Nos confins do espaço, muito depois de todos os sóis se apagarem e tudo se tornar ausente de vida ou calor, é onde se encontra o Núcleo, uma intricada habitação para a placa que contêm todos os segredos da vida e da morte, conhecida como o Monólito. Essa gigantesca construção é também a morada de ARAS, seu guardião e também do nosso herói, que deve viajar pelos mais diversos planetas em busca de uma resposta para o fato de que tudo está se tornando um amálgama profano de aço e carne. Essa é a sua tarefa em Immortal Unchained.
Hora de provar seu valor
Em Immortal Unchained somos expostos a um mundo frio e inóspito. Logo no início vemos que nosso personagem está preso em uma câmara do Núcleo. Acorrentado e incapacitado enquanto preso, ele é liberado por Aras, que para testar se somos dignos ou não de trazermos o Monólito de volta a sua glória, nos deixa a pista de que devemos chegar até ele enquanto batalhamos com monstruosidades cibernéticas.
Durante a criação do seu personagem você terá seis classes disponíveis: Rastreador, Vândalo, Assaltante, Andarilho, Atirador e Mercenário. Cada uma delas possui seus diferentes pontos de atributos, porém todas acabam sendo um pouco mais do mesmo, o que muda realmente é a distribuição dos pontos de talento. Uma vez tendo terminado a criação do seu personagem, entramos no mundo de Immortal Unchained.
Misturando o estilo souls-like com um shooter, Immortal Unchained trouxe uma grande ideia para a mesa, mas que não soube executar bem. Durante a aventura me senti jogando algo que falha miseravelmente em fundir Dark Souls com WarHammer e Gears of War, porém sem o que torna este último realmente interessante, como um sistema de cobertura e armas que consigam funcionar de maneira diferente. Tirando o tipo da arma, o que realmente vai mudar é o seu elemento. Algumas podem dar um dano adicional de fogo, gelo, elétrico e até mesmo ácido, mas nada muito mais elaborado, e nem mesmo as snipers possuem uma mira mais potente/secundária.
Fora isso, o combate físico também não é nem um pouco gratificante. Contando com um par de armas brancas nas costas, o jogador pode optar por um confronto direto com as criaturas, mas se prepare para ver seu personagem brandindo as espadas de um lado para o outro como um Berserker descontrolado. Diferente de outros games do mesmo gênero, Immortal Unchained entrega um combate básico e pouco inovador. Sem chances de ataques surpresas, criação de armadilhas ou estratégias para flanquear seus inimigos, traz apenas um combate linear onde ou você fica em um longo tiroteio ou parte para cima igual um desvairado.
Uma vez que tenha limpado a área e chegado até o altar onde Aras se encontra, o jogador irá descobrir que existem quatro portais que levam a quatro mundo diferentes, cada qual com um receptor do Monólito e todos devem ser ativados novamente para que ele volte a agir como deveria. Caso isso não ocorra, cada vez mais os mortos irão retornar em uma mistura profana entre o sangue, carne e metal, propagando o fim de toda a vida pelo espaço.
Mas o problema está exatamente em toda a premissa da história. Com jogos no estilo souls-like, sempre esperamos algo como Dark Souls e amamos quando nos deparamos com algo diferente, mas Immortal: Unchained entrega uma narrativa e plot-twists tão mornos que na metade do jogo eu já tinha sabia exatamente o que iria ocorrer em seu final, o que é algo extremamente anti-climático em um título desse tipo onde a construção do universo ao redor do jogador deve ser levado em consideração a todo tempo.
Outros grandes problemas de Immortal: Unchained são as grandes quedas de FPS em alguns momentos e a câmera. Diversas vezes durante você irá utilizar itens de arremesso e irá reparar que, por algum motivo, eles parecem ter saído diretamente de um point and click. A coordenação da câmera é tão confusa que muitas vezes você irá se lançar em buracos e armadilhas, simplesmente por que a câmera não quis cooperar.
Em relação a direção artística tomada, acredito que o tom do jogo consegue ser o que se espera, mas nada que salte aos olhos ou seja memorável. Você tem um planeta de gelo, um planeta tropical, um de fogo e por aí segue. Ou seja, não há muita originalidade no produto final, nada de cenários épicos ou criaturas extraordinárias, apenas mais do mesmo.
Quando vi pela primeira vez Immortal: Unchained, fiquei bem animado. O game parecia extremamente promissor e trazia uma estética intrigante e inovadora para o gênero, mas infelizmente o passo foi maior que a perna. Com a história batida e previsível, ele se tornou mais um dever do que um lazer para mim. O jogo me lembrou muito Lords Of The Fallen, extremamente bem divulgado, porém um pouco maçante e pouco instigante, tornando o que deveria ser uma experiência única em algo extremamente entediante.