sem falar da atmosfera igualmente sinistra.

A trilha sonora também se mostra interessante apesar de ser minimalista e não contar com músicas o tempo inteiro, deixando o clima mais assustador. Nesse ponto os efeitos sonoros tomam conta das cenas tornando a atmosfera ainda mais sombria, com os sons dos ventos, trovões, correntes de movendo, rangidos estranhos vindos de tábuas velhas no assoalho etc.

Imagem do jogo Iris.Fall
Esta cena lembra quando Alice cai no buraco e vai parar na terra das maravilhas.

Iris.Fall é um jogo de puzzles bastante satisfatório e com uma história até interessante. Seus quebra-cabeças bem elaborados por vezes exigem certo raciocínio lógico para serem solucionados, o que é um ponto bastante forte se tratando do gênero. Logo, se você curte jogos do tipo esta é uma boa pedida.

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Paulo AlmeidaPaulo Almeida24/11/2024