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Horizon Zero Dawn conseguiu se consolidar rapidamente como um dos grandes nomes entre os jogos exclusivos da Sony, fazendo com que a Guerrilla Games buscasse revitalizar essa experiência para um novo público além de atender os fãs que desejam reviver essa aventura épica com melhorias diversas gráficas e técnicas. Assim como o grande receio que pairou Silent Hill 2, será que essa remasterização justifica o investimento, de tempo e dinheiro, entregando uma experiência realmente significativa?

Vamos direto ao ponto, pois uma das promessas centrais de Horizon Zero Dawn Remastered é oferecer uma experiência visual que aproveite todo o poder do PS5 e dos PCs de alto desempenho. O resultado? A Nixxes Software conseguiu entregar um visual realmente impressionante, chegando num patamar novo para a franquia e aproximando o jogo original, lançado em 2017, ao que vimos em Horizon Forbidden West: Burning Shores, o DLC exclusivo para PS5.

Horizon Zero Dawn Remastered

As máquinas evoluíram mais uma vez

O trabalho original da Guerrilla Games já impressionava pela busca do realismo, com cenários imensos, repleto de detalhes e que realmente pareciam vivos, dentro da proposta de mundinho pós-apocalíptico. No entanto, as limitações de hardware do PS4 faziam com que os momentos de ação mais intensos causavam quedas de framerate e no desespero em esquivar os ataques, mexendo a câmera freneticamente, as texturas ao redor sofriam bastante e muitas vezes se transformavam em borrões. Nada que comprometesse o jogo ou a experiência, pois ainda se mantém como um jogo extremamente bonito, principalmente se você rodar no PS5 ou num PC de alta performance.

Horizon Zero Dawn Remastered consegue elevar esse patamar, com texturas em 4K nativo, iluminação aprimorada, além de modelos de personagens e máquinas muito mais detalhados. Todos os ambientes naturais parecem ainda mais imersivos e impactantes, ainda mais quando temos lama, neve, água ou durante a mudança das horas ao longo do dia, fazendo um simples pôr-do-sol ser impressionante em como o mundo ao redor ganha colorações diferentes. Essa ambientação estonteante, principalmente em cidades, como Meridiana, ou nos Caldeirões, não sofre em momento algum para ser carregada rapidamente no PS5.

Horizon Zero Dawn Remastered

O bom uso do SSD faz com que os tempos de carregamento praticamente não existam, tornando as viagens rápidas algo incrivelmente rápido e toda exploração ainda mais fluida. Nada surge sem já estar renderizado, muito menos demora para carregar antes de você prosseguir, fazendo com que as mudanças entre as cenas e o gameplay seja quase instantâneo. Assim como no PS5, a versão de PC de Horizon Zero Dawn Remastered oferece as mesmas vantagens, incluindo suporte para Ultrawide (21:9), Super Ultrawide (32:9) e até mesmo configurações de monitor triplo (48:9).

Em ambos, o DualSense surge como um grande adicional para oferecer ainda mais imersão, por conta da resposta tátil e que está aliada ao ambiente, principalmente na exploração em ambientes que envolvem neve ou lama. O combate também fica mais tenso em como Aloy se esquiva ou sofre dano, e os tiros ganham um peso maior em como você mira ou tensiona sua arma. Essa remasterização também trouxe diversas melhorias com foco na acessibilidade de Forbidden West, com remapeamento de controle e alertas táteis.

Horizon Zero Dawn Remastered

Por último, mas não menos importante, a melhoria mais impressionante é ver tudo isso rodando em 60 FPS. A movimentação dos personagens e das máquinas, as folhagens ao redor que dão mais vida à mecânica de stealth e os detalhes das civilizações mais antigas fazem com que essa versão seja mais impressionante. Poder enxergar mais longe e notar tudo com clareza durante os momentos mais frenéticos e tensos justificam a atualização, para quem já possui a versão de PS4 ou a Complete, podendo reviver a jornada de Aloy.

