Quem está acompanhando Halo desde o início já percebeu o quanto a trama de Madrigal está além do desnecessáro, ela já entra no campo de completamente descartável. No início de tudo era prometido um grande embate político, usando o controle da UNSC sobre os planetas para debater a vida nessa galáxia. Porém, com o passar dos episódios, isso tudo se mostrou falho e podiam manter a história em Master Chief que ninguém sequer reclamaria.
Aí o que a Paramount+ faz? Traz um episódio inteiro focado em Kwan Ha e Soren, mostrando que além de ambos estarem completamente deslocados da trama principal, eles não preenchem nem mesmo uma cota de desenvolvimento que consiga se equiparar em qualidade com os demais episódios. O sétimo capítulo parece ter saído de um seriado completamente diferente e isso é péssimo quando consideramos que faltam apenas mais dois para a primeira temporada ser encerrada.
Nesta semana acompanhamos os dois em jornadas separadas até o reencontro no planeta dominado por Vinsher. O objetivo é simples, tirar o tirano do poder e libertar o povo de lá. Kwan Ha, para combater o homem, decide procurar uma tribo mística que possui informações que foram antes passadas ao seu falecido pai. Já Soren encontra resistência entre aliados em sua colônia, mostrando que sua moral foi afetada por ter falho em sua missão. Aí eles tem de resolver essas questões para atingir o grande vilão.
Cadê Master Chief?
Logo de cara eu aviso para vocês que se aguarda para ver Cortana, Dra.Halsey, Miranda ou qualquer outro personagem de Halo hoje, pode esquecer. A produção nem cogita passar perto da UNSC para vermos quais serão os próximos passos da equipe. No máximo vemos um Master Chief, fruto de uma ilusão criada para que Kwan Ha possa compreender que sua ira não levará a jovem para lugar algum. De resto, só fica a dúvida para a próxima semana.
Aí você lê aqui e me pergunta: e o que aconteceu entre nosso herói e Makee? A doutora Halsey conseguiu burlar os sistemas para qual fim? Como ficaremos em relação à Kai-125? Cortana e John finalmente entrarão num consenso sobre algo? A guerra contra os Covenant será melhor explorada? E os artefatos, qual que é a deles? Nada disso é citado e se busca respostas para estas questões, teremos apenas no próximo. Infelizmente.
Tirando esse imenso furo, o capítulo é bom? Nem tanto, para ser bem sincero. Temos flashbacks aparecendo sem a menor necessidade, o surgimento de figuras que antagonizam Soren e que não representam nem uma ameaça de fato, uma pilha de diálogos que retornam apenas para reforçar que aquilo tem sim alguma importância. Eu não sei você, mas eu não queria alguém me dizendo isso. Queria que me mostrassem. E neste fator ainda sinto uma grande ausência neste plot.
Para ninguém dizer que ele foi ao todo ruim, destaco dois fatores que se destacaram em minha opinião no Capítulo 7 de Halo. Realmente Vinsher é um vilão interessante, qual podia ser melhor explorado em situações mais favoráveis. Se tivesse mais destaque e a história se mostrasse relevante, acredito que ele poderia brilhar muito mais, mas no pouco que entregam já dá para enxergar que havia potencial ali.
E há um grande confronto, mostrando que Soren e Kwan Ha conseguem dar conta do avanço do seu oponente. Ele acontece no mesmo local que temos a batalha entre os Spartans e os Covenant no primeiro episódio, com o uso de equipamentos que foram deixados por lá e a inteligência dos dois personagens. Ver o desfecho dali salta aos olhos e te faz desejar que aquilo tivesse sido melhor trabalhado para que pudesse empolgar um pouco mais.
A grande falha de Halo ganhou os holofotes
Sendo bem sincero com vocês, caros leitores, eu assisti a ele por completo com um gosto amargo. São personagens interessantes, com uma história plausível e uma intensa motivação para sacudirem o controle da UNSC. Porém, isso não é o ponto que a Paramount+ vai abordar agora. Me parece que será algo mais desenvolvido na segunda temporada ou quem sabe até depois. Por enquanto, parece uma perda de cerca de 45 minutos da vida com algo que não faz sentido em estar ali.
Halo começou duas histórias e, enquanto uma está se mostrando um grande acerto e trouxe a intensidade ímpar nos últimos episódios, a outra se mostrou cada vez mais dispensável. O erro foi tentar dar uma importância maior para esta, qual claramente vai desagradar qualquer um que esteja acompanhando. Não por ser ruim. Apenas por não ter uma razão estabelecida nessa reta final da temporada.
O que mais me surpreende é a produção contar uma história tão delicada e cheia de nuances, tirando a sombra de que “é só uma série baseada em jogo de tiro” para mergulhar na profundidade destes ícones e pecar tanto a ponto de tornar o subplot em algo completamente descartável. Ao menos por enquanto. Se eles estavam mirando no que a Marvel Studios faz, de deixar pontas distribuídas para trabalharem de outras formas no futuro, infelizmente fizeram da forma errada.
Eu não recomendo que pulem o sétimo episódio, até porque “quem sabe?” se isto pode ter um grande plot twist no fim e mostrar que tudo isso tinha uma razão sim. Porém, pelo andar da carruagem, não é isso o que vai acontecer, então não contem muito com essa esperança. Espero que esqueçam disso tudo por enquanto e voltem a focar em Master Chief e no grande conflito final que está se aproximando.
Halo está sendo exibido através da Paramount+, todas as quintas-feiras a partir das 5h.
*Este texto é uma colaboração entre o NERDIZMO e o GAMERVIEW