Aperte os cintos, pois a Aquiris Game Studio pegou tudo o que nós conhecíamos de Horizon Chase Turbo e acelerou para trazer uma experiência ainda mais agradável e responsiva em sua sequência. Neste segundo jogo da série, além de manter o design retrô – inspirado em Top Gear – eles resolveram trazer pistas e elementos mais diversificados para aprimorar o que já era bom.
A fórmula é simples, agradar quem já jogou o antecessor há cinco anos e dar uma sensação positiva para aqueles que descobrirão nele a sua grande paixão nas primeiras ultrapassagens. Para isso, são necessários diversos veículos e uma volta completa no planeta – passando pelos lugares mais exuberantes da natureza e também pelas principais cidades da Terra. Claro, sua habilidade nisso tudo também conta.
Unindo simplicidade, eficiência e uma arte visual única, o projeto não tinha como ser um fracasso. Confesso que joguei o primeiro à exaustão e vi no segundo um grande potencial que a franquia tem de se estabelecer e se tornar um dos principais games de corrida arcade da atualidade, ao lado de ícones como Cruis’n e Daytona. E posso ser honesto? Não duvido que, em alguns anos, eles continuem se mantendo neste patamar.
Superando Horizon Chase Turbo
Uma das principais mudanças de Horizon Chase Turbo 2 e a razão da minha felicidade ao jogar em suas pistas é o abandono, de uma vez por todas, do sistema de combustíveis. Sim, caros leitores, eles davam um tempero a mais e dificultavam a vida do jogador em pistas mais longas. Porém, jogar isso para o passado foi uma decisão muito melhor – dando mais liberdade ao público nas pistas e tirando um dos empecilhos que nos separavam da linha de chegada.
No lugar disso, eles inseriram carros ainda mais velozes e pilotos mais responsivos dentro dos circuitos. Isso significa que realizar ultrapassagens fáceis e enfrentar apenas uma horda de pessoas sem vontade de pisar fundo no acelerador viraram coisa do passado. Eu tomei uns esbarrões insanos até me acostumar que todos estavam espertos com meus movimentos. Além disso, minha vida ficou um pouco mais tensa ao ver que o primeiro colocado não tinha medo de manter a sua posição.
Ouso dizer que, em determinados momentos, os vi até usando o turbo para não me darem brecha de vencer uma corrida. Obviamente que eu vencia do mesmo jeito, mas este fator da competividade com a máquina não me deixou pensar que a próxima seria simples. Em uma delas, confesso que me preocupei tanto em caçar moedas para ganhar o famoso “Super Troféu” que, mesmo na segunda colocação, o primeiro nem estava perto do meu campo de vista – sim, é neste nível.
Outra coisa que me deixou fascinado em Horizon Chase Turbo 2 foi o molde utilizado em diversas pistas. Caros leitores, em determinados trechos eu até soltava um grito de “isso é coisa de maluco!”. Mudanças bruscas de direção, subidas e descidas no meio de uma tempestade de areia, pistas completamente circulares…olha, vou ser bem honesto e dar uma dica: sempre olhe o formato dela nas laterais para evitar surpresas desagradáveis.
De olho no retrovisor
Tudo isso combinado me fez ter a sensação de que estava jogando uma experiência que lembra muito a anterior pelo seu espírito, mas que se mantém com as suas próprias pernas. A sua trilha-sonora, por exemplo, continua épica e até mesmo nos menus, se deixar ali tocando, te empolgará. Os desafios contra o tempo também são um grande atrativo, com um leve aumento de dificuldade que te força ao limite de quebrar a cabeça para superar os poucos milésimos que faltam entre o prêmio máximo e você.
Assim como o seu antecessor, os “Super Troféus” retornam para aqueles mais habilidosos. Vencer é simples, mas ganhar a corrida pegando todas as moedinhas espalhadas pelo circuito pode ser um grande desafio – dependendo de qual pista estamos falando. A Aquiris Game Studio foi muito sacana com algumas delas, diga-se de passagem, colocando-as em curvas perigosas ou mais espalhadas do que os cacos do meu carro depois de bater em alguém enquanto tento pegá-las.