O bom e velho mais do mesmo

Inegável que Horizon Zero Dawn Remastered merece toda sua atenção por conta das melhorias gráficas, afinal a Nixxies se empenhou muito em refazer modelos, diálogos, terrenos e folhagens, dando ainda mais vida ao jogo. No entanto, o lançamento de outubro da Sony sofre por oferecer novidades aos jogadores que já vivenciaram esse jogo, por mais que sete anos tenham se passado desde o lançamento original. Mesmo com a adição de The Frozen Wilds, o DLC que saiu originalmente para o primeiro jogo, não temos nenhum conteúdo realmente novo que justifique esse lançamento apenas uma geração depois.

Horizon Zero Dawn Remastered

Assim como aconteceu com The Last of Us, essa remasterização surge mais como um convite para novos jogadores, que possivelmente tenham deixado de jogar o início da franquia por ter saído na mesma data de Zelda Breath of the Wild, mas não oferece nada além do resgate pelo emocional para quem já conhece ou uma nova porta de entrada para quem quer se preparar para o terceiro jogo da série. Perto de todas as melhorias visuais, com um cuidado ainda maior aos detalhes, as opções de auto loot e ajustes para customização de HUD e gameplay através de um menu mais completo (herdado de Forbidden West) acabam ficando em segundo plano.

A história continua a mesma, com Aloy sendo criada como uma pária pela tribo dos Nora, uma sociedade matriarcal que a rejeitou desde o nascimento. Ela é criada por Rost, um outro exilado, e cresce determinada a entender por que foi rejeitada e quem são seus pais. Depois de encontrar o dispositivo “Foco”, um pequeno aparelho antigo que lhe dá acesso a informações e tecnologia perdidas, ela embarca numa aventura combatendo as máquinas para descobrir mais sobre o mundo atual, o colapso da humanidade e sua ligação com o passado.

Horizon Zero Dawn Remastered

Depois de tudo isso, com muitos prós e contras praticamente inexistentes, o que fica é a grande questão: Horizon Zero Dawn Remastered realmente precisava existir? A resposta pode ser simples pensando em jogadores que nunca tiveram a oportunidade de experimentar o título original. Além disso, com o sucesso de Horizon Forbidden West, muitos jogadores podem sentir a curiosidade de voltar ao início da história de Aloy e entender melhor a narrativa que começou nesse primeiro capítulo. Por outro lado, para quem já jogou Horizon Zero Dawn Complete Edition no PS4 (e até mesmo no PC com a versão lançada em 2020), a justificativa para pagar por um remaster pode ser mais difícil de defender, mesmo com uma diferença gráfica notável.

A verdade é que a jornada de Aloy e o mundo de Horizon Zero Dawn Remastered são os principais atrativos para ir além da discussão sobre a qualidade gráfica, melhorias e novas implementações. A história é interessante, o world building é muito competente e bem feito, a aventura é agradável, o sistema de combate e as máquinas são divertidos de serem enfrentados, o desafio é muito bem balanceado e a construção narrativa mantém você engajado do início ao fim. Seja em qualquer versão, ainda melhor nesta remasterização, Horizon Zero Dawn é um excelente jogo e merece ser jogado!

91 %


Prós:

🔺 Essencial para quem ainda não jogou a série
🔺 A história continua muito boa e atual
🔺 Excelente trabalho de remasterização e atualização gráfica
🔺 Diversas implementações de melhorias visuais
🔺 Equiparação com Forbidden West e Burning Shore
🔺 O DualSense engrandece a experiência

Contras:

🔻 Perderam a oportunidade em criar novos modos de jogo
🔻 O valor dessa atualização pode afastar muitos jogadores
🔻 Apenas uma geração seja pouco tempo de diferença entre o original e o remaster
🔻 Péssimo sistema de transferência de save entre PS4 e PS5

Ficha Técnica:

Lançamento: 31/10/24
Desenvolvedora: Nixxies Software, Guerilla Games
Distribuidora: Sony
Plataformas: PS5, PC
Testado no: PS5