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Heroes Over Europe é um jogo de combate aéreo que se passa durante a Segunda Guerra Mundial, seguindo o estilo do ótimo Blazing Angels. Mas, infelizmente, as semelhanças se restringem apenas ao estilo, já que Heroes Over Europe apresenta vários defeitos que evitam que ele seja considerado um “Ás dos Ares”.

No modo de campanha (singleplayer), você joga com diferentes pilotos de diferentes nacionalidades. Cada um deles participa de uma missão específica e em momentos distintos da guerra, que são sempre apresentadas em introduções ilustradas ao início de cada fase. Estas introduções apresentam informações sobre a fase e um pouco da história de cada piloto. Porém a ordem dessas missões é um tanto confusa: ao invés de começar uma carreira com um dos pilotos e avançar pelas missões dele gradativamente, você pula de missão em missão, cada uma em um período e com um protagonista diferente. Essa salada na cronologia, somada à dublagem sem inspiração, deixa os personagens com um carisma mínimo, fazendo o jogador desistir de prestar a atenção na história.

A cada missão, você dispõe de um certo número de aviões. Às vezes as escolhas são mais limitadas como, por exemplo, em missões de bombardeio. Existe uma grande variação de aviões disponíveis, sendo que muitos deles são desbloqueados de acordo com o seu desempenho ao final de cada missão. No total, são 14 missões no modo de campanha, cada uma com uma série de objetivos, sendo alguns opcionais. Cada missão dura um bom tempo, oferecendo checkpoints de objetivo em objetivo. Então começam os problemas de Heroes Over Europe: objetivos repetidos e pouco criativos. Há objetivos que parecem ser totalmente dispensáveis como, por exemplo, ficar voado de uma ponta a outra de Londres para se certificar de não haver pilotos nazistas nas redondezas. Odeio ficar fazendo comparação, mas quem jogou Blazing Angels 2 sabe que dá para variar os tipos de missões neste gênero.

Heroes Over Europe

Heroes Over Europe tem como maior diferencial um mecanismo chamado Ace Kill, que funciona da seguinte forma: enquanto você está com o inimigo na mira, sem atirar nele e sem tomar tiros também, um medidor vai começar a carregar. Assim que estiver na metade você pode acionar o Ace Kill para deixar o tempo mais devagar. O inimigo entra em foco com alguns pontos-chave para atingir, como o motor e o piloto. Acertando alguns desses ou apenas o piloto logo de cara, você derruba o avião sem suar muito. O Ace Kill sem dúvida é uma novidade divertida de usar no começo, mas ela tende a se tornar repetitiva ao longo do jogo. Ainda mais porque, em certos momentos, o jogo te obriga a usar essa habilidade – como nas missões que você tem um tempo limitado para derrubar formações de aviões inimigos. Sem o Ace Kill, o grau de dificuldade aumenta muito.

Pilotar seu avião é bem simples, mesmo para iniciantes, já que a pegada dos comandos é bem mais arcade. Não há visão da cabine, não há como dar ordens aos seus companheiros de esquadrão, sua munição é infinita e a dificuldade é bem camarada. O game oferece vários checkpoints e no nível mais baixo de dificuldade é preciso apenas um par de tiros para derrubar os inimigos. Agora se você procura desafio, basta escolher a dificuldade “Ace” e você terá diversão garantida, uma vez que nesta dificuldade a mira não aparece.

Na parte de apresentação, até que temos boas surpresas: entre as missões são apresentados vídeos da época da Segunda Guerra, mostrando cenas reais de combates e bombardeios com narração muito bem produzida. Os modelos dos aviões também não fazem feio. O estado do seu avião muda conforme o dano que ele sofre, perdendo algumas partes da fuselagem, ficando com buracos de bala e até pegando fogo. Há belos efeitos de iluminação e de ambiente, como as fases com chuva ou quando você aciona suas metralhadoras enquanto acelera em pleno vôo, deixando rastros de fumaça para trás. Mas mesmo com esses detalhes interessantes, a parte gráfica está bem abaixo da média, com texturas horríveis no solo e prédios, por exemplo.

Heroes Over Europe

O design dos cenários é igualmente tosco. Em um dos estágios do game você precisa fugir de uma cidade voando baixo entre os prédios: a desproporção entre o a seu avião e os prédios é desconcertante. Já a parte sonora se sai um pouco melhor, com músicas orquestradas, apesar da dublagem fraca feita por atores que não conseguem encarnar direito seus respectivos personagens.

Agora falando sobre o multiplayer, temos três modos: Team Deathmatch, Deathmatch, e Survivor (ganha o último que sobreviver). O real problema aqui é encontrar pessoas querendo jogar esse título. Heroes Over Europe possui boas qualidades, mas pisa na bola em muitas coisas básicas, como gráficos, repetições e a falta de criatividade nas missões. Por isso é difícil que este jogo se torne uma experiência agradável para além daqueles que adoram combates aéreos. Para mim, esse game não merece levantar vôo.

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