Há tempos que eu não jogava um bom game de faroeste. Minha primeira experiência foi com o inesquecível Bounty Hunter, aquele fliperama de tiro com atores reais. Outro game que marcou minha vida foi Sunset Riders (Arcade / SNES). Isso sem mencionar outros clássicos como Outlaws (PC), Desperados (PC) e o excelente Red Dead Revolver (PS2). Agora, a bola da vez é GUN, game de ação em terceira pessoa que chegou para matar a saudade dos fãs de bang-bang.
O protagonista é o pistoleiro Colton White, que procura vingança após a morte de seu pai. O jogo abre com esta sequência e o introduz na história com tutorial e muita ação logo nos primeiros 15 minutos de jogo. Você irá aprender a atirar, acertar múltiplos alvos usando a técnica do gatilho rápido (uma espécie de bullet-time em 1ª pessoa) e andar a cavalo.
A história é simples, mas a graça de GUN está na recriação da época do Velho Oeste, onde a ambição e cobiça reinam absoluto. O game permite explorar com liberdade os vastos cenários, além de oferecer uma boa interação. A possibilidade de andar a cavalo é um dos pontos fortes do game. Em sua sela, você pode correr, pular, derrubar os inimigos e esporear o animal para correr mais rápido. Mas não abuse, pois você pode acabar matando o coitado.
GTA com cowboys
O estilo de GUN lembra bastante a série GTA, com semelhança na jogabilidade e no formato das missões secundárias, que podem ser feitas a qualquer momento em troca de recompensas. Há alguns movimentos extras, como tomar um oponente como refém, atacá-los com uma faca em combates de curta distância e atirar armas de arremesso (molotov de whiskey, por exemplo). GUN apresenta também uma boa dose de violência, jogos de mesa e prostituição. Não, não dá pra dormir com as mulheres. Mas é possível jogar partidas de poker em cassinos e também trapacear. Esta é uma boa forma de arrumar grana extra para comprar habilidades extras, armas, munição e acessórios.
GUN possui gráficos bonitos e caprichados, criados com a tecnologia usada nos últimos games da série Tony Hawk. As músicas são típicas de filmes de faroeste, muito boas por sinal. Mas, infelizmente o game peca em alguns pontos importantes. A física apresenta alguns problemas e as animações dos personagens secundários (inimigos, no geral) são travadas. A inteligência artificial é deficiente, tornando os inimigos previsíveis (até mesmo nos momentos que eles tentam roubar seu cavalo). O game é relativamente fácil e um tanto linear (ao contrário de GTA), além de muito curto. Você levará menos de oito horas para concluir o game, mesmo completando todas as missões secundárias.
Para desanimar ainda mais, GUN não traz modo multiplayer. Só de lembrar do divertidíssimo multiplayer de Red Dead Revolver, eu fico com pena de GUN. Poderia ter ficado melhor se a Neversoft investisse mais tempo na produção, mesmo que o lançamento fosse adiado para 2006. Eu, pelo menos, faria questão de esperar por um game melhor. Mas paciência…