Pode soar até “agressivo” neste tom, mas eu adoro este sistema. Ele permite que você esteja alerta em mais mecânicas do que o costume em Horizon Chase Turbo 2, forçando a realizar ultrapassagens e evitando bater nas laterais enquanto coleciona cada uma delas. Quando vi que não existiam mais combustíveis, tive até medo de que tivessem encerrado o sistema de moedas também – o que não foi o caso.
As belezas das pistas
Uma das coisas que mais me impactou, neste caso negativamente, é na quantidade de cenários disponíveis. O primeiro continha mais países e uma diversidade ainda maior do que a vista nesta sequência. Isso não acaba influenciando tanto aqueles que tentam apenas disputar a maior posição do ranking online, porém os que queriam continuar apreciando a diversidade do modo “Volta ao Mundo” ficam de mãos atadas neste caso.
Óbvio que eles tentaram compensar com elementos distintos dentro das fases, o que empolga até mesmo aqueles que desanimaram um pouco ao ver isso. Uma das coisas mais belas que vi em Horizon Chase Turbo 2 e gostaria de dividir com vocês é um esplêndido pôr-do-sol enquanto você corre. Ver as luzes acendendo, o fundo escurecer e a Lua começar a aparecer são de uma magnitude que acertará a todos, sem exceção.
Também há mais customizações disponíveis, garantindo que dificilmente você verá dois veículos semelhantes – tanto online quanto offline. Vale se atentar que a versão de Nintendo Switch, pelo menos, possui uma pintura exclusiva com as cores tradicionais do modelo “Neon” que chamará a atenção e te fará testá-la por algumas corridas, só pelo prazer de ver o carro da fabricante ganhando alguns troféus.
Uma experiência que impacta
Ainda que extremamente divertido, Horizon Chase Turbo 2 me soou mal em dois aspectos – um foi na lentidão excessiva das telas de carregamento e também nos ocasionais crashes que tive no Switch. A própria desenvolvedora nos revelou que trabalham em uma atualização para resolver estas questões, porém isso me proporcionou alguns xingamentos e até saídas no meio de corridas.
Eu mesmo sou uma pessoa compreensiva com problemas como estes, principalmente quando se pronunciam para resolver. No entanto, não podemos nos enganar e sabemos que isso incomodaria muita gente. Aguardo ansiosamente pela atualização, até porque eu realmente gosto desta franquia e, sendo sincero, este segundo realmente está com muito mais pontos positivos do que seu antecessor.
A impressão que tive de Horizon Chase Turbo 2 é que reduziram um pouco de suas ambições para se garantirem como uma experiência de excelência tanto no offline quanto para o público online. Isso acabará por impactar um pouco quem veio do seu antecessor, mas ainda que não seja uma boa ideia, eles mantiveram o espírito e seguram as pontas com um alto nível de diversão e carisma.
Caso não tenha experimentado o anterior ou queira pilotar como um profissional nesta nova empreitada, já fique ciente de que tudo ali foi produzido para fazê-lo comer poeira. E ultrapassar esta barreira é onde mora toda a sua graça, pois exige evolução e a personalização de seus carros, além de passar mais de dez vezes pelo mesmo circuito para aperfeiçoar sua vitória enquanto conquista a primeira colocação com todas as moedas inclusas. Chegar em primeiro é simples, mas estar entre os melhores que realmente atrairá a todos para disputarem algumas partidas.
Prós:
🔺Evoluiu em sua performance e graficamente
🔺Mais desafios
🔺Manteve o espírito de seu antecessor
🔺Fases possuem elementos distintos
🔺As customizações ganham em simpatia
Contras:
🔻Menos carros e circuitos disponíveis
🔻Lentidão em situações simples
🔻Crashes ocasionais
Ficha Técnica:
Lançamento:
Desenvolvedora: Aquiris Game Studio
Distribuidora: Epic Games
Plataformas: PC, Switch
Testado no: Switch